comparação

2 1 0
                                    

Na solidão de seu quarto, entre as sombras que se alongam,
A menina escreve, buscando nos versos os seus anseios que estrangulam.
Desabafa seus problemas, num papel que é seu confidente,
Mas um dia, ao ler outras poesias, sente-se inferior e inerente.

Desde então, compara-se com os grandes escritores, que admirava,
E a sensação de inadequação em seu peito se agravava.
Os versos que antes eram seu refúgio, agora são motivo de dor,
Pois a menina se sente incapaz, perdida em seu próprio torpor.

Cobra-se por não ser tão boa quanto aqueles que admira,
E a autoestima da menina despenca, enquanto a angústia suspira.
Nem mesmo escrever, sua paixão mais sincera, consegue aliviar sua dor,
Pois a sombra da comparação a sufoca, negando-lhe todo o fulgor.

E assim, a menina se perde em um labirinto de autoexigência,
Preservando seus sentimentos, numa cárcere de impotência.
Esquece que cada palavra que brota de sua alma é única e singular,
E que suas poesias, mesmo imperfeitas, têm o poder de transformar.

Que a menina possa entender que não precisa ser como os outros,
Que suas palavras têm valor, mesmo que não alcancem todos os portos.
Que ela possa se libertar da cobrança e do peso da comparação,
E encontrar em sua escrita a cura para a sua própria aflição.

No silêncio do seu ser, onde a dúvida se insinua,
A menina busca uma luz que a guie e a desvirtua.
Entre os dilemas que a consomem e os sonhos que a animam,
Sente-se perdida, num mar de incertezas que aprimam.

Nas entrelinhas dos seus versos, onde os sentimentos se desvendam,
Percebe a beleza única de suas palavras, que nunca se abrandam.
Entre a escuridão da autocrítica e a luz da autoaceitação,
Encontra a coragem para seguir em frente, sem hesitação.

No tumulto das emoções que a invadem e a moldam,
A menina descobre que sua voz tem um valor que ecoam.
Que não precisa ser perfeita como os poetas que admira,
Pois sua autenticidade é o que a torna especial e inspira.

E assim, no caminho da autodescoberta e do perdão,
A menina encontra a liberdade em sua própria canção.
E mesmo nos momentos de dúvida e insegurança,
Sabe que suas palavras têm o poder de trazer esperança.

Que ela possa abraçar sua singularidade com gratidão,
E compreender que sua jornada é uma fonte de inspiração.
Que possa continuar a escrever, mesmo nos dias mais sombrios,
Pois sua voz é uma luz que brilha, mesmo nos cantos mais frios.

No silêncio da noite, sob o manto estrelado que reluz,
A menina chora, sua alma dilacerada, seu coração em cruz.
Obcecada pelas estrelas e pela lua, sua maior paixão,
Despeja suas lágrimas, num lamento sobre o amor guitarrista, sua ilusão.

As lágrimas caem, como gotas de chuva em seu rosto,
Enquanto ela observa o céu, seu refúgio, seu posto.
A lua, testemunha silente de suas dores e sonhos,
Compreende sua angústia, enquanto o coração lhe suponho.

Ela chora por um amor que nunca será seu,
Um guitarrista que encanta, mas que jamais lhe deu o breu.
Seus acordes ecoam em sua mente, como uma melodia sem fim,
Enquanto ela se afoga em sentimentos que só pertencem a mim.

No universo vasto, onde os sonhos se constroem e se desfazem,
Ela se entrega à tristeza, ao lamento que a consomem.
Nas notas de uma canção, ela encontra a dor que a acalma,
Mas também a certeza de que esse amor jamais terá calma.

E assim, entre as estrelas que brilham e a lua que a encanta,
A menina chora, sua alma em desencanto, sua esperança em pranta.
Enquanto o amor guitarrista permanece distante, além de seu alcance,
Ela se entrega à melancolia, numa dança de saudade e exaustão, em sua constância.

Caleidoscópio Emocional: Reflexos Do Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora