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Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.

Olhava abismado para minha timeline do Twitter, completamente em choque com as bombas de informação que estava recebendo. Sim, eu ouvi algumas músicas do Anti-Héroi, principalmente Enquanto Me Beija, mas evitava ouvir esse álbum e ficava apenas com Lobos, pois me lembrava dos momentos em que fomos verdadeiramente felizes.

Mas ainda sim eu não fazia a mínima ideia de que eu e João Vitor demos tão na cara assim, acharam até uma foto do dia em que saímos juntos a primeira vez e Jão deu uma crise de ciúmes. Eu ria ao me lembrar desses momentos, pois fazia apenas quatros anos, e ainda sim parecia uma vida.

Comparavam nossos escritos, sentia falta de ouvir pela primeira vez uma música criada por ele. Ouvir de Renan que ele parecia estar superado foi como uma facada, não por que eu não queria que o mesmo seguisse em frente, o que eu mais almejava era que ele fosse o mais feliz. Me doía pois eu ainda não havia superado; e não sei se vou superar.

Pejão subia nas tags mais rápido que um furacão após a foto. Ok, por nossas iniciais realmente foi estupidez, mas tudo que foi escrito era verdade, eu amava... Não, eu amo ele! Mas me sentia descartável, ele era inseguro e tudo era motivo, não sei como ele está agora, não sei se seguiu a vida, não sei se sente sozinho ou se produz mais um álbum.

Esse não saber me coça a alma e me faz sagrar... Eu só queria saber se ele 'tá bem, mas posso mentir pra mim e não pra vocês. Se dependesse de mim, não ficaríamos só nisso.

— Pedrooooo, olááá! — O contato de Giovana brilhou do outro lado da tela do notebook, e do telefone, enquanto eu olhava para o documento em branco. Tinha tanto tempo que eu tentava escrever e nada saia. Só frases tristes e melancólicas, eu não queria isso.

— Oi Gio, você viu o Twitter?! — Perguntei indo direto pro assunto, sempre fomos assim.

— Cara, eu vi, fiquei mal pra caralho por que vocês sempre preservaram a intimidade. E esse povo ficar cutucando o passado não é legal! Mas eu sei que eles não tem maldade, é muita "coincidência" pra ser apenas isso! — Ela comia melancia, seus cabelos estavam presos em um coque mal feito e suas olheiras proeminentes. Os Romania e seus problemas de insônia.

— Eu sei, mas é estranho me fazerem voltar ao passado, pois eu nunca saí de lá... O Jão provavelmente já seguiu em frente, mas eu ainda estou aqui, sabe?! Eu ainda me lembro de tudo, eu sigo naquele maldito mês que deixei ele, mas sei que era necessário! — Tentando controlar minhas lágrimas, não olhei para a menina em meu notebook, apenas olhei ao redor vendo tudo vazio. Eu estava sozinho de novo, como em 2018.

— Julho foi triste pros dois, ele ficava lendo o caderno que você deixou. Você disse que não tinha mais como ficar e julho pros dois, é lembrar que foi ele quem ficou... — Respondeu Giovana, então a olhei e deixei a primeira lágrima sair. Anotei o que a mesma acabou de falar, pois sou triste, mas ainda sou escritor.

— Eu me sinto tão estúpido de permanecer em julho, sinceramente, eu não consigo escrever desde A Última Noite e me sinto tão perdido. Parece que não tenho mais inspiração, não quero escrever um fim trágico de novo, porém simplesmente não consigo! — Afirmei deixando as lágrimas rolarem, não olhava mais para a menina na tela, encostei minha cabeça no apoio da cadeira e me deixei ir.

— Erro seu achar que não é talentoso, você só está afundado em dor Pedro, eu vejo isso mesmo estando a quilômetros. Você e o Jão são tão iguais e tão diferentes que me faz rir! Ele não saiu de julho, Pedro! Ele, assim como você, permanece lá, ele finge bem estar superado, pois não se fala sobre o que não se pode ver! Mas ainda sim, eu vejo... — Exclamou Gio, fazendo-me voltar a olhar pra ela. Agora a mesma tinha um olhar carinhoso e preocupado, seu cabelo agora estava solto novamente, o seu clássico moletom azul clarinho destava o preto de seus lisos cabelos. Como alguém não namora essa mulher?!

— Como assim?! O Renan disse que ele estava ficando com outras pessoas, bebendo e curtindo. Que parecia superado! — Digo com um olhar de interrogação, a Romania me olha como se eu fosse louco e revira os olhos.

— O Renan é um caso a parte. Ele falou isso pra ver se você caia na real de que se gostavam, e deu certo pois ele falou isso a quase dois anos atrás e você ainda lembra! O João estava fingindo, como eu disse antes, beber e beijar, tentando se sentir bonito, desejado e não abandonado. — Foi curta e direta, pondo uma madeixa para trás.

— Mas...

— Eu sei que você não o abandonou, ok?! Não precisa se explicar pra mim, depois de todos esses anos você achar que deve explicar isso pra mim é loucura... Enfim, Vitor sempre foi inseguro, 'tu sabe, ele confiava em ti, mas não confiava em si mesmo. Não se achava merecedor de tamanho beleza do seu lado! — Respondeu a mesma me interrompendo, joguei minha cabeça pra trás novamente, colocando minhas mãos em meus olhos dessa vez.

— Somos tão complicados... — Suspirei deixando meus braços caírem ao lado de meu corpo.

— E eu sei! Mas enfim... — E então seguimos falando e fofocando do mundo dos famosos e de nossos conhecidos.

Giovana sempre foi uma boa amiga.

[...]

Após uma longa conversa que teve até vinho, eu já estava meio bêbado. Decido fazer algo que provavelmente meu eu sóbrio nunca faria. Mandarei mensagem para o Jão.

Desbloqueei o mesmo e então comecei a ver suas postagens, tudo estava tão lindo. Ele estava tão lindo... Vi seus storys, eram poucos, não vou negar, e então abri a DM, não sei se o mesmo veria nessa altura do campeonato, mas eu não morreria por tentar.

 Vi seus storys, eram poucos, não vou negar, e então abri a DM, não sei se o mesmo veria nessa altura do campeonato, mas eu não morreria por tentar

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Oi. Belo álbum.

Jão
Olá, belo livro.

ɴᴏssᴏs ᴇsᴄʀɪᴛᴏs, au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora