Quando veio o inferno?

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POV Narrador

Os meses se passaram lentamente, Jennie acompanhava cada passo da gravidez de forma participativa e isso acabou por aproximar ela de Rosé inevitavelmente.

Mas apesar dos sentimentos elas agiam como amigas que teriam um filho, nenhuma demonstração exagerada de afeto, nenhum carinho além do necessário.

Apesar de passar horas e mais horas falando com a barriga de Rosé, Jennie jamais lhe tocava em outra parte do corpo e muitas vezes evitava olhar em seus olhos.

Elas decidiram fazer um chá revelação e por isso estavam todas reunidas no apartamento de Rosé e Camila.

A decoração em azul e rosa que criava um certo suspense era bem bonita.

As únicas que já sabiam o que era o bebê eram Camila e Jisoo, escolhidas pra madrinha da criança.

Mas havia muito mais gente no apartamento, pessoas colegas de Jennie da delegacia e também vários advogados que trabalharam com Rosé e Camila. Além de vários médicos que trabalhavam com Jisoo.

Dinah tinha ido, levando o pai de Rosé. A loira chegou a pensar que isso poderia gerar algum conflito, mas Jennie os recebeu com muita simpatia e um enorme sorriso no rosto.

Plaquinhas com os nomes Sully ou Miguel estavam espalhados pelo ambiente e o clima era de boas vindas a criança.

Quando cortaram o bolo havia duas camadas de recheio, uma rosa e outra azul. Elas seriam mães de gemeos e pela primeira vez em muito tempo elas se abraçaram e Jennie fez questão de dar um selinho longo em Rosé, visto o tamanho da sua felicidade.

A loira sentiu o coração acelerar, mas nada demonstrou e depois agiu como se nada houvesse acontecido.

Cada um foi pra sua casa depois de muita comemoração e festa.

Mas naquela mesma noite Rosé sentiu parte do seu mundo ruir.

O telefone tocou as quatro e trinta e sete e ela acordou já sentindo que não era boa notícia.

A voz de Dinah estava rouca, como a de alguém que tenta a todo custo segurar o choro.

-O pai descansou R. Acho que ele só tava esperando saber se teria um neto ou uma neta. Eu vou cuidar de tudo e te aviso.

Rosé desligou o telefone sem dizer uma única palavra, as lágrimas banharam seu rosto e ela sentiu seu coração pesado e dolorido. Ficou sem o pai por tantos anos e agora em poucos meses ele foi tirado dela novamente.

Se levantou, segurando a barriga de sete meses e caminhou até o quarto de Camila, onde bateu.

Lauren, que agora vivia ali abriu a porta com cara de sono e viu o estado de Rosé.

Abraçou a loira.

-Camila. Mila.

A latina acordou, viu a cena e rapidamente tomou Rosé em seus braços.

-Meu pai...

Camila logo entendeu e procurou confortar a amiga da melhor forma que podia, sabia que nenhuma palavra seria o suficiente pra aplacar a dor do coração da loira, mas faria o que quer que estivesse em seu alcance.

O velório foi cheio e Jennie apareceu por lá. Rosé sabia que se ela pudesse teria prendido metade das pessoas ali, mas tudo o que ela fez foi segurar a mão de Rosé e deixar claro que estava ali por ela.

Depois do enterro a loira tentou seguir a vida normalmente, apesar do buraco que agora havia em seu coração e cerca de um mês depois seu telefone celular tocou, um advogado que ela conhecia dizia que seu pai tinha deixado um testamento e que a ordem é que ela estivesse presente na abertura.

Aquela filha da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora