Hoje escrevo não para ser algo bonito de se ler, escrevo porque quero. Mesmo chapado de uísque e cerveja, escrevo para tentar esquecer. Esquecer amores que amei sozinho na tentativa de esquecer, que me corroem. Bebo e fumo para ver se um dia consigo esquecer esses amores frustrados.
Lembro do primeiro poema que escrevi para ela. Naquele momento, me sentia bem em escrever, mesmo conhecendo seus defeitos. Estava novamente disposto a amar. Que pena que o outro só estava disposto a amar a si próprio. Eu sabia o que queria, mas não sabia coisa alguma.
Cada um vive seu próprio inferno, mesmo sem estar consciente da sua punição. Alguns irão sucumbir, outros enlouquecer. E eu rezo para ter a coragem de evoluir no meu próprio inferno. Desejo elevar minha alma enquanto vivo e sobrevivo a esse mesmo inferno de tentar existir.
Às vezes, me pergunto se algum dia encontrarei paz. Se um dia os fantasmas do passado deixarão de me assombrar. As memórias das noites solitárias e dos sonhos desfeitos são pesadas, e carrego esse fardo como se fosse parte de mim. Tento encontrar consolo na escrita, nas palavras que brotam do fundo da minha pobre alma.
Escrever é um alívio, uma forma de liberar o que está preso dentro. As palavras fluem como um rio, levando consigo a dor e a angústia. Cada frase escrita é um passo em direção à redenção, uma tentativa de encontrar significado em meio ao caos e à dor.
Continuo a escrever, mesmo quando as mãos tremem e a visão fica turva. Porque sei que, no fundo, essa é a minha maneira de lutar contra a escuridão. De enfrentar meus demônios e tentar encontrar a luz. E talvez, um dia, eu consiga deixar para trás todas as cicatrizes, ressentimentos e finalmente viver em paz comigo mesmo.
Até lá, sigo bebendo e escrevendo. Escrevendo para esquecer, e talvez não enlouquecer, para lembrar, para existir. Porque, no final, é isso que me mantém vivo. As palavras são minha salvação, meu refúgio, minha força. E enquanto houver tinta no papel, haverá esperança.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diário de Alguém que Cresceu às Pressas
De TodoNum mundo obscurecido pela desilusão e pela introspecção, acompanhamos a jornada de um protagonista atormentado pela lucidez de sua própria alma. Nessa narrativa introspectiva, o protagonista confronta sua própria insignificância e mediocridade, enq...