Primeira virose

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Cinco meses se passaram desde que minha vida finalmente começou a ficar perfeita, Pietro estava enorme, cada dia mais esperto e lindo. Maitê havia arrumado um emprego em uma empresa de advogados e minha licença maternidade já estava quase no fim, então eu precisa encontrar uma baba para ficar com Pietro enquanto nenhuma de nos duas estivesse em casa. Maitê me ajudou a examinar vários currículos, todos com recomendações muito boas, entrevistamos varias moças diferentes, mais uma em especial foi a unica que se encaixou perfeitamente na rotina que nós precisaríamos.

Na quarta-feira acordei com Pietro chorando no outro quarto, me levantei meio sonolenta olhando as horas e constatando que ele tinha acordado mais cedo do que o normal, não eram nem seis da manha ainda, me levantei antes que Maitê acorda-se com o choro dele pois ela iria pegar as sete e meia da manha hoje e fui até o quarto ao lado. Assim que entrei no quarto olhei para o berço e vi Pietro sentado na cama.

-Oque houve meu príncipe você ta com fome é? 

Me abaixei perto do berço e ao pegá-lo no colo pude sentir o quanto ele estava com o corpinho quente,o segurando no colo fui até a comoda próxima a porta e peguei um termômetro de dentro da gaveta, sentei com ele na poltrona colocando o termômetro embaixo do braço dele e segurando enquanto ele puxava minha camisola procurando por meu seio, sem largar o outro braço puxei a camisola coloquei meu seio em sua boca, enquanto ele mamava o termômetro apitou e eu peguei  e realmente ele estava com quase 39 de febre. suspirei e esperei ele terminar de mamar nesse meio tempo Maitê apareceu na porta e me olhou, pedi a ela para pegar uma colher e por algumas gotinhas de remédio para febre. Depois de muito choro e briga consegui dar o remédio a ele e fiquei controlando para ver se a febre baixava ou não, mais depois de uma hora a febre subiu e eu realmente comecei a me preocupar, então arrumei minha bolsa e a dele com todos os documentos e fui até o pediatra , Maitê fez uma ligação para o trabalho e avisou que chegaria tarde pois o filho estava doente. Assim que chegamos doutor Marcelo nos atendeu e depois de vários exames ele disse que Pietro estava com uma virose ele receitou um antibiótico e depois de já deixá-lo medicado nos fomos para casa, coloquei Pietro na cadeirinha e levei Maitê para o trabalho.

-Eu vou deixar o celular ligado o tempo todo , qualquer coisa você me liga que eu vou pra casa correndo amor.

Aproximei meus lábios dos dela, beijando levemente e acariciei seu rosto.

-Pode deixar meu amor. Eu te amo.

-Também te amo. Maitê virou e mandou um beijo para Pietro que deu uma risada gostosa para ela antes dela sair do carro e bater a porta.

Espiei ele pelo espelho e sorri voltando a dirigir em direção ao apartamento. Chegando na garagem coloquei o carro em uma das vagas e desci, tirando Pietro da cadeirinha e o pegando no colo, fomos em direção ao elevador e enquanto eu caminhava, pude notar que o carro preto que eu andava vendo estava estacionado em uma das vagas, fazendo com que um arrepio estranho passasse pelo meu corpo, mais tentei ignorá-lo e subi para meu apartamento. Nós entramos e eu coloquei Pietro no chiqueirinho da sala com alguns brinquedos e me deitei no sofá, eu estava extremamente cansada então acabei cochilando um pouco no sofá mesmo. Acordei com o barulho da campainha e olhei as horas pensando que Maitê podia ter esquecido a chave em casa , mais olhei no preguinho do lado da porta e vi que as chaves dela não estavam penduradas então espiei no olho magico me assustando ao ver Lorenzo do outro lado da porta. Meu coração bateu apertado em meu peito. Desde o dia do divorcio e daquela ameaça eu não tinha mais o visto, fiquei sabendo pelos pais dele e da Maitê que ele havia viajado e que ninguém sabia para onde ele tinha ido, suspirei e olhei para Pietro que dormia dentro do chiqueirinho agarrado ao boneco dos monstros S.A que Maitê havia comprado para ele e que era seu preferido. Lorenzo praticamente não conhecia o filho, havia visto ele apenas no dia em que foi no hospital e ele era tao pequeno que não teria a minima ideia de quem ele era. Me afastei da porta lentamente e olhei as horas, Maitê estaria em casa em alguns minutos então respirando fundo abri a porta e dei de cara com Lorenzo.

