Capítulo 15

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— Só alguns, como aquele que diz que ele já arrumou vários problemas na antiga escola. Achas que é verdade?

— Deve ser, a Fernanda tem que tentar  controlar ele aqui. - escuto a risada das duas.

Fico pensando na conversa dessas duas meninas, sobre esses rumores... sobre o Leonardo. Ele não parece ser do tipo de pessoa que arruma problemas assim, mas eu também não o conheço tempo suficiente para afirmar alguma coisa sobre ele ou saber do seu comportamento.

A Flâvia se aproxima, interrompendo meus pensamentos.

— Mi — fala, se aproximando. — Desculpa a demora, estavam limpando o chão e tive que esperar um pouco para passar — me olha fixamente. — Tudo bem com você?

— O quê? — pergunto, ainda um pouco perdida.

— Pareces meio perdida, tudo bem mesmo? — pergunta e eu balanço a cabeça positivamente. — Tá bom, vamos então?

— Vamo, Fla — digo e vamos andando até à saída da escola. — Não é realmente nada, depois eu conto tudo.


Leonardo Ribeiro on

Chego em casa e vou logo até a porta do quarto da minha mãe, dou leves batidas na porta e recebo um "entra, Leonardo" como resposta.

— Filho — diz sorrindo, ela está sentada em sua cama, lendo algum livro.

— Mãe, como a senhora tá? — digo, sentando ao seu lado e depositando um beijo em sua testa.

— Bem, querido — responde, enquanto folheia uma página e depois me dá uma olhada rápida. — Tudo bem?

— Sim — digo, me levantando. — Vou ter que sair para ir à casa de um amigo fazer um trabalho da escola, não tem problema?

— Claro que não tem — diz, deixando o livro de lado e me olhando. — Filho, não tem problema você sair tanto para fazer trabalhos relacionados à escola como simplesmente sair com seus amigos.

— Eu... — tento falar.

— Leonardo — fala, me interrompendo. — Desde que comecei a ficar doente você mudou completamente a sua rotina, passou a ficar mais em casa e raramente sai para ir em algum lugar além da escola. Filho, você é um adolescente, devia aproveitar essa fase que não vai durar para sempre e não desperdiçar ficando sempre comigo — diz, suspirando.

— Mãe — digo em um tom calmo. — Fica tranquila que eu não estou desperdiçando nada, eu amo ficar com a senhora, quero cuidar da senhora tal como a senhora cuidou e cuida de mim. — vou até ela depositando um beijo no topo de sua cabeça, depois vou até a porta de seu quarto e abro. — Se a senhora se sentir mal vai ligar?

— Sim, vai descansado.

— Eu cuido de você e a senhora de mim, lembra? — digo sorrindo. Quando era mais novo a minha mãe sempre falava isso. — Volto daqui a pouco.

(...)

Toco em uma pequena campainha e depois de algum tempo o Augusto abre a porta.

— Leonardo, ainda bem que você conseguiu achar a casa.

— Não foi difícil encontrar sua casa, é meio próxima da rua da escola.

— Augusto! Já falei que quem atende essa porta sou eu — fala, uma mulher mais velha com um uniforme a combinar com a touca em sua cabeça e que está com uma expressão aborrecida.

— Mas quando eu estou em casa gosto de ajudar.

— Quem é o menino bonito? — A mulher pergunta, voltando sua atenção pra mim.

Vivendo além do MEDOOnde histórias criam vida. Descubra agora