Jão, point of view,
São Paulo.Acordei com um cheiro delicioso, olhei o horário no celular, eram sete da manhã. Acordei mais tarde que o normal, precisava me apressar pra academia, se não, não teria vontade de ir. Escovei os dentes rapidamente, arrumei a cama e desci para beber água.
— Bom dia, Peu! — Passei por trás do mesmo, antes de ir até a geladeira deixei um beijo em sua bochecha, indo beber minha água.
— Bom dia, João! Que pressa é essa? Tem algo pra fazer?! — Perguntou o mesmo com uma voz brincalhona.
— Pior que sim, tenho que encontrar uma ficante! — Respondi com um sorriso pilantra. Ele me olhou de forma indecifrável e seguiu fazendo as panquecas em silêncio. — Ei, sabe que é piada, né?! Vou só na academia! — Falei rindo, ele balançou a cabeça positivamente, sem olhar pra mim. Ok... Muito estranho.
Comemos em silêncio, mas não daqueles que normalmente tínhamos, era desconfortável. Me despedi indo pra academia.
[...]
Uma hora depois sinto alguém me observando, eu estava na barra, olho pro lado e então vejo o Tofáni me gravando, dou um sorrisinho e ele me sorri de volta. Me concentro nos exercícios novamente, e quando termino o escritor não está mais lá.
Fico mais uma hora, chegando em casa, escuto apenas o barulho da televisão passando mais um episódio de Greg News.
— Você não cansa de passar raiva, não?! — Perguntei me jogando no sofá, minha cabeça caiu em seu colo.
— E você não cansa de ser triste, não?! — Devolveu o mesmo e então me fingi de ofendido. — E outra, vá tomar banho, não tem que encontrar sei lá quem?!
— Pedro, é pandemia, eu não beijo desde dois mil e vinte, não falo com ninguém por Instagram pois meu direct é dos meus fãs e não saio pra festas! Podemos esquecer que fiz aquela piada infeliz?! — Ele nada me respondeu, suspirei e levantei de seu colo seguindo para o banho.
Por que será que ele estava agindo daquela forma com uma piada tão simples?! Eu sinceramente não conseguia entender. Sai do banho, me arrumei e passei meu hidratante favorito, encontrando Tófani no mesmo lugar em que deixei à trinta minutos atrás. Deitei minha cabeça em colo de novo, e diferente de antes, o mesmo começou a me fazer um cafuné enquanto se concentrava na TV.
Atualmente passava o episódio Carteirada, o Palhares tinha os olhos extremamente concentrados em cada palavra que saia da boca do apresentador. Mas ainda seguia fazendo o cafuné, em certo momento, Vicente sentou em meu peito, e então comecei a fazer carinho nele. Era confortável, era saudoso, me lembrava de ter momentos exatamente como esses em meu antigo apartamento quando tínhamos tempo juntos e não estávamos brigando.
Apenas cafuné e Greg News.
[...]
— Vai a merda, eu não quero papo com você agora! — Pedro falava em seu telefone a mais de cinco minutos. No primeiro momento consegui ouvir uma voz masculina no fundo, mas logo não ouvi mais nada pois o mesmo pois o telefone no ouvido. — Você precisa entender, eu e você não temos e nunca tivemos nada.
Paralisei na cozinha. Como assim. O que está acontecendo?! Pedro teve outra pessoa?! Mas é óbvio que ele teve outra pessoa, seu idiota! Não poderia esperar que ele ficasse sofrendo por vocês durante todo esse tempo que nem você. E até você saiu, bebeu até demais e beijou gente que não deveria.
Senti uma lágrima solitária descer de meu rosto. Fui para meu quarto o mais rápido possível, comecei a terminar de escrever a música que comecei com Pedro por mensagem uns dias atrás.
"Talvez, se afastar um pouco sem perder de vista, parecesse o certo.
A gente era só muito novo, cê foi muito longe pra perder o tédio.
