Capítulo 17

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Após o doutor passar um gel na barriga da Maggie e pegar o aparelho, alguém bate na porta.

-Oi, posso fazer companhia a vocês?-Enid pergunta entrando.

-Claro.-Maggie fala. Ela parecia feliz com a visita da menina.

Nesse período em que estive com os salvadores, as duas criaram uma grande relação. Enid ajudou bastante a Maggie, devo muito a ela.

Quando o médico mostrou o bebê pela tela, mesmo a imagem sendo aquelas ruins, preto e branco, era emocionante, tipo, era MEU filho. Eu simplesmente não sei o que dizer, só mantinha um sorriso bobo no rosto.

(...)
Quando terminou a ultrassom, Enid nos disse umas coisas fofas e foi andando. Agradecermos a ela por ter comparecido.

-Por que não chama ela para jantar com a gente?-Pergunto.

-Enid!-Maggie a chama e a mesma vem andando em nossa direção.

-Eu queria retribuí-la de alguma forma por ter cuidado de você quando eu não estive.-Falo.

-Não precisa retribuir por nada.-Ela fala se aproximando. Eu não sabia que ela estava tão perto assim.

-Enid, você fez muito.-Falo.

-A Maggie é minha amiga e de qualquer forma ela precisava de alguém.-Enid fala.-E você é irmã do Carl...

-Peraí, o que o Carl tem a ver com isso?-Pergunto.

Nesse momento Enid e Maggie se olham.

-Ninguém vai me falar nada não?-Pergunto e elas sorriem.

-Vamos para casa?-Maggie desconversa.-Enid, janta com a gente hoje.

-É, aproveita e me conta isso aí do Carl.-Falo.

-Então, melhor eu ir para casa mesmo...-Ela fala.

-Ela só tá brincando, Enid, não liga não.-Maggie fala.

~Eu não estava brincando~

Fomos para casa.
Falei para Maggie sentar e ficar descansando enquanto eu preparava o jantar. Enid me ajudava.

Quando terminamos, colocamos as coisas na mesa e Maggie estava concentrada fazendo algo no caderno, provavelmente sobre os treinamentos.

Jantamos e depois assistimos um filme. Enid dormiu no quarto que tinha sobrando.

(...)

Nos outro dia Maggie treinou o pessoal, à noite, Sasha, Enid e Jesus vieram para nossa casa. Jesus estava fazendo um mapa do santuário dos salvadores, enquanto Sasha e eu esperávamos. Quando percebi, Maggie estava dormindo em cima da mesa, totalmente compreensível.

-Maggie.-A chamava baixo.

-Se quiser te ajudo a levar ela lá para cima.-Jesus fala.

-Eu pensei nisso mas ela quase não comeu hoje.-Falo.

-Eu coloquei umas carnes na churrasqueira, já estão boas.-Sasha fala entrando pela porta do fundo.

-Maggie.-A chamo novamente e ela levanta a cabeça.-Ei, vamos comer um pouco.

Ela não reclama, só assente.
Enquanto ela acorda, eu vou até o quintal e fico sentada um pouco relembrando algumas coisas que passamos, já que as memórias foram as únicas coisas que restaram.

(...)

No outro dia, eu estava no ferreiro quando Maggie chegou para pedir mais coisas para o coitado. Enid vem até nós correndo e alguém grita para o portão abrir.

-Os salvadores estão aqui!-Enid fala ofegante por ter corrido.

-Merda.-Falo.-Vamos sair pelos fundos, vem.

Começamos a correr.

-Aqui, venham.-Enid fala.

Havia um porta que levava para um lugar subterrâneo, um ótimo lugar para se esconder. Eu e Maggie entramos.

-Eu vou manter eles longe.-Ela fala e fecha a porta.

Eu fiquei perto da porta olhando por um buraquinho.

-S/a.-Maggie sussurra.

Vou até ela. Na mesma hora ouvimos um barulho na porta e nos escondemos. A porta se abre e um homem entra, um dos salvadores.

Ele mexe nas maçãs que haviam alí, e eu pego minha faca fazendo menção para ir até ele. Dava para matá-lo, mas Maggie me impediu.
Não demorou muito e ele saiu, fechando a porta e nós saímos de trás da prateleira.

-Ele foi embora.-Falo olhando pelo buraco da porta.

-Você ia matar aquele cara.-Maggie fala e continuo de costa.

-Ele ia ver a gente.-Falo.

-Ele não ia e não viu.-Ela fala.

-Ele merecia morrer.-Falo.

-Pode olhar para mim, por favor?-Ela pergunta e me viro para ela.

-Amor.-Ela se aproxima.

-Eu sinto muito.-Falo e depois de muito tempo me permito chorar.-Eu sinto muito.

-Não foi culpa sua.-Ela fala.

-Foi sim.-Falo e nessa hora já havia conseguido parar meu choro.

-Não, não foi.-Ela fala.-Você é uma das coisas boas desse mundo, era o que o Gleen pensava, ele me disse. E ele saberia, porque ele era bom também. Eu também queria matar aquele cara, queria estrangular todos e vê-los morrer. Mas temos que vencer.

Ela me abraça.

Ficamos mais um bom tempo alí esperando a barra limpar. Estávamos sentadas.

-Agora que parei para pensar, dá para fazer muitas coisas aqui em baixo, hein...-Olho para ela dando um sorriso malicioso.

-Meu Deus, eu casei com uma adolescente.-Ela fala.

-Eu sou jovem ainda, tá?-Falo.-Até parece que você não gosta dessas coisas.

Ela sorri e eu me aproximo dela mas na hora a porta abre.

-Ah, ótimo.-Falo me levantando e ajudando Maggie a levantar.

(...)

À noite quando chego em casa, vejo que uma arma minha sumiu, fui até o trailer de Jesus e não achei Sasha lá. Quando saio, Jesus estava entrando na casa, onde George fica, fui até lá.

-Tá tudo bem?-Jesus me pergunta.

-Cadê a Sasha?-Pergunto.

Jesus me conta que Rosita e Sasha foram até os salvadores sozinhas.

Mesmo ele não concordando, fui atrás das duas.

Quando cheguei lá, Rosita estava sozinha parada e chorando. Fico a observando de longe.

-Merda.-Ela fala ainda chorando com as mãos no joelho.

Rosita me diz que Sasha decidiu entrar no santuário. Nos separamos depois disso, eu fui para Alexandria.

Love in apocalipse•Maggie and S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora