CAPÍTULO 28

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Música: Escreve aí - Luan Santana ( pra não quebrar a tradição da música Brasileira hehe) Sem tirar que o Luan é um gato! 

OBS: Capítulo longo haha Aproveitem!<3 BOA LEITURA!

Parte I

Cobri parte da minha barriga com a camisa do pijama e cruzei os braços em um gesto protetivo. Vê-lo ali na minha frente  não foi do jeito que eu esperava. Apesar de com ódio mortal por ele ter descoberto minha gravidez e, mesmo não querendo mais esperando ele me procurar, ele não veio e isso foi o fim. Mas de qualquer jeito senti tudo o que sempre senti perto dele... Minhas pernas fracas, boca seca, coração acelerado... Sinais de que, mesmo tentando todos esses últimos meses descontroladamente esquecê-lo, era mais do que difícil, era impossível. Esperei ele dizer algo, mas a única coisa que ele fez foi olhar para minha barriga e o meu rosto uma série de vezes, ainda calado. Revirei os olhos e decidi pela forma mais simples... Eu fechei a porta e encostei a testa nela, tentando me controlar para não gritar. Isso não foi do jeito que eu esperava. Pensei que se eu voltasse a vê-lo gritaria e o amaldiçoaria, mas não que ficaríamos ambos sem uma reação. Isso era tolice. Respirei fundo e voltei a abrir a porta. Ele estava parado da mesma forma que antes, eu diria que até emocionado, mas evitei pensar nisso.

-Oque você está fazendo aqui? -Perguntei entre os dentes e soube que ele tinha sentido o quão nervosa eu estava. Em vez de responder, ele continuou me olhando.

-Quem é!? Vem logo assistir ao filme, lindinha! -Gabriel gritou da sala e fechei os olhos por um breve momento. Jefferson olhou por sobre meu ombro e deitou um pouco a cabeça de lado.

-Não é ninguém, eu já estou indo! -Gritei de volta e olhei para o homem que nunca libertou meu coração e eu temia que isso nunca acontecesse -Vai embora, eu não quero ver você de novo. -Murmurei e voltei a fechar a porta. Passei pela sala direto para o banheiro, Gabriel viu mais não disse nada, talvez sabendo da necessidade que uma grávida tem com banheiros.

Depois de trancar a porta, me sentei na privada e coloquei a cabeça entre os joelhos. Porque ele estava ali? Porque não disse nada? Limpei as poucas lágrimas que escaparam e respirei fundo. Me levantei e fiquei na frente do espelho.

-Ele não vale tudo isso. -Repeti várias vezes para mim mesma. E era verdade, ele não valia nem o chão onde eu estava pisando. Mesmo depois de saber da minha gravidez, ele nem se preocupou em me procurar... Mais porque agora? Pare de pensar nesse idiota! Meu consciente gritou para mim. Eu não podia me prender a ele novamente, não agora que tudo estava correndo bem.

O RESTO DA semana passou rápida e desligadamente bem. Evitei ver Gabriel depois daquele dia e procurei ficar mais no meu quarto. Eu sentia falta de quando tudo era mais simples... Quando eu e Mayra eramos amigas, quando eu morava na casa dos meus tios... Quando ainda pretendia me formar em direitos... Agora tudo era diferente. Eu trabalhava no mercado da esquina, pretendia ser uma dona de casa gorda e horrorosa e mãe solteira. Isso barrava qualquer perspectiva em relação ao meu futuro. Sem dúvidas tudo estava mudado.

-Alicia, você pode arrumar as pratilheiras do corredor cinco, por favor? -Henrique, o meu chefe, estava sentado lendo um jornal quando cheguei. Sorri e coloquei a minha bolsa em baixo do balcão do caixa.

-Claro. -Falei e comecei a andar para o corredor cinco. O mercado abriria em dez minutos e eu precisava arrumar as pratilheiras, limpar os balcões e abastecer os freezeres... Eu poderia dizer que tenho tempo de sobra. Quando estava na última caixa de refrigerantes, escutei Henrique me chamando para abrir o mercado. Deixei a caixa de refrigerantes e corri para a entrada... Uma hora depois, Lena, uma das minhas amigas da escola, apareceu para me ajudar como sempre fazia. Ela limpava o chão enquanto eu colocava os preços nas diversas frutas no fim do corredor treze. Tirei esse tempo para pensar. Eu queria que tudo parasse de me oprimir. Queria amar alguém incondicionalmente e ser retribuída. Deus! Eu queria ter uma vida normal, e tudo ia ao contrário disso... Suspirei milhares de vezes enquanto pensava nas coisas que eu passei antes de engravidar. Uma época que eu só ria, a época antes de Fátima aparecer... O que será que ela estaria fazendo agora? Com quem ela estaria agora? Eu só queria esquecer tudo isso e seguir com a minha vida normal. Tantas vezes eu pensei em como seria se eu e Jefferson estivéssemos juntos... Ele não aceitaria nosso filho, o meu filho! Mas e se eu não o tivesse...

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora