Capítulo 17

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Leonardo: — Hoje é o dia que a gente vai pro hospital, pronta pra fazer os exames? — pergunto, tentando mudar de assunto. No fundo, ainda me pergunto se algum dia meu pai e eu conseguiremos ser uma família de verdade.

Lúcia: — Estou pronta, filho —  responde, levantando-se e pegando sua bolsa.

Leonardo: — Já chamei o uber faz um tempo — digo, dando espaço para que ela passe, fechando a porta do quarto logo em seguida.

Lúcia: — Deve ser ele que tá buzinando então.

Pego meu celular enquanto saímos de casa. Cuido de trancar todas as portas, já que sei que meu pai só deve chegar mais tarde e nossa visita ao hospital pode demorar.

(...)

— Lúcia, Leonardo, como estão? — pergunta Inês, uma enfermeira que já nos conhece há tempos. Ela deve ter uns 40 anos.

Lúcia: — Bem e você, querida? — responde, sorrindo para ela.

Inês: — Ah, eu também — diz, sorrindo e abraçando minha mãe.

Leonardo: — Muito trabalho? — pergunto  vendo o movimento do hospital.

Inês: — Trabalho nunca falta, querido, especialmente em hospital — diz ela, gesticulando com as mãos. — Deixa eu avisar o doutor que vocês já chegaram — e, com um sorriso rápido, ela sai apressada.

Enquanto minha mãe é atendida, fico olhando o jardim do hospital. Sei que ainda vai demorar um pouco até ela ser liberada de seus exames e prefiro esperar aqui mesmo. As enfermeiras já me conhecem, principalmente por causa da minha mãe, que é sempre simpática. Além disso, sou eu quem a acompanha desde o começo. No início, ela não gostava muito, mas depois acabou aceitando a ideia.

Meu pai, por outro lado, acho que veio aqui no máximo três vezes, nas ocasiões mais graves.

(...)


Flâvia Afonso on

Assim que cheguei da escola, fui direto para a cozinha e encontrei Mónica, a trabalhadora mais antiga da casa, praticamente um membro da nossa família. Ela estava distraída, então me aproximei sem fazer barulho.

Flâvia: — Mónica — chamei, tocando seu ombro. Ela deu um pequeno salto, deixando cair o copo que segurava.

Mónica: — Ai, que susto, menina! — disse, levando a mão ao coração, enquanto eu não conseguia conter o riso.

Flâvia: — Me desculpa, mas não podia perder essa oportunidade — falei, abraçando-a de lado. Ela balançou a cabeça e riu também.

Odeth: — O que aconteceu? Ouvi o som de algo caindo e o grito da Mónica — minha mãe apareceu, observando a cena e olhou para mim com a sobrancelha arqueada — Flâvia?

Flâvia: — Mãe, como você tá linda hoje — falei, me aproximando dela para dar um abraço e um beijo na bochecha dela. — Esse vestido é novo? Está perfeito em você — disse, enquanto Mónica ria novamente, retomando o que estava fazendo.

Odeth: — Está me elogiando só para não dizer o que aconteceu? — perguntou, sorrindo enquanto passava a mão em meus cabelos. — Ah, vou ter que sair para tratar de algumas coisas. Cuidem-se e juízo — acrescentou, olhando diretamente para mim.

(...)

Flâvia: — Mónica, vou sair um pouco, tudo bem?

Mónica: — Claro, querida. Tenha cuidado lá fora.

Vivendo além do MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora