CAPÍTULO 15

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Bônus

Jefferson:

Parte I

Naquele momento eu queria ser apenas uma pessoa comum tentando matar um desejo que me perseguia desde muito tempo. Mas isso não era possível. Eu era um professor adulto e maduro. Eu tinha responsabilidades e problemas com os quais eu tinha que me preocupar. Porque então eu não podia apenas ignorar essa porra de desejo repentino? A resposta estava na minha frente. Eu a queria. Eu a queria desde quando entrei nessa sala e percebi que isso seria um problema. E aí está: Nos beijamos. A culpa foi evidente em mim. Alicia era inocente e poderia muito bem ter evitado, mas não. Ela preferiu continuar e ainda dizer que adorou. Em outra situação eu estaria rindo, mas agora isso seria um problema. Depois de provar o doce de seus lábios, como fazer para acabar com isso? Eu só ia querer mais e mais e, como todo instinto de homem, eu sabia que não iria resistir. Como eu pude deixar uma raiva por uma diaba acabar com todos os meus sentidos coerentes e acabar com a língua na garganta da minha aluna? Tudo só iria dificultar e, mesmo confessando que eu amei cada segundo a agarrando e a tendo para mim, só para mim mesmo que por poucos minutos, eu não poderia me dar ao luxo de foder com a minha vida pela segunda vez ou magoa-la. Eu não aguentaria isso novamente. E também tinha Fátima. Ela estava aqui para ser o meu inferno. Ela queria me ver na merda e não ia parar até conseguir. Eu não podia colocar Alicia em um perigo constante desses. Eu não o faria. Mesmo pensando assim, eu teria te cumprir o que prometi. Eu teria de dar aulas a ela todos os dias depois da escola e isso seria uma tentação. Eu não sabia como ela agiria dali para frente. E se ela desistisse de tudo? E se ela me provocasse como Fátima fez? Eu poderia muito bem perder a cabeça e me entregar a seus encantos ou simplesmente ir embora da cidade. Não, eu não o faria, mas podia ser uma opção. Respirei fundo, suspirei e exalei várias vezes para conter a emoção que irradiava de mim. Isso foi incrível, mas um erro. Eu queria mais não podia... Depois que Alicia saiu da sala, provavelmente para me dar um espaço para que eu pudesse respirar direito, o que agradeci mentalmente, fiquei imaginando vários motivos para virar as costas e ir embora. Mas todos não se encaixavam. Como eu sou, literalmente, cabeça dura! Ah, Jefferson, você está mais fodido do que pensava! Respirei fundo e peguei minha bolsa e o livro. Isso teria te ser encarado de qualquer forma, então que seja... Fui para o estacionamento e me deparei com ela sentada na calçada. Eu sei que é patético, ou parece ser, mas ela é a coisa mais linda que eu vi nos meus últimos anos e confesso que nela havia um brilho diferente. Como se fosse a minha salvação. Mas é claro que eu também não podia ver as coisas por esse lado. Isso seria o fim. Me aproximei e ela se levantou de imediato. Bom, estava ou parecia alarmada. Me endireitei e coloquei a carranca mais dura que consegui. Bom, Jefferson, é hora de concertar a burrada que você fez.
-Alicia, vou deixar claro que isso não vai acontecer de novo. -Falei com a voz mais destemida que pude. -Nunca, nem por um segundo se quer, sonhe em me olhar de um jeito diferente ou confundir sua cabeça por que não há nada, ouviu? Isso foi um erro e não vai se repetir.
Ela suspirou e por um segundo vi um traço de um sorriso em seus lábios, mas foi substituído por uma carranca ainda mais dura do que a minha.
-Você é um idiota. -Rugiu e fiquei impressionado com o quão eficaz ela podia ser. Me deu vontade de agarra-la e morder aquele biquinho vermelho dela, mas não podia, é claro. Virei as costas e fui até me carro, abrindo a porta, mas quando me virei de volta para ela, percebi que ali havia outro probleminha. Acho que, seja o que for que eu faça, ela não sairia do lugar, não por vontade própria. Alicia estava com os braços cruzados e uma carranca intimidadora. -Eu não vou com você. -Falou e parei para processar.
-O que? -Bufei -Entra no carro.
-Não. Não quero suas aulas idiotas. Eu sou muito melhor do que isso.
Respirei fundo tentando achar um jeito de fazê-la mudar de ideia. Simplesmente não tinha, então fui até a ela e segurei seu braço com firmeza para ela não escapar.
-Vem. -Falei e comecei a puxá-la pelo estacionamento até meu carro.
-Não. Me solta! Me solta! -Ela estava gritando e olhei em volta para ver se alguém estava vendo. O estacionamento da escola estava quase vazio, a não ser pelo meu carro e do diretor Willian que a qualquer momento poderia aparecer ali.
-Vem logo, Alicia. Não seja infantil. -Abri a porta do carona e a joguei no banco.
-Me deixa sair, seu... -Fechei a porta e ela rugiu de raiva. Sorrindo, rodeei o carro e deslizei na frente do volante, ligando-o em seguida. Isso seria difícil... Dei partida antes que o diretor aparecesse e comecei a dirigir em direção a sua casa. Ela estava virada para a porta e me impedia de ver sua carranca. Sorri quando ela bufou de raiva, mas permaneceu em silêncio. Ah, minha linda Alicia adorável... Se você soubesse o que eu gostaria de lhe fazer...

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora