Capítulo 17 - Rio de Janeiro.

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Pov: Priscila Caliari

   Depois de uma noite de sono maravilhosa nos braços da Beatriz, acordo com um sentimento renovado de esperança e amor. A presença dela ao meu lado trouxe uma sensação de conforto que eu não sentia há muito tempo.

   Beatriz ainda dormia serenamente ao meu lado, e eu fiquei observando-a por um momento, admirando sua beleza. O som da respiração dela preenchia o ambiente, e eu me sentia grata por tê-la em minha vida.

   Decido levantar com cuidado para não acordá-la e me preparo para iniciar o dia. Após um banho revigorante, desço para a cozinha e encontro a mãe da Beatriz preparando o café da manhã.

Luli: Bom dia, querida! Como dormiu?

Eu: Bom dia, Sra. Ana! Dormi muito bem, obrigada. E a senhora?

Luli: Sem essa de senhora! Me chame de Luli. Respondendo a sua pergunta, ótimo também. Fico feliz que esteja aqui conosco. O café está quase pronto, pode se servir.

Eu: Muito obrigada. -sorrio e sirvo uma xícara de café.

   Enquanto tomamos o café da manhã juntas, conversamos sobre diversos assuntos. A Luli é uma mulher encantadora e acolhedora, eu me sinto extremamente à vontade em sua companhia. Ela me faz sentir parte da família desde o primeiro momento.

   Após o café, decido enviar uma mensagem para a Ohana para agradecê-la por ter me ajudado a organizar a surpresa para a Beatriz.

Mensagem para Ohana: "Oi Ohana! Cheguei bem e a surpresa foi maravilhosa, a Bea amou muito! Muito obrigada pela ajuda, você é incrível! Beijos."

   Enquanto aguardo a resposta da Ohana, aproveito para arrumar um pouco o apartamento e deixar tudo organizado. Quero que esse tempo com a Beatriz seja especial e inesquecível para nós duas.

   Quando finalmente sinto que está tudo pronto, decido preparar um pequeno almoço especial para a Beatriz, já que a Luli não pôde almoçar com a gente. Enquanto cozinho, penso na nossa anterior e em como eu sou grata por tê-la na minha vida.

   Após alguns minutos, a Beatriz aparece na cozinha, com os cabelos bagunçados e um sorriso encantador no rosto.

Beatriz Lobo: Bom dia, meu amor! O que está preparando de tão delicioso?

Eu: Bom dia, princesa! Estou fazendo um almoço pra gente. Senta aí que daqui a pouco está pronto.

Beatriz Lobo: Mal posso esperar para experimentar sua comida -ela fala de uma forma mais sedutora, mas aquela cena estava muito engraçada, ela toda descabelada tentando me seduzir.

Eu: Você acabou de acordar e já está assim.- falo rindo. -Pronto! Espero que goste. -me aproximo e coloco as panelas na mesa. 

Beatriz Lobo: Uau, parece incrível! Você é demais, sabia? -ela me lança um olhar carinhoso e lhe dou um selinho antes de começarmos a comer juntas.

   Após o almoço, decidimos sair para explorar um pouco o Rio de Janeiro juntas. Caminhamos pelas ruas animadas da cidade, visitamos pontos turísticos, fomos à praia e aproveitamos cada momento ao máximo.

   Caminhávamos de mãos dadas pela rua movimentada do Rio de Janeiro, aproveitando o clima agradável da tarde. Beatriz e eu estávamos imersas em uma conversa animada quando, de repente, fomos interrompidas por um grupo de pessoas à nossa frente.

   "Olha só, mais um casalzinho de lésbicas querendo chamar atenção", ouvi uma voz masculina zombando. Olhei para a Beatriz, e pude perceber o desconforto estampado em seu rosto. Instintivamente, apertei a mão dela com mais firmeza, buscando transmitir segurança mesmo diante da situação desagradável. A rua parecia ter se transformado em um campo minado, cada olhar nos cercava. 

   A voz do grupo de pessoas continuou, agora mais alta e agressiva. "Deveriam se envergonhar! Isso não é natural", gritou outra pessoa, e risadas de deboche se seguiram.

   Respirei fundo, tentando manter a calma enquanto Beatriz já estava nervosa. Beatriz olhou para mim, e vi que ela estava tentando se controlar para não enfrentar nenhum daqueles homens.

Eu: Vamos ignorar. -sussurrei para a Beatriz, tentando acalmar a tensão que crescia dentro de nós.

   Continuamos caminhando, mas os insultos persistiam. Eu podia sentir o olhar julgador das pessoas ao redor, como se estivéssemos sendo avaliadas e condenadas por simplesmente sermos quem somos.

   Finalmente, chegamos a um cruzamento e viramos a esquina, deixando para trás aquele ambiente hostil. Ainda assim, Beatriz continuava nervosa. Ao nos afastarmos do tumulto, paramos por um momento em um local mais tranquilo. Beatriz virou-se para mim, e pude ver a mistura de frustração e tristeza em seu rosto.

Beatriz Lobo: Pri, eu sinto muito por isso. Não merecíamos passar por essa situação.

Eu: Vida, tá tudo bem agora.

Beatriz Lobo: Eu sei, mas eu queria ter nos defendido, eles não podem fazer isso.

Eu: Eu sei, meu amor. Infelizmente, nem todos entendem ou respeitam o que somos. Mas eu não quis que você enfrentasse aquelas pessoas, vai que a situação piorasse. -Beatriz assentiu, mas havia uma sombra em seu olhar que me dizia o contrário. O peso da discriminação era algo com o qual ela tinha lidado muitas vezes, e eu me sentia impotente diante dessa realidade.

Beatriz Lobo: Eu sei, mas a gente não tinha que ter passado por aquela situação.

Eu: Tá tudo bem agora. -dei um abraço nela.

   Segurando sua mão com ternura, senti a urgência de proteger e confortar a mulher que amo. A homofobia era uma realidade triste e injusta que continuava a nos desafiar, mas nossa determinação em resistir e amar era mais forte do que qualquer preconceito.

   Decidimos continuar nossa caminhada, cientes de que, juntas, éramos capazes de enfrentar qualquer obstáculo. Ela é o meu porto seguro, e estar ao lado dela me traz uma sensação de plenitude que nunca experimentei antes.

   Ao entardecer, retornamos ao apartamento da Beatriz. Preparamos um jantar leve juntas e nos sentamos para relaxar.

Beatriz Lobo: Pri, obrigada por estar comigo, eu te amo muito. Estou muito feliz que esteja aqui comigo.

Eu: Eu também te amo, meu amor. Estou grata por cada momento ao seu lado.

Beatriz Lobo: Mo, queria te contar mais sobre a minha família também. Tenho certeza de que você vai gostar de conhecê-los.

Eu: Claro meu amor, quero conhecer todos.

Beatriz Lobo: Ótimo! Infelizmente todos não vai dar, meu pai e meus irmãos moram em Portugal, mas vai que a gente vá pra lá algum dia né? Vou te contar mais sobre eles depois do jantar.

Eu: Kkkkkk tá bom, meu amor. 

   Ficamos conversando até dormimos, ficar com a Beatriz era tão leve, eu amava cada segundo ao seu lado.


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oii minhas divass, voltei!!

curtem e comentem muito, adoro os comentários de vocês.

beijoss!!



My best part... -BeliariOnde histórias criam vida. Descubra agora