J o primeiro - part 6

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Na festa de carnaval, encontrei meu ex,
Três meses após nosso adeus, uma recaída ele quis,
Observava-me de longe, com o amigo a seu lado,
Eu recusei, resisti, mas o coração, dilacerado.

Ele não pegou ninguém, só me observava ali,
E eu, determinada, decidi seguir em frente, assim,
Beijei outro João, diante de seus olhares perdidos,
Uma tentativa vã de esquecer, de fingir, de iludir.

Cheguei em casa, as lágrimas inundaram meu olhar,
Porque mesmo tentando, o amor ainda estava a pulsar,
Era como se o tempo não tivesse passado, não fosse real,
E meu coração ainda ansiava por ele, num desejo fatal.

Cada lágrima que escorria, era um eco do passado,
Dos momentos felizes que juntos vivemos, lado a lado,
Das promessas de amor eterno, dos sonhos que sonhamos,
Agora desfeitos, perdidos, em pedaços que se amontam.

Como pude pensar que poderia esquecê-lo tão fácil assim?
O amor não se apaga como uma chama ao vento, enfim,
É um fogo que queima, que arde, que consome,
Mesmo quando o coração clama por outro nome.

Assim, entre soluços e suspiros, me vejo refletindo,
Sobre o que foi e o que poderia ter sido, sigo revivendo,
Cada momento, cada sorriso, cada palavra dita,
E me pergunto se algum dia a dor dessa despedida diminuirá, aflita.

Mas por agora, deixo as lágrimas lavarem minha alma,
E permito-me sentir a dor, a saudade, a calma,
Porque sei que um dia, mesmo que demore a chegar,
Encontrarei a paz e a cura, para enfim recomeçar.

Até lá, guardarei as lembranças como preciosidades,
E enfrentarei cada dia com coragem e verdades,
Porque mesmo na escuridão da dor, ainda há luz,
E é nela que encontrarei a esperança, a força, a cruz.

Na solidão da noite, mergulhada em meus pensamentos,
Reflito sobre a complexidade do amor e do destino,
Como as circunstâncias podem mudar nossos sentimentos,
E como o coração muitas vezes segue seu próprio caminho clandestino.

Lembro-me dos dias de felicidade e de cumplicidade,
Dos momentos em que éramos um só, em perfeita sintonia,
E agora, diante da separação, sinto a cruel saudade,
De uma vida compartilhada, que se tornou mera nostalgia.

Cada lembrança é como uma faca, perfurando meu peito,
Recordações de beijos roubados, de abraços apertados,
E a dor da realidade se mistura com o lamento perfeito,
De um amor que se perdeu, de um sonho que foi desmantelado.

Mas também há espaço para a esperança, mesmo na escuridão,
A crença de que o tempo pode curar as feridas do coração,
E que cada lágrima derramada é um passo em direção,
A um novo começo, a uma nova chance de redenção.

Assim, entre as lágrimas e os soluços da minha dor,
Percebo que o amor é um labirinto, uma jornada incerta,
Mas é também a fonte de toda a beleza e do esplendor,
Que nos faz sentir vivos, mesmo diante da maior desventura.

Portanto, mesmo que o caminho à frente seja escuro e tortuoso,
Continuarei a caminhar com fé, coragem e determinação,
Porque sei que em algum lugar, além do horizonte nebuloso,
Aguarda-me um novo amanhecer, uma nova inspiração.

E assim, com o coração pesado, mas cheio de esperança,
Deixo-me levar pelas ondas da vida, rumo ao desconhecido,
Com a certeza de que, no final, o amor sempre avança,
E que no final dessa jornada, encontrarei meu destino.

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