CAPÍTULO 26

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Fecho meus olhos, sinto você aqui para sempre

Você e eu juntos, nada é melhor... (Adele- Set fire to the rain)

BOA LEITURA!

Parte I

-Alicia? -Meus olhos se obrigavam a permanecer fechados enquanto alguém me sacudia de um lado para o outro. A primeira coisa que eu fiz foi pensar em que lugar eu estava. Quando percebi que eu estava ainda dentro do carro e meu corpo estava completamente dolorido, fiz mais um esforço para que meus olhos permanecessem abertos e aí vi meu pai parado ao meu lado esperando pacientemente para que eu acordasse. Estava escuro e a brisa gelada que passava pela brecha que estava aberta na porta me fez tremer. Bocejei e me espreguicei no banco do carro -Faltam umas cinco horas até chegarmos em casa, mas vamos passar a noite aqui nessa pousada, tudo bem pra você?

Me ajeitei um pouco mais e esfreguei os olhos.

-O meu corpo agradece. -Murmurei com a voz embriagada de sono. Meu corpo realmente agradecia. Eu precisava de uma ducha quente e uma cama gostosa e confortável e não um banco de couro na traseira de um ex-port.

Sai do carro seguindo para a saída do estacionamento junto com Soraya e Bernardo enquanto meu pai já estava lá em cima pagando os quartos -o meu separado- e levando as bolsas para lá.

DEPOIS DO MEU banho de quinze minutos sem molhar o cabelo, vesti meu pijama de algodão e me joguei na cama assim que meu pai me deu um beijo de boa noite . Fechei os olhos para voltar de onde havia parado, mas a única coisa que aconteceu foi a imagem de Jefferson sorrindo para mim. Abri os olhos e me sentei de imediato. Eu não esperava por isso. Eu não poderia... Todos os meus pensamentos seriam ligados a minha nova vida e meu passado teria como principal lembrança Jefferson Partenon. Ele precisava ser lembrado como um professor e amigo, nada mais que isso. Peguei meu celular para checar as horas e faltavam pouco para meia noite. Não tinha mensagens e nem ligações perdidas e me repreendi por pensar que haveria. Bebi um copo como água na cômoda ao lado da cama e voltei a me deitar. Dessa vez bloqueei qualquer pensamento sobre ele. Sobre o meu passado. Eu não me prenderia a ele, agora eu fazia parte de uma nova identidade.

Parte II

Chegamos na casa do meu pai e agora minha às duas da tarde. Meu pai dormiu até quase oito da manhã e isso nos atrasou um pouco. A casa estava limpa e arrumada, como se ele não tivesse ficado mais de uma semana fora. A primeira coisa que fiz foi desfazer as malas e me deitar com Bernardo. Ele brincou com meus cabelos até pegar no sono. Havia um folheto da minha nova escola em cima da cama e eu folheei para conhece-la um pouco. Ficava a dez minutos dali e meu pai disse que me levaria todos os dias já que ficava no caminho para seu trabalho. Eu o pedi que me levasse até lá logo de manhã. Eu não queria esperar tanto assim. Minha formação dependia disso tudo e eu queria fazer as coisas certas a partir dali...

O dia não demorou a passar e durante o jantar eu fiquei conversando com Mayra por telefone, depois com meus tios e depois novamente com Mayra por mensagens. Eu dei a entender que eu estava mais feliz do que nunca, tudo para ela não ter que ficar preocupada demais. Também deixei claro que assim que a poeira baixasse eu diria sobre minha gravidez aos meus pais e, mesmo sabendo que eles poderiam explodir com isso, eu preferia imaginar que ficariam felizes, aliás, tudo isso era normal. Em média garotas nos dezesseis anos engravidavam e, como todos dizem, eu tenho dezoito e já posso me considerar adulta, apesar de em alguns lugares como boates ou bares a idade precisa ser acima de vinte e um. Apesar disso, eu estava começando a aceitar essa gravidez e na hora de dormir me peguei alisando minha barriga, isso me fez rir.

Acordei no dia seguinte com o barulho do meu celular e sorri por ver Mayra. Em geral eu acordava de mal humor, na verdade ultimamente isso vinha acontecendo muito, mas hoje eu estava alegre. Minhas perspectivas eram as melhores.

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora