Na manha seguinte acordei com o telefone tocando e uma dor de cabeça terrível. Fui apalpando pela cama até achar meu telefone e o atendi sem nem olhar quem era.
-Alo?
-Oi meu amor, aonde você se meteu ontem ?
-To em casa, porque ?
-Eu te liguei varias vezes você não atendeu e nem a Maitê aconteceu algo ?
E quando Lorenzo falou o nome dela as lembranças do que havia acontecido noite passada me vieram a tona...
-A gente ficou assistindo filme e meu celular estava aqui no quarto, desculpe amor. Você chegou bem amor ?
-Sim eu liguei pra avisar que já estava no hotel, agora to indo pra uma das reuniões.
-Ta então boa reunião meu amor , te amo muito beijos.
Assim que desliguei o telefone, sentei na cama sem saber com que cara eu iria sair de dentro do quarto. Minha primeira opção era ficar dentro do quarto o dia inteiro, mais a minha fome era tao grande que se eu não comesse algo logo achava que ia ter uma coisa.
Então, levantei fui no banheiro, passei uma água no rosto escovei meus dentes e cabelo e resolvi sair do quarto. Desci as escadas o mais devagar possível, tentando fazer o minimo de barulho e rezando com todas as minhas forças para não dar de cara com a Maitê.
Só que infelizmente todo meu esforço foi em vão, quando cheguei a cozinha lá estava ela sentada no balcão da pia, com uma caneca de café na mão. Seus olhos estavam fundos e vermelhos, dando a impressão de que ela havia passado a noite toda acordada.
entrei na cozinha e fui até a geladeira sem nem mesmo trocar uma palavra com ela.
"quem sabe se eu pegar algo correndo eu consiga sair da cozinha e a gente não toque no assunto "
Mas não adiantou quando eu estava saindo da cozinha ouvi ela descer e se aproximar de mim segurando meu braço. Eu continuei de costas para ela e minha respiração se acelerou tamanho era meu nervosismo.
-A gente precisa conversar Joana
-Não a gente não precisa , não aconteceu nada que deva ser comentado, agora por favor me solta Maitê
-Não ! a gente precisa conversa.
Eu continuei de costas para ela tentando de alguma forma escapar, mas Maitê me puxou me fazendo encarar seus olhos vermelhos.
-Você estava chorando ?
Eu não conseguia acreditar naquilo,aqueles lindos olhos azuis agora estavam vermelhos e cheios de lagrimas. Meu coração instantaneamente se apertou em meu peito , e meus braços a envolveram em um abraço apertado, fazendo com que Maitê desabasse em um choro forte. Nos ficamos ali abraçadas enquanto ela chorava e eu tentava de alguma forma acalmá-la.
Quando finalmente Maitê parou de chorar, fui soltando ela aos poucos e nossos olhos se encontraram, para desviarem apenas para nossos lábios que estavam tao próximos mais uma vez. Meu deus eu sabia que aquilo não podia acontecer de novo, mas eu estava hipnotizada, quando íamos nos beijar o interfone tocou me salvando de fazer outra besteira. Ela se afastou de mim, me dando espaço para chegar ate o interfone
- sim ?! okey já vou descer obrigado seu José...
Enquanto eu atendia o interfone Maitê simplesmente desapareceu da cozinha e eu só consegui ouvir a porta do seu quarto batendo. Então respirei fundo e desci na portaria para pegar a encomenda que havia chegado para mim. Seu José era um senhor de aproximadamente uns 80 anos que trabalhava como porteiro no meu prédio a muitos anos.
-Senhorita Joana você esta com uma carinha tao abatida.
-aaah seu José, não e nada demais, obrigado por receber a encomenda pra mim.
Eu lhe dei um abraço e um beijo em sua bochecha e subi de volta para meu apartamento. Quando entrei me deparei com uma das mochilas de Maitê em cima do sofá e uma mala perto da porta. Então fui ate o quarto de hospedes e entrei sem nem bater na porta.
-Aonde você vai ?
-Vou embora Joana eu não devia ter vindo pra cá.
-Maitê para com isso , vamos esquecer oque houve, fingir que não aconteceu nada, mais não vai embora.
-O problema é esse Joana ! eu não posso fingir que não aconteceu nada, eu não consigo. Eu gosto de você!
- Como... não... você não pode gostar de mim , a gente não pode...
Ouvir aquelas palavras me devastaram por dentro.
-Oque eu vou dizer pro seu irmão quando ele voltar e você não estiver aqui ?
- Fala a verdade que eu resolvi voltar para casa da mamãe e do papai até conseguir um apartamento para mim.
-Não Maitê por favor não vai embora.
E então eu não pude conter mais minhas lagrimas elas simplesmente escaparam do meu rosto. Meu deus oque esta acontecendo comigo, no fundo eu sabia eu também estava gostando dela e eu não podia mais fugir disso. Então fui em sua direção fazendo ela largar a sacola que tinha em suas mãos e a beijei com todas as minhas forças. Meus braços a envolveram em um abraço apertado, nossos lábios se encaixaram perfeitamente, nossas línguas se envolviam num ritmo lento, as mãos dela abraçaram minha cintura e nosso beijo foi interrompido por selinho seguido de um abraço tao apertado que me fez relaxar. Nos ficamos assim abraçadas sem dizer nada por pelo menos uns dez minutos apenas nos sentindo. Então Maitê finalmente interrompeu nosso abraço, levantando meu queixo e me fazendo olhar em seus olhos.
- Você sabe que isso vai ser difícil né?
eu apenas concordei com a cabeça, eu tinha consciência de que iria ser uma barra bem pesada oque eu estava prestes a enfrentar, mais meu coração parecia não estar ligando para nada, ele apenas batia mais forte a cada toque da Maitê em meu rosto.
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Desafios de uma paixão
Romans"Aqueles olhos, eu sabia que já tinha visto eles em algum lugar, é claro como eu iria esquecer. "