CAPÍTULO 3

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-Qual o seu problema, garota? -Ele disse entre os dentes e eu não estava pronta para dialogar...

Sua mão quente em minha garganta me deixava excitada. Eu não o conhecia, ele poderia me machucar... Ou não.

Finalmente, Jefferson abaixou a mão, mas ainda manteve meu corpo colado na parede. Me senti segura para falar.

-O meu problema? - disse com ironia. Agora ele ia escutar. -Não sou eu quem tem um problema aqui. Porque você se acha no direito de humilhar alguém daquela forma?

-Me responda você.

-O que? -Bufei e levei uma mão involuntariamente até a sua mão que prendia meu corpo pelo quadrio na parede.

Ele afrouxou o aperto, mas não soltou.

-Eu só interferi porque você o tratou tão...

-Não. Você interferiu porque ele é seu namoradinho de escola e é claro que não ia aceitar alguém tentando ensina-lo da maneira correta. -Ele me interrompeu.

-Primeiro, professor, ele não é o meu namoradinho da escola, eu acabei de conhece-lo... Segundo, você não estava nem de longe tentando ensina-lo. Estava envergonhando ele na frente de todo mundo.

Ah, cansei de jogos. Isso não vai dar em nada. Respirei fundo e soltei uma rajada de palavrões... Fui direto ao ponto.

-Porque diabos você é tão idiota assim? É dor de cutuvelo? Por um acaso levou um chifre ou matou alguém?

-Você não sabe nada sobre mim! -Ele se afastou e de costas, ouvi sua respiração acelerada.

Ah, merda! Ele estava magoado? Falei algo que o ofendeu ou que é um fato? Eu e minha boca grande!

-Vá para a sala... se alguém perguntar, fiquei na diretoria resolvendo algumas coisas. -Ele disse em um tom calmo que mudou estantaneamente.

Ah, não. Grite comigo, seu idiota!
Eu nem acredito que o magoei.

-Professor... -Comecei a falar, mas ele simplesmente saiu, me deixando sozinha e arrependida. Seria possível que Jefferson realmente estivesse chateado?

***

Jonathan veio me agradecer depois que voltei para a sala e eu só sorri, para não o deixar sem graça. Mayra a minha frente dizia uma série de coisas do quanto fui louca e irresponsável por enfrenta-lo, mas ignorei, de novo. Quando Jefferson voltou para a sala, estava calmo e agia como se nada tivesse acontecido. Ele não me olhou, nem uma vez depois do que acontecera. O que só fez eu me sentir culpada de te-lo ferido. Eu geralmente fazia isso nas pessoas.

Não o vi durante o intervalo e os rumores que escutei nos corredores eram desagradáveis para ele. Sim, ele fez com que eu me arrependesse, de verdade. Ninguém de fato tem culpa de ser assim. Se alguém realmente o tivesse traido, oque deu a entender, eu no mínimo devia desculpas. Deixei Mayra com um grupo de garotas falando sobre sutiã e fui para a sala. Eu tinha quase certeza de que ele estaria lá e pude confirmar quando entreabri a porta e o vi sentado na mesa com a cabeça entre as mãos.

Ele parecia em um mar de pensamentos. Meu coração doeu. Talvez eu também fosse idiota...

-Professor? -Acabei de abrir a porta, mas ele não me respondeu. Ele nem mesmo se moveu.

Juntei a minha coragem que estava demais nos últimos dias, mas era quase inexistente naquele momento, e caminhei até sentar na mesa de Mayra, de frente a ele. Jefferson estava com o olhar fixado na mesa de madeira e me ignorava totalmente.

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora