Autora on.

Ainda era estranho andar por uma mansão e tentar decorar os pisos e as paredes. Era linda e bonita e muito, muito grande, mas ainda era confuso as paredes e o pisos eram todos iguais para ela. Pandora tinha um pequeno sino, ganhou de presente do Leo, para caso ela precisasse dele, e esquecer o walkie-talkie, ela poderia tocar.

Leo não estava trabalhando no momento e por isso ficava a maior parte do tempo com ela. Ela não sentia medo dele e nem de Marcus quando os dois se aproximavam dela, ela não sentia nada. Mas, ela não gostava de ficar perto de homens fardados e isso a lembrava do Mike.

Pandora sentia seu corpo esfriar e suas mãos tremerem quase tendo um ataque de ansiedade.

O psiquiatra veio até a casa deles e fez apenas uma apresentação para eles. Por sorte ele sabia ler ASL e ele conversou um pouco com a Pandora, sabendo sobre o que aconteceu. Ele já sabia, mas queria ver ela "dizer". Como agora, eles estavam sentados na sala com chá recém feito por Leo.

- Só quero deixar claro que não precisa me dizer nada agora, só estamos nos conhecendo..- Ele diz..- Isso é apenas uma apresentação formal.

Pandora concordou bebendo seu chá e depois o deixando de lado, Leo ficou imóvel como uma pedra, mas estando lá apenas para consolá-la. Ela sabia que tinha que conversar que isso iria ajudá-la, mas, ela não sabia como se expressar.

- Eu não sei o que falar realmente..- Pandora sinaliza..- Eu não assisti, não senti o que acontece naquele dia. Eu não lutei contra ele. Eu não arranquei nada dele. Eu não pude me defender. Eu..Eu.-.

Pandora parou de sinalizar e começou a chorar olhando para o psiquiatra. Suas mãos tremiam antes dela agarrar o travesseiro em seu colo. Leo queria se aproximar, mas se conteve pois, não sabia como ela iria reagir.

- Pandora.

A morena ainda estava com os ferimentos em seu corpo. Ela ainda estava com dor, mas tudo o que ela queria fazer era gritar.

Mas nem isso ela podia fazer. Sua garganta ainda não estava boa.

- Me sinto usada. Me sinto nojenta, sinto que isso de alguma forma foi culpa minha, mesmo que não tenha sido. Sinto meu corpo sujo porque esperava entregar minha virgindade a alguém que eu amasse..- Pandora sinalizava não o olhando nos olhos..- Quero voltar a viver sem me sentir suja e não ter medo do escuro.

- Você sente medo do escuro?.

- Eu não sentia, eu gostava muito de andar por casa no escuro. Era bom porque me sentia protegida nas sombras e ninguém podia me ver, mas eu podia vê-los..- A morena enxugou as lágrimas..- Agora, tenho medo porque sei que tem algo que pode me fazer mal.

O psiquiatra permanece em silêncio anotando um pouco em seu pequeno caderno.

- Do que você tem medo agora? Sente medo dos homens?.

- Sempre tive medo dos homens..- Pandora bufou estalando um pouco os dedos..- Agora, tenho mais receio com homens a minha volta. Não Leo e seu namorado, eles são bons para mim, tenho mais medo de homens fardados.

- Homens fardados? Como a polícia, os bombeiros?..- O psiquiatra questiona.

- Não generalizando, apenas...seguranças de bancos, de zoológicos e de hospitais. Apenas a mesma farda que ele usava, se disfarçando e fingindo ser boa gente.

BABA YAGA E A BASTARDA - Plus Size.Onde histórias criam vida. Descubra agora