CAPÍTULO 11

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Oi, meus amores, eu demorei? Me desculpe, por favor! Meus últimos dias estão arrastados, marquei um voo para dia 30 e a correria está tensa. Capítulo promete, hein, a partir daí tudo muda, ha ha! Boa leitura...

Parte I

Acordei mais não achei vontade para me levantar, já que o meu dia estava previsto a ser um inferno. Como uma garota, talvez uma das melhores alunas, passa de impopular à" mais nova vagabunda da cidade" só porque cometeu um pequeno erro? Em outra ocasião eu estaria rindo por ter tanta 'sorte'...
Fiquei matando a maior parte do tempo que pude deitada observando meu teto e ouvindo o barulho da chuva cair ao lado de fora... Tomei café da manhã no quarto enquanto assistia a primeira temporada de Covert Affairs e pintei as unhas das mãos de um vermelho vinho enquanto olhava a chuva cair em gotas grossas pela janela ainda do meu quarto.
Só achei uma boa ideia me arrumar, quando Mayra ligou avisando que chegaria em dez minutos. Me olhei na frente do espelho e decidi que eu não precisava me preocupar em achar algo decente no meu guarda-roupa, aquelas roupas e o estado do meu cabelo estavam ótimos para um dia nebuloso e fechado de chuva, tão escuro quanto minha áurea: Calças jeans largas e blusão com mangas grandes e tecido grosso.
Quando Mayra chegou, ficou parada me olhando como se eu fosse um extraterrestre ou algo assim.
-Santo Deus dos exércitos! O que aconteceu com você? -Ela piscou varias vezes e eu permaneci em silêncio, ainda sentada de frente ao espelho -Garotinha das cavernas? -Chamou como se eu tivesse cinco anos -Não diga que vai faltar mais um dia de aula. Alicia, você não...
-Vamos? -Interrompi, me levantando e passando por ela para pegar minha bolsa.
-Como assim "Vamos"? -Joguei a mochila nos ombros e olhei para ela. Mayra estava com as mãos na cintura, como se quisesse passar uma impressão intimidadora.
-Para a escola... Vamos?
-Oh, você não vai assim. -Ela ergueu uma sobrancelha e me olhou de cima a baixo.
Suspirei e segurei a porta aberta.
-Se você não vir comigo, eu vou sozinha.
-Mas, Alicia... Você nem se arrumou.
-Olha, -Levantei as mãos para mostrar minhas unhas -Eu fiz as unhas. Isso é se arrumar, certo? -Revirei os olhos e saí do quarto, esperando que ela me seguisse. Isso não vai dar em nada.
Mayra decidiu não tocar mais no assunto" Vai se arrumar" e fiquei aliviada. Cá entre nós, eu não estava bem com os olhares repreendedores dela e os comentários de baixo astral.
Quando chegamos na escola, todos começaram a me olhar e algumas pessoas cochichavam. Por, talvez sorte, ninguém parecia rir de mim. Assim que empurrei a porta e comecei a andar pelo corredor, Mayra entrelaçou seu braço ao meu e me olhou, como se me confortasse. Lhe mostrei um pequeno sorriso para dar a entender que eu estava bem. Quando mais eu me aproximava da sala, mais as pessoas olhavam e comentavam. Franzi as sobrancelhas por pensar que a essa altura, todos estariam rindo e apontando para a minha direção e, na minha mente, até imaginei bolinhas de papel sendo arremessadas em mim. Mas ao contrário de tudo isso, todas as pessoas me olhavam com surpresa e talvez, só talvez, um pouco de medo. Claro que nada disso fazia sentido, então cheguei na sala e vi uma coisa que se encaixou em todas as dúvidas que estavam me rondando; Jonathan e a garota da classe de Silvia, estavam na frente da sala conversando com o diretor Willian e com o professor Jefferson. Santo Deus! A essa hora o professor já sabe de tudo. Engoli em seco e continuei meu caminho para o meu lugar de sempre. Mayra se afastou para colocar a bolsa em cima de sua mesa e o quarteto na frente da sala pararam de conversar quando me aproximei.
