CAPÍTULO 32

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Pov SN




Estava sentada na grama, em frente ao local onde enterramos Zélia. Optamos por enterra-la na fazenda mesmo, era o lar dela, foi o lar de Miguel, lar de Ian, e meu lar. Acreditamos que ela iria querer ser enterrada no lugar onde sua família se construiu.





Enterramos ela ontem de tarde, e desde então, eu não sai daqui. Por mais que fizesse frio e chovesse, eu não consegui sair daqui, eu precisava ficar perto dela. E assim como foi dito por ela, o dia amanheceu nublado e frio, os galhos das árvores estavam secos, as árvores já sem folhas, as flores já nem pétalas tinham mais. E eu? Eu já estava sem esperanças de que um dia tudo isso fosse acabar.





A única coisa que eu desejava no momento, era que tudo fosse um pesadelo, e então eu acordaria com meus 6 anos novamente, sem preocupações, sem dores, sem perdas, apenas ansiosa para o nascimento dos gêmeos. E então eu conheceria Kate, seríamos amigas, mas quando chegassemos no colegial, nutrimos um sentimento mais profundo do que amizade, e então namorariamos, daria um jeito de conhecer Zélia e Ian, e assim eu me casaria com Kate. E bem ao meu lado no altar, estaria Zélia.





Mas às vezes, sonhos não se realizam, contos de fadas não são verdadeiros, e finais felizes não são uma opção.




— SN — ouço a voz de Kate atrás de mim, mas não me viro para olha-la.




Desde ontem, não troquei uma palavra sequer com alguém.




— Tá na hora de ir — ela avisa, mas não ouço seus passos se distanciando, apenas o silêncio.




E de repente, sinto braços me rodearem, e assim a Bishop deita sua cabeça em meu ombro, ela abraça fortemente, e sem conseguir mais evitar, abaixo minha cabeça, assim me entregando ao choro. Parecia que todas as lágrimas que eu havia segurado durante esses dez anos, estavam despertando nesses últimos dias.




— Eu sinto muito, eu gostava da Zélia, ela era incrível — diz Kate abafado por seu rosto estar contra meu ombro.




— Incrível é uma palavra... Curta para descreve-la, ela era maravilhosa, sensacional, excepcional... Ela era minha família — falo suspirando audivelmente.




— Sei que dói, e imagino o que esteja sentindo, mas eu quero que saiba, eu vou estar aqui, ao seu lado, para sempre — ela diz e deixa um selar em minha bochecha.




Viro meu olhar para ela, encontrando seus olhos castanhos levemente esverdeados, e assim desço meu olhar para seus lábios, e ela repete o ato. Nós nos aproximamos, e assim juntamos nossos lábios e um selar, apenas isso, mas ainda sim, algo que carregava diversos sentimentos, mas dentre deles, o que mais se destacava, era a paixão.




Nos afastamos e ainda de olhos fechados, encostando nossas testas e apenas permanecemos ali, juntas.




— Promete que vai ficar ao meu lado pra sempre? — pergunto me afastando um pouco abrindo meus olhos, e logo ela também o faz.




— Prometo, você promete? — confirma e logo após pergunta, nossas vozes saiam baixas, como sussurros.




— Prometo — falo e vejo um mínimo sorriso aparecer em meus lábios, sorriso qual eu retribuo, era inevitável não sorrir com ela por perto.




— Precisamos ir — ela diz se virando para trás, e logo volta seu olhar para mim esperando minha confirmação.




Apenas me levanto em silêncio, ela se levanta junto a mim, e assim caminhamos até perto da casa novamente, assim encontrando todas já prontas para ir. Meu olhar vai para Morgan, que estava com seus olhos avermelhados junto a ponta de seu nariz, provavelmente passou a noite chorando.




Maximoff Daughter ( Kate Bishop and SN G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora