Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.Desde que João começou a produção de seu novo álbum, um mês atrás, ele vem se ausentando de casa para ir à toca do lobo, já que ainda não havia montado seu estúdio em casa. Não vou negar que isso me faz sentir levemente solitário, mas pelo menos tenho Chicória e Vicente comigo.
Suspiro olhando para o notebook, todas as ideias decidiram simplesmente se esvair hoje, bufo mais uma vez e me levanto, deixando o aparelho de lado. Vou até o quarto do Romania e pego um de seus moletons, um antigo da Nike, mesmo que ele sempre fosse um menino mais Adidas.
Vesti a roupa e então fui na cozinha fazer um bolo de chocolate, pois estava necessitado de doce. Após finalizar e por no forno, era quase meia noite, vou até o banheiro lavar um pouco o rosto, então Chicória começa a miar de mimada, pedindo carinho. Como sou doido, me sento no chão do lavabo e começo a fazer carinho na mesma.
Depois de um tempo assim, olho ela cima e vejo Jão tirando várias fotos, sorrio pra ele e me levanto com cuidado, com a gata em meu colo.
— Boa noite! — Deixei um beijinho em seu rosto, ele abriu um sorriso enorme pra mim.
— Boa... Tudo bem?! — Perguntou o moreno, parecia que estava em casa a um tempo, já que estava sem máscara e estava com roupas diferentes das quais saiu.
— Sim, tô fazendo bolo de chocolate, tá no forno! Você decide qual o filme que veremos hoje, ok?! — Sai no ambiente com Chicória em meus braços, sendo seguido pelo Balbino. Entramos na cozinha e então entrego a gata pro mesmo.
— Tá, mas 'cê sabe que vai ser aqueles clichês que a gente só põe pra distrair, né?! Tô extremamente cansado, amando o álbum, mas ainda sim cansa muito. — Disse o cantor, segurando o animal como se fosse um bebê recém nascido.
Sorriu pra cena em minha frente e vou verificar o bolo, que estava quase pronto, só faltava alguns minutos.
— Sei sim! Tô precisando me distrair também, sem ideia nenhuma pro livro hoje! — Respondi me virando pro mesmo, que agora me olhava surpreso e analisador.
— Você pegou meu moletom?! — João parecia fluir entre às emoções nesse momento e eu não sabia identificar nenhuma delas.
— E-eu posso tirar se você não gostar! — Comecei a gaguejar, pois não pensei que pegar uma roupa dele seria um problema.
— Pedro, deixe de besteira, adoro você nas minhas roupas, só fiquei surpreso por não ter notado antes! — Sorriu enquanto me dizia, me encolhi um pouco em mim, abaixando a cabeça. Ouvi uma risadinha divertida e então logo senti braços ao meu redor. — Já falei que tá tudo bem, gatinho!
— Ok! — Me virei de frente pro mesmo e o abracei forte. Não sabia que precisava tanto de um abraço desses como precisava.
Tirou todo o peso do mundo. E eu só sabia sorrir, mesmo com um mal pressentimento.
[...]
Alguns minutos a mais e o bolo ficou pronto, desenformei quando ficou morno e então fomos à sala comê-lo enquanto assistíamos Para todo os garotos que já amei. Era um clichê que funcionava, me lembrava de quando era eu quem escrevia cartas a João Vitor, me lembrava de quando eu recebia cartas de João Vitor.
Era impressionante o quanto tudo me lembrava de nossa história, de nosso amor, de nossa dor, nossas vidas que foram unidas por quase quatro anos.
— Essa merda dessa internet decidiu cair agora?! — Reclamou o Vitor me fazendo rir. Pega o controle, pausa o filme e despausa e mesmo assim não volta. Ele suspira jogando sua cabeça contra o sofá, dando-me a visão de seu pescoço.
— No meu celular também foi embora... — Engoli em seco, indo verificar meu telefone, que estava sem sinal de internet.
— Merda de empresa de merda! Eu só queria descansar, é pedir muito?! — Romania estava mais dramático que o normal, mas ele sempre ficava assim na produção de seus álbuns, pelo menos foi assim no que eu acompanhei.
— Deixe de tanto drama, Balbino! Daqui a pouco ela volta! — O cantor resmungou feito uma criança de cinco anos que queria muito algo. Cruzou os braços e inflou o bochechas, dei uma gargalhada e então segurei suas bochechas.
Seus olhos brilhavam, sua boca parecia tão convidativa, seu rosto era simplesmente perfeito. Puxei seu rosto pra mim e então nossos lábios finalmente se chocaram, o moreno ficou parado por alguns instantes, mas logos suas mãos foram a minha cintura, puxando-me pra cima.
— Essa academia tá fazendo bem! — Falei com um sorriso no rosto, ele me devolveu e voltou a atacar meus lábios.
Dessa vez de forma lenta, como se matasse a saudade de tantos anos sem provar, nossos línguas dançavam em harmonia, puxei levemente os cabelos de sua nuca e quando o ar nos fez falta o mesmo seguiu os beijos para meu pescoço.
Mas logo lembrei, isso não poderia ter acontecido.
— N-não, não João me desculpa! Desculpa mesmo, fui eu quem comecei isso, mas não podemos! — Levantei de seu colo e o mesmo me olhou surpreso e confuso.
— O-o que?! Nós dois queremos, Pedro! Isso é ridículo. — Gaguejou Jão, e então ouvi já sua voz embargada, não acredito que o faria chorar mais uma vez.
— Eu não posso fazer isso com a gente de novo, e se não der certo?! — Afirmei puxando meu próprio cabelo para me por na realidade.
— E se der?! — Ele pergunta de forma desesperada, suas lágrimas já desciam.
— A probabilidade é muito baixa! — Rebati, não podia me arriscar de novo nesse amor.
— Pra sua situação a probabilidade é quase inexistente! Nós dois crescemos, amadurecemos! — Disse Romania e eu compreendia, mas não podia fazer isso conosco de novo, não sabia se conseguiríamos nós recuperar de um outro término.
— Eu... Me desculpa, não posso fazer isso! — Respondi correndo pro meu quarto.
Andei de lado a lado daquele cômodo, e então comecei a arrumar minhas coisas.
Eu sinto tudo, no final... E isso é uma merda.
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A gente era só muito novo... Sorry galera, um mal necessário. Bjs, até!Capítulo Revisado
Palavras: 1020
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ɴᴏssᴏs ᴇsᴄʀɪᴛᴏs, au pejão
FanfictionApós um término conturbado, nem Jão nem Pedro se seguem mais nas redes sociais, mas após alguns bons meses, quase dois anos, os fãs seguem teorizando sobre a relação do livro A Última Noite de Pedro Tófani com o álbum Anti-Herói do cantor Jão. Será...