Diário de Alguém que Cresceu às Pressas

NOITE DE VERÃO

À medida que o tempo passava, também me surgia um sentimento de apatia. Parecia-me que nada de novo aconteceria e que já havia experimentado de tudo um pouco. No entanto, a vida, muitas vezes, nos surpreende com reviravoltas inesperadas.

Ao te conhecer, você trouxe consigo um pouco de alegria e luz a minha jornada. Nada se compara a casualidade de uma boa companhia nessa caminhada agonizante e efêmera. Para aqueles que compreende a vida nua e crua, sabe da sua fragilidade e da brevidade da vida, o quão prazeroso é partilhar conversas e momentos quando ambos valorizam a pequena fração de tempo um do outro, contemplam a companhia, aquele instante que se faz íntimo na finitude do relógio da vida.

Nunca imagine que experimentaria essa sensação tranquila de algo intenso e, ao mesmo tempo, sereno. São sensações que nunca havia sentido. Como se a vida me ensinasse que o passar dos anos traz consigo a capacidade de apreciar as nuances mais delicadas da existência.

Não se trata de uma paixão feroz que consome tudo à sua volta, é se fosse uma chama latente, queimando de forma constante. Assim como o mar, que em sua superfície calma esconde a agitação das ondas sob a brisa. É uma verdadeira sinfonia de emoções. Mas somente o maestro, no íntimo de seu coração, compreende o que se passa.

Agora, quando planejo te encontrar às 18h, desde às sete da manhã, não apenas crio cenas em minha mente, mas também saboreio cada instante que antecede nosso encontro. Observo como você é encantadoramente desajeitada e irresistivelmente cativante. Seus gestos e palavras eu não canso de ouvir.

Você desperta minha curiosidade e me arranca risos, a cada sorriso um lembrete de como a vida pode ser surpreendente e bela, mesmo quando menos esperamos. Essa noite de verão, com você ao meu lado, o som suave das ondas do mar, é o momento que quero guardar em minhas memórias.