A luta entre deuses e humanos termina com a vitória da humanidade. Agora, é hora de definir qual será a relação entre ambas as raças, visando ao máximo a paz. Para tal, é decidido que as almas dos perdedores das rodadas da grande disputa sejam trazi...
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A BENÇÃO DO CICLO VITAL, era a capacidade de interferir no ciclo da existência de basicamente tudo. Pois, naquilo que um dia já foi um ajuntamento de átomos e energias elementares, tem seu momento no qual é criado - assim como um dia o próprio universo foi - e também chega o momento de sua destruição, seja um curto espaço para os humanos, como milésimos de segundos após sua criação como fótons virtuais, ou um período de tempo tão longínquo até mesmo para os grandes deusas, como trilhões de anos para que buracos negros extremamente massivos chegassem ao seu fim. O agraciado por possuir o dom do ciclo vital tem a capacidade de alterá-lo mesmo após o fim, restituindo aquilo que em conceito se extinguiu, claro, seguindo a lógica que tudo é informação, tudo é energia. E o que ambas compartilham é de serem guardadas pelas leis universais: elas não se perdem, elas não se destroem.
Sendo assim, Amaterasu não possuía só a capacidade de reconstruir almas, ela também era capaz de detectar no espaço, o todo como fragmentos de uma alma. Rastrear todos os vestígios de partes que um dia fora algo completo.
Para Amaterasu, a "morte" não é um ponto final, mas um ponto seguinte com a possibilidade de novas informações a serem adicionadas. O fim não era o fim, mas era o ponto de partida para recomeçar.
Teoricamente bastante poético. Na prática, assim como grandes poderes, significa suportar um significativo arcabouço de grandes responsabilidades. É um trabalho terrivelmente cansativo.
Diferente de abrir portais, sua habilidade nata desde a ascensão dupla, Amaterasu não podia simplesmente bater seu chinelo de madeira no assoalho e pronto! Uma alma recém reconstruída na mão, chefe!
Como ela gostaria.
Reconstruir almas era o mesmo que colar parte por parte de um vaso quebrado em mil pedaços, com o adendo de que esses mil pedaços estavam entre milhares de outros pedaços de vasos. Ao menos como alma é energia, não era necessário que a deusa japonesa estivesse em Niflheim, usando uma das habilidades da manipulação do ciclo vital. Bastava rastrear a energia única de um ser, como a digital é em uma pessoa, e atrair os fragmentos entre si um a um até formar a alma. Se a morte fosse recente, as taxas de sucesso eram quase cem por cento.
Pronto?
Não!!!
A alma ainda é incompleta sem seu desejo de vida. Niflheim é um lugar fora do domínio dos três territórios, com particularidades únicas que nem a própria deusa sabia em sua totalidade. O pouco do que compreendia ao viver por décadas no domínio da deusa Nyx, com os gêmeos, ainda era superficial demais. Mas, se algo que Tânatos lhe contou com bastante custo naqueles corredores aparentemente infinitos era de que o diferencia algo inanimado com o que possui vida era a capacidade de desejar. E sem isso, o ser não é completo.
