Capítulo 66

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|Rafael|

Era a vez de Solange entrar no mar, ela foi acompanhada de Kauã e eu os segui com o olhar, mas confesso que minha atenção estava quase toda presa em Solange, era a primeira vez que eu a via de biquíni e eu nem sei dizer que sensações estranhas eu senti quando ela tirou a saída de banho e levantou tão... gata do meu lado.
Quando eles caminhavam de volta, eu notei que Solange parecia um pouco desconfortável, segurando a parte de cima do seu biquíni, até que ela sentou-se ao meu lado e pediu que eu amarrasse seu biquíni que havia soltado e estava escorregando.
Segurei as tiras do biquíni e por um instante, voltei a imaginar coisas que não devia. Coisas íntimas demais para serem ditas e sequer pensadas. E não estou imaginando isso por causa de duas tiras de biquíni, estou imaginando por sentir a pele de Solange tão exposta em meus dedos e eu tenho vontade de saber como é tocar cada parte de seu corpo.
— Ele não quer ficar na água, tem medo das ondas. — Solange recostou-se melhor na cadeira, enquanto Kauã brincava na areia com dois baldes cheios.
— Medroso. — chamei a atenção de Kauã e ele fez careta pra mim. — Se quiser voltar para o mar, eu fico aqui tomando conta dele.
— Prefiro ficar aqui e não correr o risco de quase perder meu biquíni novamente.
— Eu estava pensando... — cocei a garganta. — se você e o Kauã não querem jantar lá em casa hoje, a gente pede uma pizza, ou qualquer outra coisa que vocês preferirem.
— Por mim, perfeito! — deu de ombros. — Quando formos embora, eu aviso meu irmão.
— Beleza! — sorri, voltando minha atenção para Kauã que continuava com seus baldes de areia.
— Rafael? — Solange segurou minha mão, puxando na sua direção. — Eu sei que você já ouviu isso de mim várias vezes, mas eu queria te dizer novamente, que você é um homem incrível!
— E você é uma mulher incrível, Sol, tem toda minha admiração. — segurei seu queixo e me aproximei, deixando um beijo em seus lábios.
— Não acredito. — escutamos a voz incrédula de Kauã.

Bastou um simples beijo para o Kauã iniciar um questionamento quilométrico. Solange e eu tentávamos explicar, mas a cada resposta, ele fazia uma pergunta nova e eu não sabia mais o que responder.
— Mas eu vi que foi um beijo, igual aqueles que aparecem nas novelas...
— Tudo bem, filho, você venceu! — Solange se deu por vencida.
— Vocês estão namorando?
— Não, claro que não... — eu e Solange voltamos para as explicações, mas ele nos observava sem estar convencido.
— Mas se vocês se beijaram, é porque estão namorando...
— Mas não funciona assim, filho! — Solange insistiu.
— Então vocês vão namorar depois? — gesticulou com as mãos e eu ri, observando Solange ficar sem mais respostas. — Você tem que pedir pra mim, se pode namorar minha mamãe, tá bom? — ele parecia iniciar um papo de homem para... garotinho de sete anos.
— Claro, eu peço antes...
— Ou seja, se você vai pedir minha autorização, significa que você quer namorar minha mamãe. — disse de uma vez e eu e Solange nos entreolhamos envergonhados.
— Vai aproveitar a praia, daqui a pouco vamos embora pra casa do tio Rafael.
— Você quer que fique brincando, só pra vocês darem mais beijinhos. — semicerrou os olhos na direção de Solange e eu ri. — Pode beijar, eu vou fingir que não estou vendo, mamãe.
— Ai ai, o que eu faço com você, Kauã? — Solange colocou as mãos na cintura.
— Na escola a gente fica assim: tá namorando, tá namorando... — a cada frase, uma palma.
— Já te explicamos que não estamos namorando, agora vai brincar vai.
— Mas o tio Rafael disse que vai me pedir autorização pra namorar com você e se ele vai pedir, significa que ele quer te namorar. — estalou os dedos. — Pode confessar que você quer namorar minha mamãe...
— Meu Deus, Kauã, para com isso! — o repreendeu.
— É, ele não está muito errado não. — respondi.

...

SUNSHINE (Luan Santana)Onde histórias criam vida. Descubra agora