𝐓𝐖𝐄𝐍𝐓𝐘 𝐎𝐍𝐄; 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑒𝑢𝑠𝑒𝑠

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PARA AMATERASU, a humanidade pode ser facilmente resumida em um único adjetivo que dificilmente passaria pelas mentes entediantes de uma soma generosa dos seres divinos

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PARA AMATERASU, a humanidade pode ser facilmente resumida em um único adjetivo que dificilmente passaria pelas mentes entediantes de uma soma generosa dos seres divinos. Eles usariam adjetivos nada lisonjeiros com o único intuito de mostrar superioridade; um tanto desinteressante jogar defeitos ao vento, correto? A deusa japonesa gostava de pensar que a humanidade era, por natureza, curiosa.

Similar a uma pequena criança muito chata, com duas janelinhas na boca, sempre perguntando coisas tão óbvias até as tão complexas que faziam a mente dos adultos doerem, mal suportando tantos porquês. Facilmente, os adultos seriam os deuses, suspirando cansados ao dizerem, em um fio curto de paciência, algo como: 'porque as coisas são simplesmente assim, porque sim.'

Eles esperavam que isso fosse suficiente, mas, por favor! É a típica criança chata que nunca está satisfeita; elas querem saber, e uma resposta sem graça era revoltante. Por isso, a humanidade relacionou os deuses a mitos e à mitologia. Eles eram a resposta temporária, o adulto que ou era burro ou que não a suportava e lhes dava uma ponta insignificante de conhecimento. Os deuses eram vistos como mentirosos, falsos; logo, fazia sentido relacioná-los ao fantasioso, à resposta temporária que era sempre o 'por que sim, porque eu posso'.

Já que os adultos não sanavam sua curiosidade, a pequena criança procuraria a resposta por suas próprias mãos. Os métodos para tal foram se diversificando ao longo do tempo, e muito daquilo que era visto como divino e inexplicável tornou-se explicável e algo totalmente natural, reproduzível por mãos nem tão divinas. Era como se a criança chata percebesse que ela poderia ser como um adulto, como os deuses.

Claro, muitos erros foram cometidos na busca pela verdade; muito era feito à base de tentativa e erro, mas essa é a base da ciência: o fracasso é o que faz a humanidade prosseguir.

"Ridículo. Como ele pode ser tão bom com frases de efeito?" Amaterasu soltou uma risadinha fraca enquanto seus olhos deslizavam pelo quadro que cobria boa parte da parede. A divindade sentia certa admiração ao ver as fórmulas preenchendo todos os espaços do quadro. Era a verdade escondida em fenômenos inexplicáveis se revelando em números.

O laboratório no qual o gênio da humanidade havia passado seus últimos momentos antes de entrar na arena do Ragnarok e morrer com muito estilo - palavras de Amaterasu - estava com uma generosa quantidade de papéis, ferramentas, aparelhos e pedaços de metal espalhados por todos os lugares. Era uma bagunça, como se tivesse sido abandonado às pressas ou se um grande número de pessoas, longe de serem chamadas de medíocres, estivesse reunido, pensando e bagunçando o espaço para organizar suas ideias revolucionárias. Mas o belo buraco no telhado poderia indicar que algumas coisas haviam dado um pouquinho errado, necessitando de uma evacuação às pressas. A divindade não conteve um sorriso ao imaginar que tipo de experimento era, enquanto se sentava em uma mesa, embolando alguns papéis e parafernálias, os derrubando no chão.

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⏰ Última atualização: 4 days ago ⏰

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