desabafo

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No eco dos meus pensamentos, onde o silêncio é meu refúgio,
Habita um poema de dor, um lamento que me subjugou.
Trauma do amor que nunca recebi, um vazio que me consome,
Ecos de palavras cruéis, golpes que me entorpecem.

Cresci entre sombras, onde o amor era uma ilusão distante,
Apanhava da vida, de mãos vazias, sem esperança constante.
Castigada pelo silêncio, pela indiferença que me abraçou,
Cada palavra não dita, uma ferida que me dilacerou.

A mãe, com seus comentários ácidos, como espinhos que perfuram,
Semeava dúvidas, alimentava a dor que me torturam.
Me sinto gorda, imprestável, inútil em seu olhar de julgamento,
Uma sombra de mim mesma, perdida em um mar de tormento.

Ódio que consome minha alma, pela imagem refletida no espelho,
Me enxergo feia, repulsiva, em um ciclo de autodesespero.
Rejeito cada traço, cada curva do meu ser,
Em busca de aceitação, em um mundo que me quer desfazer.

A personagem que interpreto, uma máscara que escondo,
Um disfarce para a dor, uma armadura que me rondo.
Me sinto perdida, incompreendida, em meio à minha própria existência,
Uma sombra vagando em um universo de inconsistência.

Minha sexualidade, um enigma que me perturba,
Me sinto perdida, confusa, em um labirinto que me curva.
Pansexual, um rótulo que me confunde, que me aprisiona,
Em um mundo que exige definição, em uma busca que me abandona.

Mas no fundo da escuridão, onde a dor se intensifica,
Há uma chama que persiste, uma luz que ainda se ativa.
A esperança, frágil e tímida, mas que se recusa a perecer,
Guiando-me através do caos, em direção ao amanhecer.

Que eu possa encontrar a paz, a cura para as feridas que me afligem,
Que eu possa aprender a amar, a aceitar o que me desdizem.
Que eu possa me libertar das correntes que me prendem ao passado,
E descobrir a beleza que existe dentro de mim, num futuro que é alvissareiro e bem amado.

Nas sombras do meu ser, uma jornada de autoconhecimento se inicia,
Desvendar cada camada de dor, cada ferida que me mutila.
Aprender a amar a mim mesma, apesar das cicatrizes que carrego,
Encontrar a força para seguir em frente, mesmo quando tudo parece tão amargo.

Aceitar que o amor pode vir de dentro, antes de buscar nos outros,
E aprender que a verdadeira beleza reside na alma, nos nossos próprios portos.
Desafiar as vozes que me condenam, que sussurram mentiras ao meu ouvido,
E encontrar a coragem para desafiar cada insegurança, cada medo reprimido.

Reconhecer o valor de cada aspecto do meu ser, mesmo aqueles que me atormentam,
E abraçar minha individualidade, mesmo quando o mundo me desorienta e me amedronta.
Entender que ser pansexual é apenas uma parte do que sou,
E que minha sexualidade não define minha dignidade, nem meu valor, meu louvor.

Através da escuridão, buscar a luz que ilumina o meu caminho,
Encontrar nas palavras de amor e apoio o conforto que me guia, meu sininho.
E no abraço da aceitação, da compaixão e da autoestima,
Descobrir a paz que tanto almejo, a cura que tanto anseio, a rima.

Que eu possa florescer, mesmo em meio ao terreno mais árido e desértico,
E que eu possa inspirar outros a buscar a beleza que habita no seu ser autêntico.
Que a jornada de autoamor seja uma canção de esperança e renascimento,
E que eu possa finalmente encontrar a paz e a felicidade em cada momento.

Que cada passo dado na direção da cura seja um triunfo sobre a escuridão,
Um testemunho de resiliência, uma vitória sobre a autocondenação.
Que eu possa aprender a perdoar a mim mesma, por cada erro e fraqueza,
E abraçar a jornada de autodescoberta com amor e gentileza.

Que cada lágrima derramada seja transformada em semente de esperança,
E que eu possa encontrar força na fragilidade, uma nova dança.
Que a dor que me aflige seja transformada em sabedoria e compaixão,
E que eu possa ser uma luz para os outros em sua própria escuridão.

Que o amor que procuro fora de mim encontre morada dentro do meu peito,
E que eu possa nutrir cada parte do meu ser com cuidado e respeito.
Que a jornada do autoamor seja uma busca incessante pela verdadeira paz,
E que eu possa finalmente me libertar das correntes que me prendem, enfim, sou capaz.

Que o poema da minha vida seja uma sinfonia de redenção e transformação,
Um testemunho do poder do amor próprio, uma celebração.
Que eu possa encontrar a plenitude dentro de mim, e florescer como uma flor,
E que a minha história possa inspirar outros a abraçar o seu próprio valor.

Que cada verso deste poema seja um lembrete de que a jornada rumo ao amor próprio é uma jornada de altos e baixos,
Mas que cada obstáculo superado nos fortalece e nos aproxima do nosso verdadeiro eu, dos nossos próprios abraços.
Que eu possa honrar a minha própria essência, aceitando todas as minhas imperfeições com graça e compaixão,
E que eu possa reconhecer a beleza que reside na minha autenticidade, na minha própria perfeição.

Que o passado não seja uma âncora que me prende, mas sim um trampolim que me impulsiona para a frente,
E que eu possa encontrar paz e cura em cada momento presente, sem deixar que a sombra do ontem me atormente.
Que eu possa aprender a confiar no meu próprio coração como guia, navegando pelos mares da minha própria jornada,
E que cada desafio que encontro seja uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento, uma lição ensinada.

Que eu possa me amar incondicionalmente, com toda a minha alma e ser,
E que eu possa irradiar esse amor para o mundo, tornando-o um lugar mais belo e acolhedor para se viver.
Que eu possa ser a luz que brilha no escuro, a voz que sussurra palavras de encorajamento e esperança,
E que eu possa sempre lembrar que o amor verdadeiro começa dentro de mim, em cada respiração, em cada dança.

Que eu possa abraçar a minha própria divindade, reconhecendo que sou feita de estrelas e luz,
E que o amor que busco fora de mim já habita dentro de mim, eterno e infinito, um tesouro a ser descoberto, um fruto a ser colhido.

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