Capítulo 54

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|Solange|

Eu passei o dia todo ocupada, preparando o aniversário surpresa de dona Mara, aproveitei minha folga e caprichei no bolo e nos docinhos. Dona Sílvia providenciou os salgadinhos, Kaique preparou as bebidas e Kauã fez várias cartinhas e desenhos para dona Mara.
Ela mora sozinha no Rio, não tem família no aqui e tem poucos amigos, sempre foi uma pessoa muito reservada e desde que se aposentou, sai pouco de casa, mas é uma pessoa muito querida por mim e pelas pessoas que a conhecem.
— Estou preparando uma festinha, me desculpa a bagunça! — pedi, assim que Rafael entrou em casa.
— Sem problemas, Sol...
— Oi. — Kauã apareceu um pouco envergonhado na sala, chamando toda a atenção de Rafael.
— Trouxe sua medalha! — Rafael abaixou na altura de Kauã e o sorriso que antes era tímido em seu rosto, agora era um sorrisão.
— De obediência? — Kauã se aproximou sorrateiro de Rafael.
— Ele merece a medalha de obediência, Sol? — Rafael me olhou.
— Merece demais, ele é um menino muito obediente e só recebe elogios dos professores na escolinha. — respondi orgulhosa.
— Grande garoto! — Rafael o puxou e eles se abraçaram. — Deixa eu colocar a medalha em você então.
Rafael tirou uma pequena medalha do bolso, como se fosse um pingente dourado e prendeu na camisa de Kauã, que sentia-se um soldado condecorado.
Rafael bateu continência e Kauã o correspondeu da mesma forma.
— Quer ficar para o aniversário da dona Mara? — convidei Rafael. — Ela vai adorar te conhecer!
— Fica, por favor! — Kauã insistiu, enquanto Rafael levantava-se.
— Claro e eu posso ajudar em alguma coisa?
— Pode me ajudar a prender as bexigas ali em cima? É um pouco alto e o Kaique saiu pra buscar as bebidas. — pedi.
— Vamos lá!
Não era só o Kauã que estava feliz com a presença de Rafael aqui em casa, eu também estava e muito.

Prendemos as bexigas e eu terminei a organização da mesa com a ajuda de Rafael e Kauã. Estava tudo simples, mas feito com muito amor e carinho.
Minutos depois Kaique voltou acompanhado de Carol, depois chegou dona Sílvia e seu Durval, todos animados e procurando por dona Mara que nem sonhava com o que estávamos preparando pra ela.
— Silêncio. — pedi, passando pela porta. — Vou chamar dona Mara e assim que ela entrar, nós gritamos surpresa!
Fechei a porta e caminhei apressada até a casa de dona Mara, a chamei e em segundos, ela apareceu na porta de sua casa.
— A senhora poderia vir aqui em casa? — pedi, fingindo aflição. — Acho que tem um bicho ali na cozinha e não consigo achar, preciso de ajuda e o Kaique não está em casa.
— Claro, filha, vamos lá ver! — tirou a chave de sua porta, passou, trancou e desceu apressada na minha direção. — Será que é um rato?
— Deve ser, dona Mara, eu e Kauã estamos morrendo de medo. — fiz minha melhor cena e nós fomos na direção da minha casa. — A senhora pode entrar na frente? Sou medrosa, a senhora sabe, né?
Dona Mara tomou a frente e quando entrou tomou um grande susto ao ver todos gritando surpresa. Sua reação foi rir e comemorar com as pessoas que estavam ali, seu rostinho feliz fez tudo valer a pena, toda correria, todos os preparativos.
— Eu vim aqui jurando que tinha um bicho na cozinha, dona Solange! — dona Mara me abraçou de lado e nós rimos.
— Eu sou uma boa atriz, né dona Mara?! — respondi convencida e ela riu, concordando com a cabeça.
Dona Mara recebeu as felicitações de todos, Kauã, dona Sílvia, seu Durval, Carol, Kaique e até do Rafael, que ela questionou se era meu namorado... meu rosto ficou mais vermelho que um tomate, enquanto eu e Rafael tentávamos desconversar tudo na frente de Kauã, o que foi inútil já que seu Durval falava alto e em som que eu e Rafael somos um casal lindo.

...

SUNSHINE (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora