“Promessas são ditas
Para serem quebradas
Os sentimentos são intensos
As palavras são insignificantes.”
Enjoy The Silence - Depeche Mode-
No corredor, pronta para ir à caça do Cloud e atormentá-lo pelas próximas cinco horas, vejo Alec parado em frente à porta principal parecendo uma estátua olhando o celular. É quando uma ideia surge na minha cabeça, e, devagar, caminho passo por passo em sua direção, na
expectativa de assustá-lo. Ainda me lembro do pulo que dei na cozinha de madrugada esses dias quando ele fez o mesmo comigo.Porém, não sou tão boa quanto ele pelo jeito, já que Alec se vira sorrindo antes que eu tenha sucesso.
— Vai ter que ralar muito para conseguir me assustar, coisinha — diz piscando de um jeito charmoso.
— Vai aonde? — questiono notando sua roupa diferente da habitual bermuda e regata, hoje vestindo uma blusa muito parecida com a que o Aros costuma usar, preta de mangas
compridas, e uma calça estilo militar, porém, da mesma cor que a outra peça de roupa e coturnos.— Treinar com o Spencer — diz revirando os olhos.
Balanço a cabeça compreendendo e instantaneamente meus ombros caem em desânimo, sabendo que não possuo essa liberdade de ir e vir quando e onde eu quiser. Nunca tive, desde o meu casamento com James, e pelo rumo que as coisas estão tomando, não terei tão cedo.
Ouço passos atrás de mim, chamando minha atenção, olho por cima do ombro e vejo Spencer se aproximar, usando as mesmas roupas que seu amigo, os dois trocam alguns olhares, até que Alec pergunta:
— Tá pronta para ir junto?E é impossível não deixar um sorriso imenso surgir no meu rosto.
— Sim — afirmo.
— Então vamos — Spencer passa em nossa frente destravando a porta.
Caminhamos juntos até a sua caminhonete, Alec abre a porta de trás para mim e depois entra sentando no banco da frente ao lado do motorista.
Quanto mais tempo passo ao lado deles, mais percebo os gostos extravagantes, a caminhonete é imensa que quase não consegui subir de tão alta.
— Sabe que ele vai enlouquecer quando não te encontrar, não é? — Spencer pergunta passando o cinto de segurança em frente ao peito, entretanto, não noto nenhuma preocupação no seu tom de voz, para ser franca, até parece que está se divertindo com a situação.
— E quando não enlouquece? — murmuro lembrando do seu último surto.
— Você não tem nem um pouco de medo dele? — Alec questiona.
— Não — respondo honestamente.
Em nossa última discussão, não foi ele que me deixou com medo, foi o que ele me fez lembrar. Senti apenas raiva, principalmente por me tratar como um objeto, algo que ele possa
controlar.Mas não há medo.
Claro que eu não deveria brincar com fogo, muito menos cutucar uma onça com vara curta, a verdade é que precisava de ar, necessitava de uma distância dele.
Quando acordei hoje, olhei para o lado da cama e vi que estava vazia de novo, então fui tomada por uma onda de frustração que não pude controlar, simplesmente me tomou de um jeito,
e, me senti tão apavorada e decepcionada ao mesmo tempo. Com ele. Comigo.E só então me dei conta, de que se cheguei ao ponto de ficar chateada por ele ter me deixado sozinha na cama de novo, foi porque criei expectativas sobre algo que não existe e nunca existirá.
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All for Heart Parker.
Fanfiction* REPOST * Dark Romance. Descobri cedo demais e da pior forma que contos de fadas não existem, e que, nem sempre heróis são os mocinhos. Heart não é meu nome, mas é como ele gosta de me chamar, e eu deixo, por que uma parte minha - por mais que eu n...