-Ai está ela. -A garota da classe de Silvia cruzou o braço sobre o peito e franziu os lábios. Meu coração estava acelerado, mas não baixei a guarda. Continuei com a postura de quando acordei.
-Esperando por mim? -Ironizei. Dane-se, eu estava fodida de qualquer jeito. Provavelmente seria acusada de invadir a casa de um aluno, ameaça-lo e agredi-lo. Ah, e é claro, insultar uma amiga da 'vítima'. Sim, eu posso considerar isso como eu estar totalmente fodida.
-Srta. Gomorra, podemos conversar um minuto? -O diretor Willian disse todo gentil e prestativo e apontou para o lado da porta.
-É claro, diretor. Vamos conversar na sua sala apertadinha e escura, para não citar aconchegante. -Sorri e lambi os lábios. Se eu ia ser considerada uma grande vadia, porque não fazer o trabalho completo, não é? Mas me senti desconfortável quando olhei meu professor e percebi que seu cenho estava franzido e ele parecia perplexo ao me analisar. Respirei fundo, revirei os olhos, grunhi e me virei, para ir para a diretoria. Esse vai ser um longo dia...
O diretor ficou na sala comigo e, graças a Deus, não pareceu assanhado pelo oque eu fiz a pouco tempo na sala de aula. A última coisa que eu precisava, era ele dando a entender tudo errado. Ele me disse que Jonathan lhe contou tudo e eu esperei que ele terminasse para contar minha versão. Eu disse que fomos jantar como amigos e depois ele me chamou para ir dançar em um clube. Eu aceitei por que eu não tinha nada melhor para fazer e as vezes eu gostava de agir como uma adolescente irresponsável igual todas as outras na minha idade. Então nós bebemos e eu só me lembro de acordar no outro dia em seu apartamento. Eu disse que me arrependi amargamente e me repreendi um dia inteirinho. Então contei o que Jonathan fez, espalhando para todos quando eu pedi que ficássemos em segredo e, quando soube o que ele fez, fiquei cega de raiva e queria machuca-lo de qualquer jeito. A solução que eu encontrei, foi machuca-lo fisicamente. Quando fechei a boca, toda a sensação de raiva por ter lembrado de tudo nos detalhes havia preenchido o espaço de paciência que eu tinha demonstrado até ali.
- Eu sei como deve estar se sentindo, Srta. Gomorra. Claro, esse menino é quase um sádico! Mas não acho que tenha agido certo por conta própria. Nada se resolve por impulso.
-E você queria que eu fizesse oque, diretor? -Bufei -Queria que eu cruzasse os braços e esperasse meus tios serem chamados na escola para resolver isso tudo? -Sorri e estalei os dedos -Acredite, eu preferi mil vezes ter agido por "impulso" e faria de novo se precisasse.
Ele respirou fundo e cruzou os braços sobre o peito.
-Você poderia ter me dito desde o começo. Eu teria lhe ajudado.
-Ah, jura? -Sorri e me levantei. -Eu não duvido. -Sussurrei.
-Como? -O diretor se endireitou e eu forcei um sorriso.
-Nada... Bem, terminamos?
Ele ficou parado um segundo me olhando e depois exalou profundamente, rodeando sua mesa e pegando um papel grande na gaveta. Ele estendeu para mim e eu me aproximei para pegar.
-Isso é uma carta de expulsão. -Ele disse e meu coração pareceu querer saltar pela boca. Passei o olho por ela e, pensando ler meu nome, li o nome de Jonathan. -Pode ficar tranquila. Vou garantir que ninguém fiquei falando de você por aí. -Ele parou e sorriu -Eu disse que te ajudaria, Alicia. Pode contar comigo... Sempre. -Engoli em seco. Isso era mais sério do que eu pensava. Se bem entendi, ele expulsou Jonathan por minha causa.
-Obrigada, diretor Willian. -Sorri satisfeita, aliás, ninguém mais falaria de mim. Eu também estava decidida a uma coisa: Tudo seria como o ano passado. Eu voltaria a ser aquela garota dedicada e estudiosa e não teria olhos para nada além dos estudos. Assim, evitaria qualquer confusão em relação a minha imagem.

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora