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Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.

Dois meses se passaram, já estavamos em dezembro. Meu livro tava caminhando, mas acho que essa ano apenas lançaria alguns contos; a turnê Pirata nascia a passos de bebê, desenhei o palco como nas últimas tuners, Malu conseguiu arrumar tudo e ainda quer fazer os desejos de João e por chuva na hora do show.

— Amor, sabe o que eu tava pensando?! Tá na hora de você morar comigo apropriadamente! — Vitor falou, fazendo-me engasgar com o café. Viro meu rosto pra pia tentando desentalar.

— M-meu Deus... Arhg! Porra João Vitor! — Bati no peito do homem, assim que consegui desentalar e ele começou a rir. Logo iniciei uma série de tapinhas em seu peito e braços. Ele segurou-me pelos pulsos após um tempo e me puxou pra um selinho demorado. — Pilantra! — Disse com um sorriso quando separamos os lábios.

— Seu pilantra favorito, amor! — Balbino me puxou para mais um selinho. — Você não respondeu!

— Uhum... Vou pensar! — João fez uma careta, puxando-me para mais perto. — Ei, realmente tenho que pensar, ok?! Não significa que eu vou embora da sua vida ou algo do tipo, é sobre a adaptação de Santiago aos seus gatos, a questão do meu escritório. Coisas básicas.

— Uhm, ok! Nossos gatos pra começo de conversa, mas tudo bem... Eu só, ok! Tudo bem! — Sorriu meio inseguro, puxei seu rosto pra mim.

— João, eu vou morar com você seu idiota, meu Deus! — Romania arregalou os olhos pra mim, abriu a boca em surpresa e então o brilho de esperança rodou seus olhos.

— Sério?! — Pergunta com insegurança e expectativa. Mordi o lábio inferior, assentindo positivamente. Ele me carregou e me girou como naqueles filmes de romance. Gritei enquanto ria, segurando firmemente seu pescoço.

Meu barco voltando sempre será a resposta.

[...]

Estávamos no ensaio, eu havia tido uma reunião mais cedo com meus editores, que aceitaram a ideia de uma série de contos chamada Olhos Vermelhos e dessa vez era completamente intencional. Dessa vez eu faria alguns capítulos soltos, sobre casais, alto descobertas, etc.

Agora estava aqui no ensaio da turnê, tudo incrível e lindo. Quando estamos aqui tentamos ser o mais profissionais possível, mas nem sempre da certo...

— Pedro, vem aqui! — João pediu, fazendo-me ir até ele, que agora sentava em uma poltrona e tinha um microfone em suas mãos.

— O que houve?! — Eu acompanhava esses ensaios para ajudar a Malu com ideias e para conseguir escrever, pois por incrível que pareça, nesse ambiente com música e muita agitação, conseguia escrever melhor.

— Senta aqui, tive uma ideia! — Apontou pro braço da poltrona, olhei para os lado e vi todos seguindo suas vidas já que era pausa, e me sentei. — Sabe aquele sobre o trisal que você tava querendo escrever?! A Clara Alves fez algo muito foda sobre trisal, mas tu podia seguir a linha um casal que já tá junto encontra uma terceira pessoa e aí...

Ele seguiu falando e eu apenas admirava sua animação falando, enquanto capto as idéias. Apenas paramos quando Malu fala de voltarem a ensaiar, logo retorno a minha mesa e começo a escrever o conto.

ɴᴏssᴏs ᴇsᴄʀɪᴛᴏs, au pejão Onde histórias criam vida. Descubra agora