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“Eu te encontrarei;
Eu curarei as ruínas deixadas dentro de você
Porque eu ainda estou aqui, respirando agora…”
Through The Trees - Low Shoulder

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Vladimir - como ele disse que se chama - saiu há um tempo, e não faço ideia se foram apenas alguns segundos ou minutos… poderiam ser até horas, e eu ainda não saberia.

Ele me disse muitas coisas: Wolf é meu irmão, meu pai é o responsável pelo Fosso e ele é meu tio.

Queria continuar acreditando que é tudo mentira. Mas, no momento, não sei de mais nada.

Não sei no que, ou em quem acreditar. A única certeza que tenho é que Alec e eu precisamos sair daqui.

Continuo sentada no mesmo lugar e na mesma posição desde que o levaram. Incapaz de pensar em outra coisa senão no que estão fazendo com ele.

Olho para o meu braço apoiado em cima da minha perna e conto:

Uma.

Duas.

Três.

Quatro.

Cinco.

Seis.

Sete.

Oito.

Oito queimaduras… por nove perguntas não respondidas.

Todas elas sobre Wolf. Lembro das marcas no seu corpo quando o vi lutando, e mesmo que eu tente, é impossível não imaginar quantas delas foram feitas por Vladimir.

Então, abro a mão virando a palma para cima, observo as cicatrizes antigas e noto que minhas unhas estão começando a crescer.

Provavelmente o Aros as cortaria muito em breve.

Ele com certeza ficaria muito furioso se visse meu braço agora, as novas marcas…

Gostaria de vê-lo irritado de novo.

Ao menos uma última vez.

Seu maxilar marcado.

Seus olhos escurecendo ou o seu sorriso. Pode ser até o debochado, ou o arrogante, gosto deles também.

Na verdade, acredito que não haja nenhuma parte dele que eu não goste.

Mesmo Vladimir dizendo todas as coisas ruins que fez, e de como gostava daquilo, ainda assim, eu só conseguia sentir a sua falta, e pensar em como gostaria de estar com ele.

Minha garganta arde e não sei se é por falta de água ou pelos gritos que deixei escapar enquanto ele afundava a brasa no meu braço.

Me esforço para respirar fundo e me ajeito quando um barulho chama minha atenção, então a porta se abre, de novo.

Vladimir entra, agora, segurando uma coleira na mão direita, e uma corrente de ferro na esquerda.

— Admito que você é durona — declara parando em minha frente com aquele olhar nojento.

— Pra onde você o levou? — pergunto.

— Você e seu irmão tem o mesmo problema, a mesma fraqueza, sempre pensando nos outros. Foi assim que eu o quebrei. Ele tinha um ponto fraco. E você, pequena Lauren, também tem.

Odeio quando ele me chama assim.
Seus lábios se curvam em um sorriso.

— Está preocupada?

Continuo com o mesmo semblante, mas por dentro, sim, estou com medo, apavorada, na verdade.

All for Heart Parker.Onde histórias criam vida. Descubra agora