Gostaria de descrever as coisas mais lindas, mas minhas mãos apenas conseguem expressar o que sinto. Peço desculpas, Pai, ajuda-me, ó Deus Pai, a enxergar o que meus olhos ainda não conseguem ver. Sinto-me cada vez mais estranho em relação a mim mesmo e ao mundo. Entorpeço-me na tentativa de me sentir vivo, mas peço tua ajuda, Pai. Bebo e embriago-me e tudo, e tudo continua a dançar em minha mente, embaraçadamente entorpecida. Esses demônios continuam a brigar enquanto me consomem lentamente, dia após dia. Imploro, Pai, que me concedas olhos de poeta para viver a tranquilidade de uma vida comum e a capacidade de enxergar a beleza do que é verdadeiramente belo. Sinto medo do que a vida tem feito de mim. Neste momento, estou apenas sendo quem sou com as cinzas que restaram.
Ainda não tenho certeza de quem deveria ser, peço que ajudes e acalmes nas horas de mares turbulentos dentro do meu peito. Suplico-te que me concedas a louca coragem de viver. Aos poucos, percebo a fragilidade da minha existência, como uma vela que vacila diante da brisa. Anseio por encontrar um propósito maior, algo que me guie além da embriaguez e do caos que me consomem. Busco a luz, aquela que ilumina os corações dos que têm olhos para ver, dos que conseguem decifrar os enigmas sutis do mundo.
No silêncio das noites insones que sussurro minhas preces, buscando respostas para as incertezas que me corroem. Pai, permita-me encontrar a paz que se esconde nas pequenas coisas, nos gestos de bondade, nas paisagens que me passam despercebidas. Quero resgatar minha essência de poeta, que se perdeu nas sombras da minha jornada tumultuada.
Despojado das máscaras que usei para encobrir minha dor, encaro-me no espelho com honestidade. Reconheço minha fragilidade, mas também encontro força na vulnerabilidade. Preciso aprender a ser gentil comigo mesmo, a acolher minhas falhas e encontrar redenção nas segundas chances que a vida me oferece.
Pai, guia-me pelos caminhos da sobriedade, não apenas no sentido literal, mas na busca por uma mente desperta e clara. Dá-me a coragem de enfrentar meus demônios interiores, de confrontar meus medos e encontrar a beleza mesmo nas ruínas que construí. Que eu possa renascer das cinzas como uma ave fênix, com a determinação de reconstruir minha vida com base na verdade e na autenticidade.
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Diário de Alguém que Cresceu às Pressas
DiversosNum mundo obscurecido pela desilusão e pela introspecção, acompanhamos a jornada de um protagonista atormentado pela lucidez de sua própria alma. Nessa narrativa introspectiva, o protagonista confronta sua própria insignificância e mediocridade, enq...