Quando me perguntam quem sou, digo: sou um cara extremamente consciente, tão consciente que dói na alma. Às vezes, um cara meio pirado que já não tem muito o que perder. A vida me fez ser esse sujeito beirando o cinismo e a loucura, que vive a vida no seu completo absurdo. Sofro e me alegro com a casualidade do destino e suas incoerências.
Ao refletir sobre quem sou, percebo que minha consciência revela tanto as belezas quanto as sombras da existência. Essa consciência aguçada não apenas me permite apreciar a complexidade do mundo ao meu redor, mas também mergulhar nas dores mais profundas da alma. Amplificando emoções tornando-as quase insuportáveis. A consciência, então, torna-se uma faca de dois gumes, trazendo tanto clareza quanto angústia. É como se estivesse constantemente tentando equilibrar-me à beira de um precipício, navegando entre a compreensão e a agonia, entre a luz da verdade e a escuridão da dor.
Estar inteirado do momento presente e da vida como ela é já não me traz tantas aflições como antes. Às vezes, até mesmo penso que seja uma dádiva estar presente e absorvido por cada detalhe. A efemeridade traz mais doçura a cada ciclo da vida e nos torna mais destemidos para tentar viver, sem medo de perder-se.
Ao mergulhar mais fundo nesse imenso oceano de possibilidades e contradições, descubro que a sabedoria também reside na aceitação da incerteza e a coragem de abraçar o desconhecido. Não há manual de instruções para a existência. É como se a vida fosse um quebra-cabeça, onde cada peça se encaixa perfeitamente em sua imperfeição, formando um quadro único e incomparável.
Por isso, quando me perguntam quem sou, sorrio e respondo: sou um eterno aprendiz na escola da vida, navegando pelos mares da existência com humildade e gratidão, ou pelo menos tentando. Pois, afinal, é na jornada que encontramos o verdadeiro significado da nossa breve passagem por este mundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário de Alguém que Cresceu às Pressas
RandomNum mundo obscurecido pela desilusão e pela introspecção, acompanhamos a jornada de um protagonista atormentado pela lucidez de sua própria alma. Nessa narrativa introspectiva, o protagonista confronta sua própria insignificância e mediocridade, enq...