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Eu tô puto. Tão puto que eu podia matar o primeiro que surgisse na minha frente agora, apenas com as mãos, e eu já tenho em quem centralizar o meu ódio.
Cloud.
O filho da puta do Cloud.
Salvei a bunda desse moleque mais vezes do que me lembro, e em troca, como ele retribui? Esse desgraçado me tirou da cama. Me tirou dela.
Heart estava nos meus braços, sua
bunda estava se esfregando no meu pau, eu finalmente me sentia melhor, depois de todo cuidado que ela teve comigo nos três dias que passaram, quando eu ia agradecer da forma correta, Cloud me ligou, não uma, mas cinco vezes, sem parar.Entro na sua ala, e como sempre, aquele maldito cachorro corre em minha direção. Ignoro-o, mas o bastardo acha que estou brincando, cerro os dentes passando pelo corredor indo direto à sala de controles.
— O que caralho é tão importante que não podia esperar até amanhã? — explodo no momento que abro a porta.
Cloud gira a cadeira, no segundo que vejo seu rosto sei que tem algo muito errado, e eu não gosto da sensação que me atinge, imediatamente meu corpo fica em estado de alerta. A foto
de uma criança na tela do computador chama minha atenção, é uma menina com os cabelos escuros e franja, os olhos são grandes, as bochechas rosadas, parece ter dois ou três anos.Tudo faz menos sentido ainda.
— Quem é? — pergunto chegando um pouco mais perto, ao olhar com mais atenção, consigo ler o nome da criança no arquivo ao lado da imagem.
Lauren.
— Essa é a Heart bebê — diz.
— Como? — indago confuso.
— Essa criança é a Heart.
— Você não está fazendo muito sentido, Heart era Annelise…
Ele nega.
— Explica.
— Sempre quando finalizamos um serviço, eu continuo checando o banco de dados da polícia por meses, em alguns casos, anos, por questão de segurança. Você sabe como funciona.
Assinto.
Sim, foi um acordo nosso, é uma garantia de que não somos suspeitos de nada e não estamos em nenhum radar.
— Continua — peço sentindo aquela inquietação se agitar.
— Meu sistema notificou hoje uma mudança nos arquivos da Heart, no fim, ela não era Annelise Parker como pensávamos.
Me recosto na mesa atrás de mim.
— Tem certeza disso? — mesmo sabendo que isso seria impossível, Cloud não me traria uma informação desse porte se não tivesse confirmado antes, mas, preciso disso, preciso escutar.
— Confirmei, mais de trinta vezes.
Respiro fundo.
— O que mais você sabe…
Cloud suspira parecendo desanimado, então encolhe os ombros e continua:
— Não muito Aros, apenas que ela foi incluída em um programa de testemunhas com a mãe quando tinha três anos.— Preciso de mais, Cloud.
— Sinto muito, só descobri isso até agora, quem escondeu essa informação, fez muito bem…
As perguntas não param de girar na minha mente, por que alguém entraria em um programa de testemunhas?
O que eu não vi?
A resposta é muito simples.
Fugir.
Fugir de algo muito ruim.
Mas quem?
— Então, provavelmente o policial não é o pai dela… — murmuro para mim mesmo.
— Não — confirma minha suspeita.
— Ele estava a protegendo, por que criaria como uma filha alguém que não possui um laço? Por que se arriscaria tanto?
Merda.
— O alvo — digo e Cloud arregala os olhos, percebendo para onde minha linha de pensamento está indo.
— Não era o James, não é? — conclui meu raciocínio.
— Não Cloud. Não era — confirmo. — Alguém a encontrou…
— Então, — reconhecimento transparece no seu rosto — se você tivesse negado a proposta…
— Ela estaria morta, outra pessoa teria feito — dizer isso em voz alta, me incomoda, porra, muito mais que isso.
— Merda — Cloud xinga. — Mas ela tá segura agora, não está? Por via das dúvidas, ela está morta — completa.
— Isso muda tudo Cloud.
Não me preocupei muito com o suposto corpo da Heart porque a princípio ela não era o alvo, então, quem solicitou o serviço ia querer a confirmação do James, e não tinha dúvidas que o corpo naquele necrotério era dele, mas o dela, merda.
— O que você quer que eu faça? — questiona.
— Preciso de mais informações, preciso saber tudo sobre ela, e principalmente quem solicitou o serviço — ele assente girando a cadeira, voltando para frente da tela.
— E quando você souber…
Sorrio.
— Nós o matamos.
Quando estou saindo da sala, escuto Cloud me chamar e me viro.
— Promete que não vai deixar ninguém levá-la?
— Eu prometo.
Saio da sala colocando o telefone no ouvido, e no segundo toque, Wolf me atende.
— Fala — ele diz.
— Preciso que volte — informo passando pela porta da ala, caminhando direto para o meu
escritório.— Quando? — questiona após um segundo.
— Agora.
Perco a noção de quanto tempo permaneço sentado observando a janela, mas com a cabeça em outro lugar, pensando em todas as opções possíveis e em todas as possibilidades imagináveis.
Me sinto no escuro, sem saber os meus próximos passos, e isso me deixa nervoso, ansioso, com uma sensação de impotência que me leva a loucura. Tenho necessidade de estar sempre à frente. E caralho, é impossível fazer isso se não faço ideia de quem ela era.
Eu poderia cobrar alguns favores, e sei que em minutos eu saberia tudo sobre quem ela era e porque estava onde estava.
O problema, é que não tenho certeza se alguém realmente sabe que ela não está morta, e se eu desenterrar isso, levantará suspeitas, e certamente um alvo bem no meio das suas costas.
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All for Heart Parker.
Fanfiction* REPOST * Dark Romance. Descobri cedo demais e da pior forma que contos de fadas não existem, e que, nem sempre heróis são os mocinhos. Heart não é meu nome, mas é como ele gosta de me chamar, e eu deixo, por que uma parte minha - por mais que eu n...