Capítulo 14

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Após muito choro e ataques de raiva de minha mãe, à conforto sobre o sofá e à faço um chá quente. Ela estara devastada, chega até a parecer que meu pai faleceu. Mas na verdade, ele simplesmente nos abandonou... Minha mãe não cansou de me pedir desculpas pelo ocorrido e dizer que não faz ideia do que passou em sua cabeça para pensar em fazer algo como aquilo, fiz de tudo para não gritar com ela... Estava irritado, ver aquela cena me irritou profundamente, ela teria coragem de fazer isso?! Novamente a sensação de impotência... Parece que não consigo proteger nem sequer quem convive comigo, isso é irritante... Avisei Itachi de que não poderia encontrar com ele. Assim que contei o motivo, nem mesmo o fato de ser indesejado o fez deixar de aparecer em nossa porta. Seus olhos estavam marejados e estava suado pela corrida da cafeteria para casa. Disse milhões de vezes que não seria muito bom que ele aparecesse lá, no entanto, ele não quis nem saber. Itachi só queria ver nossa mãe. Abri a porta e os olhos da mesma até arregalaram. Fiquei preocupado por alguns segundos de que sua preocupação não fosse bem entendida ou sua visita repentina, bem vinda... No entanto, minha mãe só fez desabar novamente... Itachi à abraçou com toda sua força, um abraço dolorido, uma mistura de sofrimento, tristeza, saudades e preocupação, tudo em um abraço só... Não me segurei e os abracei junto, pela primeira vez em nossa família, estávamos nos consolando, demonstrando sentimentos e afeto, aquilo mexia comigo de uma forma estranha, me dava um embrulho no estômago... Era estranho, mas um estranho bom.
Ela pedia desculpas, desculpas e mais desculpas enquanto desabara em choro, dizia que não conseguiria mais olhar em nossos olhos por ser tão fraca, sentia falta de nosso pai, não à julgariamos, também sentiamos falta do desgraçado... Itachi sentia desde que foi expulso de casa, e eu, desde que nos abandonou. Era exatamente o que eu temia, a mudança silenciosa... Só passei à nota-la quase quando estava feita, dividimos a dor, otousan havia sido um injusto, fez tantas pessoas apegarem-se à ele que doía, doía demais... Choramos e nos descupamos por não compartilhar disso para nos consolar. Itachi estava feliz, eu estava feliz, minha mãe passava à estar feliz, meu coração estava quente, é como um sonho realizando-se. Minha mãe e meu irmão abraçando-se na sala da mesma casa à qual ele foi expulso? Que grande irônia da vida... Estávamos sofrendo o abandono de nosso pai, todos nós, okaasan, Itachi e eu, mesmo que ele não mereça todo esse sofrimento.
No dia seguinte, pensei em não ir à escola, minha mãe ainda estava muito frágil e queria fazê-la companhia. No entanto, Itachi disse que não iria ajudar em nada faltar aula e que estava tudo bem que eu fosse, até porque, ele ainda tinha muitos assuntos pendentes com a mesma... Me deixa contente que eles estejam finalmente se entendendo, já faziam tantos anos desde que ele foi expulso que já havia até perdido as esperanças quanto à isso.
Sigo para o ponto de ônibus, esperar o mesmo para ir à escola, a noite passada fora cansativa... E para completar, ainda há aquele assunto pendente com Naru...

Chegando no ônibus vejo ele, temos um papo legal por alguns minutos, mas creio que ele notou meu incomodo... ─ Sasuke, está me ouvindo? ─ Naru só me chama pelo nome quando algo não vai bem... ─ Você parece desperso...

Hm... Bem... ─ Começo, com um sorriso forçado. E quando estou prestes à dizer algo e virar um grande amontoado de problemas, noto que o ônibus para, e acho que pela primeira vez, fico feliz em chegar na escola. ─ B-bem, acho que tenho que ir... ─ Termino, com um sorriso fajuto.

─ Sasu, você parece com problemas... ─ Não quero falar sobre o que aconteceu em casa, nem na casa de Karui, só quero entrar na escola e fingir que não existo mais...

Vou até a pequena escadaria do ônibus e lanço um sorriso fraco à ele. ─ Está tudo bem, Naru. Não se preocupe. ─ E tomo meu rumo à escola.

Já em frente à escola, noto de longe Hinata e Sakura conversando. Havia um bom tempo desde que elas conversaram pela última vez, então estranhei. Enquanto me aproximo, noto que o diálogo vai acabando, até que estou próximo o suficiente de ambas, e então, silêncio absoluto. ─ Bom dia, Sasuke-kun. ─ Hinata me cumprimenta aparentando estar meio nervosa.

Garoto do ônibus... (SasuNaru) Onde histórias criam vida. Descubra agora