Capítulo 1

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Miranda Rodrigues on

Lembro de poucas coisas sobre o meu pai, mas lembro que ele estava sempre a sorrir e feliz, aliás, eu o considerava a pessoa mais feliz do mundo. Uma frase em especial que ele costumava dizer ficou gravada em minha mente " Quando não existem inimigos interiores, os inimigos exteriores não te conseguem ferir." Na época, eu não compreendia completamente o que aquilo signficava, mas amava ouvir a forma como ele a dizia. Amava a maneira como ele interagia comigo e com a minha mãe, como ele cuidava de nós. Simplesmente o amava muito. Por isso, nunca consegui entender o motivo dele um dia ter deixado,abandonado a mim e a minha mãe. Depois disso a minha mãe
ficou distante e a nossa relação nunca mais foi a mesma.

Na escola, quando souberam que o meu pai nos deixou algumas crianças começaram a praticar bullying comigo. Diziam que ele me deixou porque era" estranha", "esquisita" . Inicialmente, essas palavras me machucavam muito, e as dúvidas começaram a surgir " Será que o meu pai não gostava mesmo de mim?" " Eu tenho realmente algum problema?". Decidi não contar para a minha mãe sobre as provocações, para não entristecê-la. Comecei a me isolar, a ficar sozinha, pois com quem eu conversaria? Minha mãe estava sempre trabalhando e na escola, as crianças pareciam não gostar de mim, excepto uma menina.

(...)

Um novo dia começa com o despertador do meu celular, sinalizando o início da segunda semana de aulas, me fazendo levantar e ir em direção ao banheiro me higienizar.

Durante o pequeno-almoço com a minha mãe o silêncio se instala entre nós, o que é normal na nossa rotina.

Roberta: Miranda, devias estar pronta para a escola se não queres chegar tarde. Não é correto chegar tarde.-Minha mãe diz, concentrada em seus papéis de trabalho.

Miranda: Sim, mãe.- Respondo, levantando-me para me preparar e sair de casa.

** Na escola **

Miranda: Oi Flâvia, tudo bem ?- Cumprimento a minha melhor amiga quando a vejo aproximar-se.

Flâvia: Miiii, tudo sim e tu ?- Responde pela dando-me um abraço. Ela se inclina um pouco para abraçar-me, já que é um pouco mais alta, com seus 1.70m de altura.

A Flâvia Afonso é a minha melhor amiga desde sempre. Um dia quando éramos pequenas, ela me defendeu de outras crianças que estavam me provocando, e desde esse dia nunca nos separamos.

Miranda: Estou bem também. Mas tu parece muito contente, aconteceu alguma coisa?

Flâvia: Ontem vi o Augusto passar perto da minha casa e fiquei a observá-lo pela janela, ele estava lindo.- Diz ela, toda sorridente.

Eu sorrio ao vê-la feliz.

O Augusto Smith é o crush da Flâvia desde sempre, e ele também é o líder da associação estudantil, muito popular, mas parece simpático também. A Flâvia sempre teve dificuldade de falar com ele, devido à sua vergonha, mas ela normalmente fala tudo que pensa.

Flâvia: Vamos para a sala?- Diz, já me puxando e contando coisas aleatórias pelo caminho.

** Sala de aula **

Chegamos atrasadas à sala, um atraso de uns 3 minutos que a professora Natália deve considerar 20 minutos pela forma zangada como olha para nós.

Natália: Menina Afonso e Rodrigues, vocês estão atrasadas!- Repreende ela com a voz alterada.

Miranda e Flâvia: Desculpe, professora.- Pedimos juntas, esperando para entrar.

Natália: Vão sentar-se e silêncio aos demais.- Ordena ela, voltando a sua atenção para a matéria.

Todos estão prestando a máxima atenção ao que ela está dizendo. A professora Natália, também chamada de "Chatália" pelos alunos é bastante rigorosa, maior parte dos alunos sentem medo dela, e tenho quase certeza que alguns professores também sentem. Ela é conhecida por impor muitos trabalhos e avaliações surpresas, e também por odiar atrasos em suas aulas.

-Posso entrar ?- alguém pergunta, e logo todos estão olhando para aquele rapaz na porta admirados, excepto a professora Natália que o olha zangada.










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Primeiro capítulo da história para vocês , e espero que se divirtam a ler. Quem será que está na porta ?

Se tiver erros me avisem
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Beijos.

Vivendo além do MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora