CAPÍTULO 9

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Depois que Mayra se despediu, Jonathan fez questão de me acompanhar até em casa. Aceitei porque da minha casa até a rodoviária eram cinco minutos e, apesar de eu estar ansiosa, eu sabia que daria prazo para me encontrar com Jefferson.

-Alicia, porque não vamos jantar juntos? -A pergunta veio de cima de mim e pisquei várias vezes para não parecer inquieta ou esnobe.

-Hoje?

-Claro. Conheço um restaurante ótimo. Posso passar para te pegar às nove.

Engoli em seco e balancei a cabeça. Eu não queria parecer rude.

-Hoje eu tenho uma coisa pra fazer... Han... talvez na semana que vem.

Ele não respondeu, mas deu um risinho fraco e olhou para frente. Que ótimo, Alicia. Você é uma grande estraga prazeres.

Quando chegamos na minha casa, meu tio estava estacionando o carro e eu quis correr para o meu quarto. Não queria que ele me visse, assim eu poderia me encontrar com Jefferson e voltar com a desculoa que eu tinha ido para casa de Mayra depois da escola e por isso demorei. Mas ele já havia me visto, então apenas suspirei e fiquei pensando em qual desculpa eu poderia inventar.

-Hey, está sabendo sobre o Professor? -Foquei meus olhos estreitos no rosto alegre e divertido de Jonathan e cruzei os braços sobre o peito.

-Não... O que tem ele? -Perguntei, desconfiada.

-Como assim? A escola toda está falando sobre isso! -Ele bufou e tive vontade de esfregar a cara dele na porta pra ele dizer logo o que estava me matando de curiosidade. -Estão dizendo que viram ele e a professora da outra sala se pegando dentro do carro... Acho que é a Sílvia.

Não pude deixar de me espantar. Que porra era aquela que ele tinha dito?

Eu não sei porque, mas aquela sensação de raiva e queimação no peito quando se tratava de Jefferson, estava lá de novo e eu só queria feri-lo. Eu nem sabia mesmo porque iria até a rodoviária só pra poder ouvi-lo. Eu não tinha nada pra dizer a ele, tinha? Não... Nada além de que eu o odeio e que isso provavelmente nunca vai mudar.

-Sei... -Falei, contendo a raiva.

Me forcei a dar um riso quando o meu tio passou por mim, mas antes deixando um bocado de sacolas nas minhas mãos para que eu o ajudasse.

-Então... Eu estou com fome, agora. Me pega às nove? - Perguntei e, de alegre e sorridente, Jonathan passou a confuso e orgulhoso. Acabou que ele sorriu e me deu um beijo rápido na bochecha.

-Vai ser ótimo! Até mais. -Ele disse e se foi.

Entrei para a cozinha suspirando como sempre andava fazendo ultimamente... Esse ano estava indo de mal a pior.

...

-Oque? -Mayra gritou no outro lado da linha quando contei que ia jantar com Jonathan. -Eu realmente espero que essa vez saia algum beijo.

-Não seja ridícula, Mayra. -Revirei os olhos, apesar de ela não poder me ver. -Ele é o meu amigo como você é a minha amiga.

-Não vem com essa. Ao contrário dele, gatinha, eu não quero enfiar a minha língua na sua garganta. -Fiz uma careta e senti ela rir no telefone.

-Que seja... -Eu estava sentada na cama de frente ao meu guarda roupa super atrapalhado, sem saber o que vestir. Suspirei e me levantei, arrumando alguns vestidos no corpo de frente ao espelho para ver se algum caía bem. -Me diz logo o que vestir. Eu não tenho nada... Que tal calça jeans?

-Ai, garota! Não seja brega, por favor. É um encontro e...

-É um jantar de amigos, Mayra! -Corrigi e respirei fundo tentando não sair do sério.

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora