Capítulo 46|Sussurrandores

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-Você era só uma criança.-Falo.-Não foi culpa sua.

-Eu fui burra, eu merecia morrer.-Ela fala.-Mas o meu pai foi mole, por isso foi ele quem morreu.

Olha o pensamento do grupo dela, eles realmente não parecem coisa boa.

-O que ele devia fazer?-Pergunto.-Olhar a garotinha dele ser mordida?

-Aquilo que não dobra, se quebra.-Ela fala.-Ele quebrou.

-Isso não é verdade.-Falo.-A gente estava melhorando as coisas, reconstruindo tudo para voltar a ser como era.

-O seu lugar não é como essas pessoas.-Ela fala.-Você pode ter sido mole, mas tá na cara que não é mais. Você é dura, eles são moles.

-Você não sabe nada sobre mim.-Falo.

-Então me conta.-Ela fala.

Me viro para ir embora.

-Eu te contei o que aconteceu comigo, agora é sua vez.-Ela fala.-EI, ME CONTA!

Vou embora.

-Você devia ter me pedido para ajudar.-Henry fala.

Ele estava sentado ouvindo a conversa, assim como eu estava.

-Ei, S/n!-Ele fala correndo atrás de mim.-Aonde você vai?

-Dessa garota tá confusa, ela é uma perda de tempo.-Falo.-É problema da Tara. Eu tentei ajudá-la, ela não colaborou, agora não é mais minha responsabilidade.

-O que vai acontecer com ela?-Ele pergunta.-Alguém batia em você também? Por isso que você gosta em bater nas pessoas? Uma vez ouvir meu pai perguntar para minha mãe porque ela cortava o cabelo dela tão curto.

Ele fala se referindo a Carol e Ezekiel.

-Ela disse que quando era longo, o marido puxava ela pelo cabelo quando ela tentava correr.-Ele fala.-Daí um dia, ela cortou tudo para que ele não pudesse puxá-lo. E levou um tempo para ela se sentir segura de novo.

Ele se aproxima de mim.

-Às vezes você age como esses caras que jogam as pessoas pela parede, mas você não é assimo.-Ele fala.

-Não deveria ouvir a conversa dos outros.-Falo.

-Eu sei que o grupo da Lydia é ruim, mas não significa que ela seja ruim.-Ele fala.-Ela só tá com medo. Você só precisa mostrar para ela que ela não precisa ter medo.

-Mostrar mais?-Pergunto e entro na Barrington House.

Barrington House era uma casa grande de hilltop. Onde eu morava com Maggie. Ainda moro aqui, mas sem Maggie. Tara também mora aqui.

(...)

No outro dia pela manhã:
Vou até Lydia, quando chego lá, Henry estava sentado no chão do lado de fora da cela.
Eles me olham.

-Ela não queria ficar sozinha.-Henry fala e levanta.

-Meu ouvido tá doendo.-Lydia fala.-Tá tudo doendo. Ainda tem aquele remédio?

Ponho água na concha e entrego a ela.

-A minha mãe não vai vir atrás de mim.-Ela fala.-Ninguém vai vir. Se alguém some ou morre, eles seguem em frente, como se a pessoa nunca tivesse existido. Sempre foi assim, eles não entram em contato com grupos grandes a não ser que não tenham escolha. É por isso que eu estava tentando descobrir o máximo sobre vocês, porque se eu fugisse, tinha alguma coisa para conta. Não tem motivo para me aceitarem de volta.

-Você é filha dela.-Henry fala.-Isso não importa?

-E nosso pessoal que sumiu?-Pergunto.

-Se minha mãe os encontraram, não vai achar nenhum motivo para mantê-los vivos.-Ela fala.-Sinto muito.

-Ela tem algum acampamento?-Pergunto.

-Eles estão perto da ponte, uns 2 quilômetros a leste.-Ela fala.-Mas eles não ficam no mesmo lugar por muito tempo.

-A história sobre sua família, é tudo verdade?-Henry pergunta.

-Eu achava que era.-Ela fala.-Eu precisava que fosse. Mas ficou tudo confusa. Era tudo mentira, mas a mentira não era minha. A minha mãe contou a mentira para mim várias e várias vezes por anos.

Os olhos dela lacrimejam.

-No fundo eu sabia.-Ela fala.-Eu sabia quem ela era e o que ela fazia.

Ela conta que na noite que o pai dela morreu, na verdade, ele ia fugir com Lydia e sua mãe, mas quis ajudar o pessoal e a mãe dela não deixou.

-Ele tava contra a parede e com medo.-Ela fala.-E minha mãe tava lá com aquele olhar frio. E aí ela pegou a faca e ela...

Ela chora mais.

-Tudo bem, tudo bem.-Falo.-Já disse o bastante.

-Desculpa não poder ajudar vocês, por fazer vocês perderem tempo.-Ela fala.

-Não fez.-Falo e saio.

Henry vem atrás de mim.

-Então a mãe da Lydia fez ela pensar que a culpa do pai dela ter morrido foi dela?-Ele pergunta.-Por que uma mãe faria isso com uma criança?

-Algumas pessoas não nasceram para ser pais.-Falo.-O que acontece agora? Ela pode ficar com a gente?

-Vamos ver.-Falo.-Arruma umas roupas limpas para ela. Vou falar com a Tara sobre o acampamento.

Saio andando.

-EI!-Tara grita do posto do portão.-S/N, MAGNA!

Corremos até ela. Quando subimos no posto, vimos o pessoal de Lydia do outro lado da nossa horta, que ficava na frente do portão.

-Eu sou a Alpha.-Ela fala do lado de fora.-Só queremos uma coisa de vocês:a minha filha.

Alpha era careca, e a única que estava sem máscara. Eu não sei, algo nela era estranho, seu rosto, talvez.

Love in apocalipse•Maggie and S/nOnde histórias criam vida. Descubra agora