Hoje, decidi começar a escrever sobre a minha jornada como alguém que cresceu às pressas. Sinto-me como se tivesse sido lançado em um mundo de adultos antes mesmo de estar preparado para isso. As responsabilidades e expectativas foram empurradas sobre mim de forma tão repentina que, às vezes, sinto que estou apenas tentando acompanhar. Neste pequeno refúgio, será onde os pássaros que jazem no meu peito podem finalmente voar livremente, onde encontraram espaço para não morrerem completamente. Não escrevo por vaidade, mas sim porque sinto uma necessidade profunda de mitigar a dor que carrego dentro de mim. Escrevo porque tenho fome de uma libertação que só as palavras podem proporcionar.
O álcool por algum motivo me ajuda a escrever, talvez porque desperte esse meu lado sentimental. Quando pego a caneta e coloco as palavras no papel, sinto que mesmo momentaneamente, posso respirar levemente. É como se desse asas às palavras e me permitisse que eu voasse acima das nuvens sombrias que pairam sobre mim. Hoje digo com todas as palavras: sentimental demais eu sou, e escrevo para aqueles que amam e sofrem como eu. Nas grandes canções nacionais, como as de Altemar Dutra e Nelson Gonçalves, encontro conforto. Não me sinto tão sozinho nesse mundo sabendo que um dia também existiram pessoas como eu, e talvez ainda existam. Raros são esses seres de alma melancolicamente linda, perturbados e ávidos, porém plenamente belos.
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Diário de Alguém que Cresceu às Pressas
De TodoNum mundo obscurecido pela desilusão e pela introspecção, acompanhamos a jornada de um protagonista atormentado pela lucidez de sua própria alma. Nessa narrativa introspectiva, o protagonista confronta sua própria insignificância e mediocridade, enq...