Pedro Tófani, point of view,
São Paulo.
Dois dias se passaram após toda essa situação do livro, passamos os dias apenas sendo dois idiotas, comendo besteiras e maratonando Brooklyn 99, hoje decidi fazer berinjela recheada, eu cozinhava apenas por gostar, João tentava me impedir de cozinhar sempre, e até tentou me ajudar, mas eu simplesmente deixo o mesmo no sofá ou em seu quarto.
— Que cheiro bom, tá fazendo o que?! — Perguntou o moreno abraçando minha cintura por trás, pondo a cabeça em meu pescoço. Sinto minha pele se arrepiar, suas mãos passeiam devagar pela minha cintura.
— Berinjela recheada... — Sussurrei e o moreno riu contra meu pescoço. Me senti quando namorávamos ainda. Apenas aproveitando a presença um do outro, se eu soubesse que não teria isso eternamente, tinha aproveitado mais.
— Aah, porra, senti tanto sua falta! — Ele me abraçou mais forte, prendeu a cabeça em meu pescoço e respirou profundamente. Me fazendo arrepiar por inteiro, eu não sabia o que fez o cantor ter essa atitude, mas não nego que gostei.
Não respondi nada, apenas continuei cozinhando, enquanto o Balbino estava agarrado a mim como um coala a uma árvore de seu fruto favorito. Sorri com o paralelo traçado por minha mente, continuando o molho de tomate caseiro.
[...]
— Você é algum tipo de bruxo, não é possível! Isso tá perfeito! — Senti minhas bochechas corarem. — Eu não entendo como você faz isso, de verdade!
— Sabia que se você seguir a receita direitinho, você consegue também?! — Perguntei de forma retórica, então ele fez um biquinho. Uma verdadeira criança presa a um corpo de 27 anos.
— Sabe que eu sigo, sou não sou bom! Você tem o dom especial pra isso, e pra outras coisas a mais também.... — Sussurrou a última parte, sorri pro moreno. E então continuamos a comer.
Ele lavou os pratos enquanto eu o admirava sentado nas banquetas, conversávamos como se nada tivesse mudado. Mas tudo mudou... Nesse momento eu nem sei o que vai acontecer, só podemos esperar pra ver.
Assim que o mesmo terminou de lavar os pratos, nos dirigimos novamente para a sala, o lugar onde a gente mais ficava diga-se de passagem. Só que dessa vez, ele assistia a algo que passava na tv e eu escrevia meu livro, que já estava com umas cinquenta páginas e nem perto do que seria o final.
Todos sabem sobre o que essa história retrata, e como eu não sabia como iria acabar isso, eu simplesmente deixava-me guiar por suposições, tentando não me deixar criar tantas expectativas e me alegrar muito a cada sinal de que ele me queria também.
Eu sou um completo idiota.
E não vou mudar isso.— Peu, eu queria tomar um açaí! — Depois de duas horas, ele assistindo e eu escrevendo, João fala.
— Pede aí! — Respondi simples, sem tirar meus olhos da tela, fazendo o moreno bufar. Ele se senta mais próximo de mim no sofá.
— Dá pra você olhar pra mim?! — Perguntou de forma frustrada. Olhei para o cantor.
— Minha atenção é toda sua, amor da minha vida! — Exclamei, suas bochechas inflaram e ficaram levemente vermelhas. Sorri e Jão me deu um tapa no braço.
— Olha aqui, você vai querer também?! — Ele ligou o celular, indo pro Ifood.
— Vou, mas põe só banana e granola no meu! — Disse simples, voltei meus olhos a tela de meu notebook, digitando enquanto as ideias vinham em minha cabeça.
— Sempre sem graça! — Falou o mesmo, pondo sua cabeça em meu ombro.
— O simples também é bom, meu amor! — Respondi, o mais velho passou o braço em minha cintura, fazendo o pedido com uma mão só. Sorri e continei escrevendo.
Foi uma ótima tarde.
[...]
