Capítulo 40

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|Rafael|

Depois do almoço, Solange tirou a mesa e foi lavar a louça, eu me ofereci pra ajudar, mas ela recusou completamente e disse que ela mesma faria tudo sozinha.
— Fiz uma coisa. — chamei a atenção de Solange. — Terminou aí?
— Terminei! — saiu da cozinha e eu apontei para os controles do vídeo-game.
— Sabe jogar vídeo-game?
— Nunca tentei! — respondeu, rindo.
— Vem aqui então! — a chamei. — Vou te ensinar o básico do jogo, com o tempo e com mais vezes jogando, você aprende.
— Meu Deus, sei que sairei péssima nesse jogo, mas não custa tentar.
Nos sentamos no sofá, lado a lado, coloquei um dos controles nas suas mãos e expliquei os comandos de cada um, expliquei como funcionaria o jogo e ela pareceu concentrada em tudo que eu disse.
— O que eu faço? — questionou aflita e eu comecei a rir. — Eu vou morrer no jogo, Rafael, me ajuda!
— Atira, é na tecla verde! — a olhei e ela apertou várias vezes na tecla verde gastando toda munição que tinha em um único inimigo no jogo.
— Se o Kauã descobre que joguei vídeo-game com o soldadinho preferido dele, ele vai morrer de inveja. — ironizou e nós rimos.
— Qualquer dia desses você traz ele aqui pra jogar comigo! — levantei os ombros e ela assentiu, sorrindo.
Minha diversão foi assistir Solange tentando jogar, atirando para todos os lados e se mexendo junto com o controle, como se fosse mexer alguma coisa no jogo, ela até levantou do sofá, enquanto jogava.
— Muito difícil! — resmungou, quando perdemos a sexta partida.
— Com o tempo pega prática!
— Eu sinceramente acho mais fácil fazer minha receita mais complicada do que ficar aqui tentando com esse jogo. — estendeu o controle na minha direção e eu ri. — Me entregando oficialmente ao desastre que foi esse jogo! Acho que aqueles jogos onlines de vestir bonequinhas, seria mais adequado para minha capacidade motora...
Eu já não prestava mais atenção no que ela falava, apenas observava o movimento dos seus lábios, falando, rindo, sorrindo e convidando os meus lábios.
— Mas eu vou aprender e vou te vencer nas partidas de vídeo-game! — Solange bateu levemente em meu ombro com o controle e eu acordei do meu transe.
— Com certeza vai! — respondi e ela riu.
— Eu preciso ir agora... — levantou-se do sofá e eu fiz o mesmo. — O Kauã deve estar me esperando, ele já até decorou a hora que eu chego em casa novamente.
— Está formando tempo de chuva, não quer que eu te leve? — apontei para a sacada, onde dava pra ver as nuvens carregadas de chuva.
— Não, imagina, eu pego o ônibus e é rapidinho!
— Mas e se você tomar chuva no ponto de ônibus? Eu te levo, vamos! — insisti.
Convenci Solange e então nós dois descemos juntos para o subsolo, entramos no meu carro e saímos do prédio juntos.
A chuva já começava a cair do lado de fora, ela com certeza teria tomado um banho até chegar no ponto de ônibus e ainda tomaria mais chuva, esperando o ônibus chegar no ponto.
— Espero que não chova Sábado. — comentei com Solange, enquanto ela observava a paisagem que passava pelo vidro do carro.
— Eu também espero. — sorriu, voltando sua atenção a mim. — Já pensou em algum lugar pra irmos?
— Pensei em vários, mas parece que nenhum se encaixa. — suspirei, apertando o volante com as mãos.
— Conheço um restaurante muito famoso aqui no Rio, ele recebe moradores e visitantes todos os dias... — começou e eu assenti, para que ela continuasse falando. — É um lugar bem divertido, nos dias de sábado tem roda de samba e pagode, eu acho que é um lugar divertido pra irmos!
— Então vamos, onde fica?
— Então... fica na Barra da Tijuca, mas o restaurante não é careiro, eu fui lá duas vezes só e das vezes que fui, eu amei demais!
— Combinado, vamos nesse restaurante, mas já aviso que não vou dançar nem samba, nem pagode, nem nada do tipo! — alertei e nós rimos.
— Para, você tem a maior cara de ser um pé de valsa!
— Nem nas outras vidas! — neguei prontamente e ela riu alto.
— Eu sei sambar, vou te ensinar! Você me ensina a jogar vídeo-game e eu te ensino a sambar!

...

SUNSHINE (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora