-E aí.-Falo para ela.
Na mesma hora ela se assusta e sai da cadeira, sentando no chão, indo para o canto da parede. Abro então a cela.
-Só me responda quem é você.-Falo.
Ela não falava nada.
-Você quer morrer, né?-Pergunto.
-S/n, qual o seu problema?-Henry fala.
-Cala a boca!-Falo.-VOCÊ VIU COMO TODO MUNDO AQUI É, EU SEI QUE VOCÊ ESTÁ ASSUSTADA E É POR ISSO QUE ESTOU TENTANDO FALAR COM VOCÊ NUMA BOA. Porra, eu não quero te matar, mas eu não dou as ordens aqui. Você pode só falar comigo. Todo mundo acabou de enterrar um homem de bem, estão todas prontas para te enforcar agora, só preciso te levar lá para cima. Quantos tem no seu grupo?
-Eu já falei.-Ela fala.
-LEVANTA.-A puxo e encosto ela na parede.-QUANTOS?
-Dez!-Ela diz chorando.-Tinha dez de nós, eu acho. Nós usamos máscara para se misturar e não temos nomes. Tínhamos mas não usávamos.
-Há quanto tempo tá por aqui?-Pergunto dessa vez mais calma.
-Eu não sei.-Ela fala.-Nós andamos junto com os mortos. Com as peles eles não mexem com a gente. Eles nos protegem e protegemos eles.
-Vocês tem acampamento? Muros?-Pergunto.
-Muros?-Ela pergunta.-Muros não mantém vocês seguros. Lugares como esse não sobrevivem, nunca sobrevivem. É assim que é, minha mãe e eu vimos isso acontecer. Minha mãe disse que precisávamos dos mortos para sobreviver. Nunca estamos sozinhas.
-Por que o seu grupo atacou o nosso?-Pergunto e ela não fala.-Por favor, me fala.
-A gente tinha que matar vocês, tá bom?-Ela fala.-É o que as pessoas fazem agora. Todos que estão vivos são uma ameaça. Somos nós ou eles.
-Quantos pessoas tem no seu grupo?-Pergunto.-E eu quero a porcaria da verdade.
-Eu falei a verdade.-Ela fala.
-PORRA, não mente para mim.-Falo.
-A minha mãe, só sobrou a minha mãe.-Ela fala.-Ela é uma pessoa boa, por favor não vai atrás dela. Por favor, ela só é uma mulher sozinha lá fora.
-Você disse que vocês nunca estão sozinhas.-Falo.
-Ela tava no cemitério.-Ela fala.-Ela se separou, só ela.
-Eu tô tentando porra, mas não dá, é tudo mentira!-Falo e pego minha faca.
Eu não queria fazer aquilo. Eu tava tentando ser diferente dos outros, mas ela não ajudava.
Virei as costas para sair mas ela se ajoelha e segura minha mão.
-Não, eu disse a verdade.-Ela fala chorando.
-Eu tô tentando te ajudar, eu fui paciente com você mas assim não dá.-Falo.-E eu te disse o que ia acontecer.
-S/N!-Henry grita.
-CALA A BOCA!-Grito.
-Eu já contei tudo, por favor.-Ela fala.-Por favor me solta.
-S/n, para!-Henry falava.
-Por favor, S/N, não me mata.-Ela fala.
-Sua sorte que quem veio fui eu.-Falo.-Da próxima você já era.
Encaro ela por alguns segundos que chorava e tranco a cela.
Vou até a cela de Henry.-Eu falei para você ficar quieto.-Falo.
-Ela é só uma garota.-Ele fala.
-Quer saber o seu lugar aqui?-Pergunto.-É bem onde você tá. Vai ficar o tempo que for preciso até você ficar mais esperto.
Saio.
-S/a.-O escuto gritando.-S/a, espera!
Sento próximo a uma saída de ar da prisão e logo escuto eles conversando.
-Obrigada.-A menina fala.
-O quê?-Henry pergunta.
-Eu disse:"obrigada".-Ela fala.-Por me salvar.
-Não podia deixar ela fazer isso com você.-Ele fala.-Eu sou o Henry.
Ela demora um pouco.
-Eu sou a Lydia.-Ela fala.
-Muito prazer.-Henry fala.
Anoiteceu e eu ainda estava alí ouvindo as conversas. Ela contou uma história de quando ela era mais nova.
-Eu nunca estive sozinha, meu grupo sempre andou com os mortos.-Ela fala.-Sinto saudade deles. Dos sons, do cheiro.
Fico ouvindo até ela falar algo interessante, mas ela não disse nada, só que a mãe dela era perigosa e não deveríamos nos meter com ela.
No outro dia:
Sento de novo no mesmo lugar e logo Henry começa a falar do reino, fala um pouco a localização mas antes que temrinei, desço até a cela dele.-Oi.O que aconteceu?-Ele pergunta e abro a cela dele.
-Você vai sair.-Falo.
Quando saímos, fico na frente dele.
-Seu imbecil.-Falo dando um leve tapa atrás de sua cabeça.-O que deu em você? Contou para ela do reino? E se tiver gente dela lá fora? Você tem família no reino.
-Desculpa.-Ele fala.-Eu não sabia que isso... Peraí, você tava ouvindo?
-É claro que sim.-Falo.-Eu, a Enid e os outros estávamos revesando.
-Você tava me usando.-Ele fala.
-É, e tava funcionando.-Falo.
-Ela é uma pessoa boa, só ficou confusa lá fora.-Ele fala.-E ela tem razão sobre você, sabia? Você é uma cuzona.
É assim mesmo, tentei ser calma para fazer ela falar e ainda sou uma "cuzona"
-Quer respostas?-Ele pergunta.-Consiga sozinha.
~Adolescente é foda~
Depois de alguns minutos, desço para a prisão. Lydia como sempre corre para o canto da cela. Me sento de frente para a cena, em uma cadeira.
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Love in apocalipse•Maggie and S/n
FanfictionContinuação da minha história História anterior: @SomeSchnapp