Eram quase duas horas da amanhã, eu já estava em meu quarto de banho tomado, apenas assistindo uma série enquanto encarava a tela de meu notebook. Nessa altura do campeonato, toda minha criatividade havia se ido, afinal passei a tarde inteira escrevendo, o que me rendeu setenta páginas no fim. Pra quem a duas semanas atrás só tinha sete, essa é uma evolução e tanto.
Salvo o documento e faço todo o processo de desligar o computador. O que se passava na tela era uma série chamada Lupin, que me deixou realmente interessado. Mas logo esse interesse foi embora após ouvir um violão baixinho, pauso a série e escuto mais um pouco, decido descer para ver o que João fazia.
Lá, encontro ele com um caderninho aberto, outro caderno onde escrevia e o violão pousado em su coxa. Suspiro com a imagem, voltando rapidamente no tempo onde vi essa cena se repetir várias vezes.
— Talvez quando eu te encontrar de novo, eu já não seja o mesmo moço e você não se sinta igual. Um papo de palavras reduzidas, e aí "como tá tua vida?!" Legal... E minha graça tu já não entende, esse teu olho é um olho diferente... — Cantarolou ele lendo e tocando um pouco em um ritmo lento e colhedor. Um bolo se forma em minha garganta.
— Não que isso seja ruim, é que ainda lembro da gente assim... Nós dois no carro embolados daquele jeito, a nossa música no rádio dentro do teu peito, não me esquece... Não me esquece! — Falei ao seu lado, fazendo o mesmo se virar pra mim com um sorriso no rosto.
— É impressionante sua criatividade! Vêm! — Pediu o mesmo e então me sentei ao seu lado, vejo o caderninho que havia o dado, numa página com minha letra escrito.
O que o amor virá quando chega o fim?!
Engoli em seco, enquanto Romania escrevia o trecho que eu havia dito, logo em baixo dele, colocou a frase escrita em meu antigo caderninho.
— É só que dói um pouco quando eu lembro assim, mas enfim... Acontece! — Afirmei, o cantor sorrio pra mim novamente, me dando o caderno e a caneta em que ele anotava a letra.
— Meu Deus quando eu te encontrar de novo, eu vou te dar um beijo solto desses intercontinentais! Quem sabe o gosto não te lembra ontem quando eu te levava a pé, pra casa dos teus pais?! Será que fica bom?! — Perguntou o mesmo após dizer a coisa mais linda o possível. Anotei rapidamente.
— Ficou perfeito, acho que a gente poderia encaixar um paralelo tipo: mas minha graça tu já já não entende mais! Mas não sei o que por após isso! — Exclamei.
— Anota isso que 'cê falou também, e põe esse teu olho é um olho diferente e em paz! Acho que fica bom!
— Nossa, sim! E aí traça outro paralelo: não que isso seja ruim, tanto faz. É que eu ainda lembro da gente na beira do cais! — Ele me olhou com os olhos brilhando, ele estava feliz, ele achava que eu não lembrava.
— Nós dois suados e o bairro todo tão sem jeito! As minhas roupas no armário sentem falta do teu cheiro... Do teu cheiro... — Falou o moreno, voltando seus olhos ao caderninho que antes era meu.
— O que amor virá quando chega o fim?! É só que dói um pouco quando eu lembro assim, mas enfim... Mas enfim... Acontece! E aí você poderia por um vocal eu acho! — Disse, João voltou seus olhos pra mim, nós encaramos por alguns momentos e então para quebrar aquilo fui escrever os trechos.
E agora eu realmente seguirei me pergunta: O que o amor virá quando chega o fim?!
-----------------
Respondam aí galera! Bjs, até sábado!Capítulo Revisado
Palavras: 1230
VOCÊ ESTÁ LENDO
ɴᴏssᴏs ᴇsᴄʀɪᴛᴏs, au pejão
FanfictionApós um término conturbado, nem Jão nem Pedro se seguem mais nas redes sociais, mas após alguns bons meses, quase dois anos, os fãs seguem teorizando sobre a relação do livro A Última Noite de Pedro Tófani com o álbum Anti-Herói do cantor Jão. Será...