Capítulo 4

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Leonardo Ribeiro on


Leonardo: Fernanda, certo? - pergunto, ainda um tanto distraído, mas recordando que ela já tinha se apresentado alguns dias atrás.

Fernanda: Isso mesmo, Fernanda. - respondeu, olhando ao redor brevemente antes de voltar o olhar para mim. — Notei que estás indo para casa sozinho, então vim oferecer uma carona. - disse, sorrindo e indicando um belo carro preto de marca Mercedes-Benz, com um senhor idoso ao volante.

Leonardo: Não, obrigado. Prefiro caminhar. - respondi, gosto de aproveitar o tempo sozinho para refletir sobre algumas coisas que passam pela minha mente.

Fernanda: Claro, mas o convite fica de pé. - disse, me dando um beijo na bochecha antes de acenar e partir.

(...)

Leonardo: Oi, mãe. - entrei no quarto e me sentei na cadeira ao lado de sua cama.

Lúcia: Oi, filho. Como você está? - perguntou, virando-se para me olhar.

Leonardo: Não importa, mãe. O importante é saber como você está se sentindo. - respondi, com um tom que mais parecia uma preocupação.

Lúcia: Claro que importa, filho. E não se preocupe, estou bem. - ela tossiu um pouco, mas ainda sorriu, um sorriso tão lindo e bonito quanto ela.

Leonardo: Ele deu os remédios para você? - perguntei com indiferença.

Lúcia: Leo, já te disse para não falar assim do teu pai. Eu tomei os remédios sozinha, e seu pai teve que sair. - ela me repreendeu com um olhar, mas não pude deixar de sentir essa indiferença em relação a ele... meu pai... eu sabia que ele não se importava, mas esperava que ao menos ajudasse a cuidar da minha mãe enquanto estou na escola, em vez de sair para fazer seus "negócios sujos" que ele tenta esconder de nós, mas eu sei muito bem, e aposto que minha mãe também sabe ou suspeita.

(...)


Depois de algumas horas, minha mãe adormeceu, então fui até a cozinha para beber um copo d'água quando ouvi a porta da frente se abrir, passos até a sala e duas vozes familiares conversando:

Douglas: Está tudo indo bem, Rodrigo?

Douglas é um velho conhecido da família, amigo próximo do meu pai há anos. Lembro-me dele desde os meus oito ou nove anos, quando costumava visitar nossa casa com frequência. Sei que ele está envolvido nesses trabalhos sujos ao lado do meu pai.

Rodrigo: Sim, e provavelmente terminaremos esse "serviço" até amanhã.

Douglas: Com certeza, e o pagamento será generoso, irmão. - ele falou alto, e pude notar um tom de satisfação em sua voz.

Rodrigo: Fala mais baixo, cassete! A Lúcia deve estar dormindo, e o moleque deve estar no quarto dele. - ele repreendeu o amigo.

Douglas: Tudo bem, tudo bem, mas você ainda não quer envolver o Leonardo nos nossos negócios, pensa nisso? Ele já tem uns 17 ou 18 anos, não é mesmo? - perguntou, continuando. — Ele é inteligente, sei disso, com certeza nos ajudaria muito.

Rodrigo: Não Douglas! Não quero o Leonardo nesses negócios. Ele é muito sentimental e iria desistir. Esse garoto é igual ao meu irmão... eles se acham muito inteligentes e julgam bastante, mas não são ninguém. Ninguém mesmo.

Nesse momento, respirei profundamente e tomei um gole de água para acalmar a raiva que fervia dentro de mim. Não me importo com o que meu pai diz ou faz, não me importa se ele gosta de mim ou não, e definitivamente não tenho interesse em me envolver em seus negócios obscuros.



Miranda Rodrigues on


O jantar está pronto; após arrumar a mesa, minha mãe e eu nos sentamos. Servimos nossos pratos em meio a um silêncio que parece ser nossa rotina. Enquanto comemos, observo minha mãe, pensando em como poderíamos ser mais próximas, compartilhando conversas como mãe e filha. No entanto, desde que meu pai partiu, esse silêncio se tornou rotina entre nós.

Roberta: Como foi à escola? - quebra minha mãe o silêncio entre nós.

Miranda: Correu tudo bem, mãe - respondo. —Hoje uma menina convidou muita gente da escola para uma festa que dará neste sábado.

Roberta: Humm. - murmura minha mãe, e então continua. — Esse tipo de festa, com muita gente, me deixa apreensiva. Os jovens de hoje são muito irresponsáveis. Ainda bem que você não gosta desse tipo de ambiente, Miranda.

Miranda: Sim, mãe, a senhora tem razão. - respondo, baixando um pouco a cabeça e continuando a comer.




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Obrigada por tudo
E beijos

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