-Oque você ta fazendo aqui ?

-Eu vim ver o meu filho.

-Depois de cinco meses você resolver conhecer ele, pode entrar mais ele esta dormindo e você não vai acordá-lo. Dei espaço para Lorenzo entrar e esperei enquanto ele caminhava até o chiqueirinho e olhava Pietro dormir, pude ver de relance um sorriso nos lábios de Lorenzo.

-Ele ta lindo e parecido com você. Eu suspirei e sorri , me aproximando dele.

-Ele ta lindo mesmo, e esperto, ele adora ver desenho já, normalmente essa hora ele ta fervendo, mais ele pegou uma virose e ta meio amoladinho hoje.

-Uma virose ? Você já levou ele no medico ? Eu olhei Lorenzo e dei uma risada debochada.

-Você vai querer me ensinar a cuidar do meu filho agora ? Nao esqueça que ele já tem cinco meses e não três dias de vida, eu ja passei muita coisa com ele que você não pode nem imaginar.

Lorenzo abaixou o olhar. - Eu sei, desculpe ter sumido, eu precisava resolver algumas coisas para dar um jeito em tudo.

- Olha Lorenzo você não me deve satisfação de nada da sua vida mais. So quero que o meu filho tenha a presença paterna por perto, afinal ele é seu filho também e ele nem conhece você.

Nesse momento Pietro acordou e se apoiou no chiqueirinho se sentando e esticando os bracinhos para mim, me abaixei e o peguei no colo, dando um beijo na testa para ver se ele não estava com febre novamente. Lorenzo o olhou sorrindo meio sem jeito.

-Posso ? Ele esticou os braços e eu entreguei Pietro a ele, que o olhou desconfiado e fazendo cara de poucos amigos. -Ele tem cara de bravo.

- É só porque ele não te conhece, normalmente ele e bem sorridente com todos, não se preocupa ele vai acostumar com você.

Nesse momento Maitê entrou em casa e Pietro se virou correndo e olhando em direção a porta, sorrindo e batendo palminhas ao ver Maitê entrar pela porta. Pude ver a carranca que se formou no rosto de Lorenzo ao ver a irma entrando com suas próprias chaves no apartamento.

-Ela ta morando aqui com você? Lorenzo me olhou serio e com um olhar de desaprovação . -Essa a educação que você ta dando pro meu filho.

Eu respirei fundo tirando Pietro dos braços dele.

-Meu filho tem a educação certa , e ele não vai ser um machista como você.

Maitê se aproximou pegando Pietro no colo e o beijando no rosto, ele se enrolou em volta do pescoço de Maitê e se aconchegou como sempre fazia quando ela chegava em casa.

-Agora por favor Lorenzo você já viu ele, já pode ir embora. Eu me aproximei e abri a porta esperando ele sair.

Lorenzo se aproximou de Pietro e tentou lhe dar um beijo mais o pequeno se escondeu contra o pescoço de Maitê fazendo menção de choro, Lorenzo bufou e saiu porta a fora sem dizer uma palavra. Eu bati a porta e me aproximei de Maitê beijando seus lábios e a abraçando apertado.

-Foi um longo dia que tal se nós três formos tomar um banho de banheira em ? 

Eu sorri e aceitei o convite de Maitê indo com ela e Pietro para o banheiro,coloquei a banheira para encher enquanto tirava minhas roupas e entrava na água, Maitê tirou a roupa de Pietro e me entregou ele entrando logo em seguida. Nós três ficamos ali brincando na água e relaxando juntos depois de um dia tenso era tudo que eu estava precisando.


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