Sozinho em uma sala barulhenta
Pareço uma ilha
Mal consigo me concentrar em química
A milhas e milhas.
Aquela velha sensação de abandono
Quero fugir
Não quero estar neste corpo que dilui seu sono
Em mim.
Nem sei mais no que penso
Esmoreço
Lapsos de uma paz distante me deixam tenso
Desfaleço.
Meu mar de lágrimas Recifenses frias
Está seco.
Nem tudo parece valer a pena nessa vida
Sou seco.
Da janela, vejo um dia lindo, do qual
Não faço parte.
Parece dizer que é um disparate querer se isolar
Trancar o olhar, afinal.
Tenho certeza que assim será o futuro;
O dia seguinte, uma repetição de tudo.
Sou Pessoa, à toa.
Raimundo Monteiro
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Minhas Noites de Insônia
Poesía"Não sou Homero, nem Drummond. Não sou ninguém. Apenas relato o que vejo a quem estiver perto". Nesse enredo composto de vários poemas, o eu lírico (Raimundo) narra a si próprio os pensamentos que lhe aparecem em uma típica noite de insônia, ora com...