E você me perdeiêiêiêu ê iêiêu
E você me perdeiêiêiêu ê iêiêu
Você me perdeu, oh oh uh uh"Lágrimas traiçoeiros desciam pelo meu rosto. Me perguntando porque deixei tudo dar errado daquela forma. Me perguntando porque meu coração e minha mente não conseguiam esquecer Pedro Tófani.
Eu ainda tinha tudo de nós dois, me prendia a essas memórias, fotos e objetos, pra lembrar do que foi bom e esquecer o ruim. Quantas músicas eu fiz com aquele caderno, caderno dado pela avó dele. Que ele não queria ficar pra não se lembrar. Eu deveria ter percebido os sinais antes, e agora eu tô sofrendo de novo por um ex de anos atrás.
Eu só sou tão patético e estúpido.
— Eu, João, me desculpe pelo... Ei, o que foi?! Aconteceu alguma coisa?! Sua família tá bem?! — Pedro entra no meu quarto assim que me vê encolhido chorando.
— Não é nada, é só uma besteira enorme da minha parte. Eu sou ridículo! — Afirmei de olhos fechados, não querendo vê-lo encarar-me com pena.
— Não é não... Posso deitar contigo?! — Perguntou o moreno, não o via, mas sabia que estava preocupado.
— Pode... — Permiti, sentindo seu corpo tenso se deitar ao meu lado na cama. Alguns minutos depois, quando ainda estou de olhos fechados, sou puxado para perto do escritor. Que me abraça forte e então me permito relaxar em seu abraço enquanto ainda o posso fazer.
[...]
Mas uma vez acordei com um cheiro delicioso inundando minhas narinas. Não sentia mais o calor de Pedro contra mim, então abri os olhos a contra gosto, Vicente estava no lugar de Pedro. Sorri e então levantei, indo escovar meus dentes novamente.
Eram agora sete da noite, desci as escadas vendo mais uma vez o moreno deitado no sofá, só que dessa vez passava Brooklin 99 na TV.
— Oi... — Falei me sentando ao seu lado.
— Oi, tô fazendo brownie! — Ele me disse com um sorriso de orelha a orelha. Me puxou pra si, então eu estava deitado entre seu ombro e seu peito.
— Pegou a receita onde?!
— Tem uma menina que faz au no twitter, a Elly, ela escreveu uma au nossa, baseada naquele livro Minha Versão de Você e aí eu faço brownie quando tô estressado, e ela passou a receita! — Olhei para seu rosto que tinha um sorriso enorme. Me senti vermelho pela ideia de pessoas fazendo livros sobre nós, mas ao mesmo tempo me senti adorável.
— Entendi... — Suspirei e então criei coragem. — Quem era aquela pessoa no telefone?
— Bom... — Logo me arrependi pois seu sorriso desmanchou, e quando eu ia retirar essa pergunta ele continuou. — Depois que terminamos, eu fiquei muito tempo em casa, mas aí um dia decidi sair, conheci esse cara e ficamos de rolo por um mês. Mas eu percebi que estava com ele pra tentar te esquecer, e eu não podia fazer isso com outra pessoa! Então falei que não dava mais e ele até que aceitou bem no início, mas agora está assim.
— Sinto muito... — Tentava controlar o sorriso que queria saltar em meu rosto.
— Vou tirar o brownie do forno, tá bem?! — Ele perguntou antes de se levantar. Tiro minha cabeça de seu peito, a apoiando no sofá.
Uma coisa eu senti mudar...
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O drama, juro, tava realmente triste quando escrevi kakak amanhã é o último da semana!
Capítulo Revisado
Palavras: 1177
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ɴᴏssᴏs ᴇsᴄʀɪᴛᴏs, au pejão
FanfictionApós um término conturbado, nem Jão nem Pedro se seguem mais nas redes sociais, mas após alguns bons meses, quase dois anos, os fãs seguem teorizando sobre a relação do livro A Última Noite de Pedro Tófani com o álbum Anti-Herói do cantor Jão. Será...