Era hora de me despedir e eu estava muito feliz por ter passado alguns dias, mesmo que poucos, na casa do meu pai depois de tanto tempo. Bernardo estava começando a se acostumar comigo, mas eu precisava voltar para a minha outra vida, na outras cidade. Antes de ir para o aeroporto, meu pai se certificou de que Soraya estava dormindo, para que ela não tentasse fazer nada do tipo "Fique aqui e fale comigo". Depois fomos até a Universidade que eu frequentaria quando terminasse a escola. Isso encheu os meus olhos e me fez querer terminar logo esse ano. Dali fomos, enfim, para o aeroporto.Um monte de abraços e beijos e o meu avião foi chamado. Suspirei e comecei a andar em direção ao portão de embarque. Com um último olhar para eles, eu saí.
Não recebi ligação alguma do meu professor. Nenhuma mensagem. Eu estava tentando evitar esse tipo de pensamento, já que eu não estava ali para pensar em nada que se referia a estas pessoas, ou mais necessariamente, Jefferson. Agora era hora de voltar e com isso desbloquear todos os pensamentos que eu havia segurado até a minha volta.
Não era como se fosse modo automático. Eu só era forte o bastante para me manter focada em matar a saudade do meu pai e de Bernardo.
Também tinha a minha mãe e tudo o que tentei não pensar durante nossa convivência de horas em baixo do mesmo teto. Apesar de muito tentar, foi quase impossível ignorar o fato de ela estar no mesmo lugar que eu. Ou eu no mesmo lugar que ela. Apesar de não poder me dar ao luxo de sentir falta de uma mãe, já que o meu pai era tudo para mim, ela ainda era a minha mãe, querendo ou não. E acredite, eu não queria.
Respirei fundo e fechei os olhos. Eu estava disposta a ignorar esses pensamentos por mais umas horas, então empurrei tudo para trás do meu consciente e apertei bem os olhos.
***
Apesar de não ter dormido, foi bom eu descansar os olhos até na hora de chegar. Quando desci do avião, Mayra estava me esperando vestida em um quase inesistente vestido preto e colado ao corpo. Franzi os lábios e balancei a cabeça. Ou eu estava doente por sentir frio, ou ela estava doente por sentir tanto calor. Ela riu e deu pulinhos quando me aproximei e, inesperadamente, ou nem tanto, me abraçou. Era como se nos conhecêssemos a anos.
-Oi, Mayra. -Sorri quando ela me afastou e tomou minha mala das minhas mãos.
-Oi, gatinha. Você fez falta na escola. -Fiz uma careta e permaneci em silêncio. Isso, de qualquer forma, iria acabar em Jefferson, então evitei.
***
Mayra conseguiu carona de volta para a minha casa. Se me perguntasse quem é o garoto de, aparentemente, quinze anos atrás do volante eu responderia que não fazia ideia. E eu realmente não sabia. Eu só aceitei essa carona por que eu estava cansada a beça e eu precisava dormir, apesar de que, assim como no avião, não foi possível. Agradeci a carona quando ele parou de frente a minha casa e, juntas, eu e Mayra fomos para dentro. Suspirei de alivio pelos meus tios não estarem em casa, assim eu poderia descansar até quando eu estivesse com paciência para perguntas e mais perguntas. Me joguei na cama e a Mayra se deitou ao meu lado. Eu não brinco quando digo que ela parece me conhecer a anos; Realmente parecia. Aquela garota já se sente em casa e isso é tão bom, pois me sinto como se tivesse uma irmã mais nova, apesar de ela ser dois anos mais velha do que eu.
-Vai me dizer agora porque toda essa preocupação do Sr. Jefferson gostosão e porque raio de motivo ele me pediu o seu número?
Ok, isso não era tão bom assim.
-Nem eu sei. -Murmurei e fechei os olhos.
-Ah, Alicia! Você não vai querer que eu pesquise sobre isso, vai?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sr. Professor
RomanceAlicia é a típica nerd que faz o último ano do ensino médio. Sua meta é se formar e ir para uma faculdade de direito na cidade do pai. Suas ideias mudam quando um novo professor aparece na escola tornando esse ano diferente de todos os outros. Ela v...