Um total de dez dias se passaram.
Rindou estava tentando fazer a irmã comer, mas agora Narcisa se recusava a se quer olhar para qualquer um que entrava no quarto. Sua ausência na mídia foi descrita como “problemas familiares “ e em seguida cada página de fofoca foi silenciada.
— Somos irmãos ainda? — ela sussurrou ao olhar para janela, enquanto Rindou a olhava.
— Sempre!
— preciso de um favor.
— qual?
— Veneno!
Rindou ficou em silêncio, mas concordou.
— volto na hora de pegar a comida — ele diz
— Diga a Izana…que quero comer com ele — ela sussurrou
Rindou respirou fundo e por fim se afastou. Quando Izana soube que Narcisa queria desfrutar de sua companhia para comer, ele aceitou e mandou entregarem a comida em seu quarto. Assim que se juntou a ela, observou o quanto seu belo rosto estava pálido e frágil, aquela mulher forte estava tão monótona e fraca.
Izana observou Narcisa de uma maneira diferente, sentou-se em uma cadeira na ponta de sua cama, a observou enquanto ela comia, a garota era tão frágil, era impossível não notar.
— Você não tem fome não é? — Ele perguntou, quando viu que Narcisa estava comendo muito pouco.
— Acho que meu corpo, acostumou — ela sussurrou
— Você só tá comendo migalhas, tem que se alimentar direito. — Ele disse, mas não era um alerta ou uma discussão, era apenas uma preocupação genuina sobre o estado dela.
Narcisa deu um curto sorriso, ao ver Izana dando um gole no suco.
— Estou tentando, mas é difícil quando você está em cativeiro — ela o olhou
— Eu sei que estou te mantendo presa contra a sua vontade, mas faço isso porque que cuidar de você, não vou te machucar... — Ele respondeu calmamente, como se estivesse se esforçando muito para não perder o controle.
Ele suspirou e então olhou de novo para aquela menina frágil, ele podia ver que ela não acreditava nele, e o Olhar Gelado de Izana não ajudava muito.
— Por favor, tente comer um pouco mais, por mim.
Foi nesse instante, após tomar todo o suco, que Narcisa o olhou.
Ele estava sorrindo, um sorriso tão gentil que fez meu coração errar algumas batidas e em seguida permitir que minha respiração acelerasse.
Onde eu já vi esse sorriso?
Aonde...???
Onde!!!!
E como fragmentos de uma memória perdida eu me lembrei. Meus joelhos estavam ralados, parte do meu cabelo com farinha e ovos formando um ninho de nojeira, meu corpo todo estava coberto de farinha e terra.
Então um jovem apareceu, alguém que era dificilmente de sorrir e demonstrar emoções, alguém que todos tinham medo e respeito. Ele de ajoelhou...mas esse homem nunca ajoelha pra ninguém, e com ternura afastou meu cabelo.
— Não....– sussurrei ao recuar — estou suja.
— o que eu vejo, é apenas uma Dama da noite — ele murmurou e eu o olhei, aquela pessoa estava sorrindo — Essa flor só floresce a meia noite, quando a luz da lua a toca. E veja...ainda há sol.
Ele me tocou, afastou um pouco da sujeira do meu rosto e me deixou sentir o carinho e a ternura de seu toque.
— Izana....
Izana!
Seus olhos me analisaram e pareciam entender a situação mesmo sem me perguntar nada.
Meu corpo começou a tremer
E ele se levantou, saindo da cadeira e sentando na cama, erguendo a mão para meu rosto.
— Minha Dama da noite — Izana sussurrou — Apesar de todas as atrocidades que cometi, meu coração pertence a você.
Ergui minhas mãos até suas costas e o abracei, enterrando meu rosto em seu pescoço.
— Izana....— supliquei
Era tarde demais para me redimir pelo meu pecado, em segundos ele iria morrer nos meus braços.
— Ver você nos braços de Mitsuya é como um veneno que queima em minhas veias. — ele sussurrou baixo demais — Eu sei que fui o vilão em nossa história, mas peço perdão, minha rainha, por todas as mágoas que te causei.
Izana se afastou um pouco e deitou a cabeça em meu colo, e aos poucos foi fechando os olhos com um sorriso no rosto.
— por que...não me contou?...
— Rezo para que em nossa próxima vida a espera seja curta e o encontro seja longo. — ele sussurrou
Sua cabeça virou pro lado e sua mão caiu ao lado do corpo, sem respiração
Sem batimentos.
Izana Kurokawa morreu.
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𝑫𝒂𝒎𝒂 𝒅𝒂 𝑵𝒐𝒊𝒕𝒆 - 𝑴𝒊𝒕𝒔𝒖𝒚𝒂 𝑻𝒂𝒌𝒂𝒔𝒉𝒊
Fanfiction" "Você pode fingir que não se importa, mas eu vejo a paixão ardente que queima em seus olhos toda vez que me olha."