CAPÍTULO 12

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Gente, essa música é do professor e da Alicia. Ela é perfeita demais. *-*
Nome:  You and me, de Matthew Barber. Boa leitura!

Parte I
O professor estacionou o carro na garagem de uma casa grande e bonita feita de madeira escura e mármore. A casa é perfeita e intimidadora, assim como Jefferson. Uma sensaçao diferente passou pelo meu sangue de pensar o porque ele não foi para um restaurante ou cafeteria e sim para sua casa. Oh, céus! Eu estou na casa do meu professor de trinta anos!
Se eu continuasse assim, poderia ter um colapso de pânico, então empurrei isso para trás dos meus pensamentos e tomei uma postura de aluna sensata.
Ele saiu do carro sem esperar por mim e fiquei um pouco perdida. Depois que saí, eu observei ele entrar em uma portinha no canto depois de fechar a garagem. Bom, isso estava previsto a ser um belo desastre.
Quando passei pela mesma porta que Jefferson, me deparei com a cozinha. Era grande e branca. Móveis brancos, piso e teto também brancos... Só havia uma parede distorcendo todas as outras. Ela era Marrom e deixava tudo com um ar executivo. Ele tinha bom gosto, percebi...
Jefferson não estava a minha vista e dei a entender que eu mesma teria de conhecer a casa sozinha. Passei da cozinha para a sala e deixei minha mochila sobre o sofá. A sala também era grande e toda marrom. Parecia um escritório. As outras partes eu teria de conhecer depois, já que Jefferson apareceu na sala abotoando as mangas da blusa que, supostamente, subistituiu pela  de antes. Percebi que eu estava pensando demais e também não parava de olha-lo. Eu não ia me culpar de olhar, meu professor era um Paraíso.
-Vai ficar aí parada ou vai começar logo o discurso que deve ter ensaiado durante o caminho até aqui? -Ele tomou uma postura que só fez com que meu estômago se construísse mais e eu exalei profundamente. Mantenha o foco, Alicia.
-Não ensaiei um discurso. -Me sentei no sofá cautelosamente, já que eu estava com uma mínima saia. Eu deveria ter vindo de calça jeans.
-Não? -Ele suspirou e saiu para a cozinha. -Então oque? Só veio até aqui para conhecer a minha casa? -Gritou e revirei os olhos, me levantando e seguindo atrás dele.
-Você é muito difícil, hein! As vezes eu acho que você tem dezoito ao invés de trinta.
-Trinta e um para ser exato e que eu saiba, você não tem problema com garotos da sua idade. Qual era mesmo o nome...? -Ele apertou os olhos como se tentasse lembrar e sorriu -Ah, claro. Jonathan!
Deixei a boca cair e fiquei perplexa por um segundo. Ele estava mesmo insinuando o que eu achava que estava?
-Que tipo de pessoa é você? -Falei pausadamente enquanto ele virava o copo de, suponho ser tequila, e me olhava -Qual é o seu problema?
-Com você? -Ele respirou fundo e se recostou no balcão- Eu já te disse uma vez que eu não gosto de alunas como você.
-É, mas não disse o porque disso.
-E nem preciso. Deduza sozinha. -Ele encheu o copo de mais bebida e fiquei imaginando qual poderia ser o problema. Decidi entrar no joguinho barato que ele achava estar ganhando e descobrir logo.
-Sabe o que eu acho? Eu acho que  eu te lembro de algo que você tenha medo de lembrar. -Pensei por mais um tempo e então continuei -Talvez alguém que te feriu de algum modo...
De alguma forma eu consegui deixa-lo mais nervoso ainda. Jefferson virou o copo de tequila pela garganta e passou por mim como o diabo foge da cruz. Eu o segui e observei ele trazer minha mochila até a mim.
-Vai embora. -Ele disse áspero e impaciente.
-Não. -Falei e permaneci onde estava.
Ele empurrou a mochila para cima de mim e começou a me puxar pelo braço em direção a porta.
-Perdeu seu tempo vindo aqui. -Murmurou e eu fiquei furiosa. Eu sabia o que ele estava fazendo. Ele estava querendo que eu pensasse que ele me odiava, mas na verdade, eu o fazia lembrar de alguma coisa que o machucava. Agora eu tinha certeza disso.
-Eu sei o porque essa barreira toda, Professor. -Me soltei de seu aperto e me afastei, permanecendo do outro lado do sofá.
-Vá embora.
-Você conheceu alguém que te magoou e eu te lembro essa pessoa.
-Sai, Alicia. Sai, agora!
-Eu não sou ela, Jefferson. Eu não magoaria você.
-Mais que porra! -Gritou e eu recuei um pouco. Santo Deus! Eu não sei de onde tirei essa de "Eu não  magoaria você", mas era verdade. Por mais que eu fervesse de raiva as vezes quando ele me irritava, eu nunca faria nada para machuca-lo. Não propositalmente. -Isso não é certo, Alicia. Você não pode estar aqui. Vá embora, por favor. -Sua voz estava mais calma e me senti segura para me aproximar. Eu não acho que ele tentaria me colocar para fora a força novamente.
-Tudo bem, professor. Eu entendo que tenha criado esse escudo por ódio de alguém... Mas eu não tenho culpa... Eu não sou assim.
-Eu sei que você não tem culpa de se parecer tanto com aquela vadia, Alicia. Acredite, eu sei... Mas você se parece, está legal? E por isso eu quero que vá embora daqui, agora.
Respirei fundo e cruzei os braços, não numa posição de defesa, e sim tentando ser amigável e vulnerável.
-Não é possível ser apenas esse o motivo. -Falei, certa de que ele estava deixando escapar alguma coisa. -Ninguém odiaria uma pessoa só por parecer com outra...
-O meu motivo é esse... -Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos. Eu sabia que ainda tinha alguma coisa, mas eu não perguntaria mais, não agora. -Eu não te odeio. Eu só...
-Eu entendo. -Interrompi e me aproximei mais. Ele permaneceu onde estava. -Me conta sobre ela? -Pedi. Jefferson sorriu e passou a mão pelos cabelos novamente.
-Por que eu contaria a uma aluna sobre a minha vida pessoal?
-Porque não existem regras para isso. Eu estou aqui, não estou? -Dei de ombros e sorri -Fora da escola, não precisamos ser aluna e professor. Podemos ser... Amigos.
Ele franziu o cenho e fez que não com a cabeça.
-Sem chance. -Ele disse -Vá embora, está tarde.
-Han... Meu tio pensa que estou na casa de Mayra. -Eu disse rápida e segura.
Ele bufou e se sentou no sofá, cruzando os braços sobre o peito.
-Não existe mais nada a dizer, Alicia. Sua vinda aqui acabou. -Murmurou.
Respirei fundo e me sentei no sofá de frente a ele. Bom, lá vamos nós.
-Sobre o outro dia... O que, exatamente, íamos conversar?
-Conversar? -Jefferson sorriu ironicamente -Nada mais.
-Oque? Porque?
-Naquele dia eu te esperei, Alicia. Além de você não avisar que não apareceria, atendeu o celular, mas desligou na minha cara.
Franzi as sobrancelhas.
-Eu não tenho o seu número pra avisar e como assim desliguei na sua cara?
-Ah, não se faça de boba. Você sabe muito bem do que eu estou falando.
-Eu pareço alguém que saiba? Me diz... Quando você ligou?
Ele respirou fundo e se inclinou para frente.
-Você não foi se encontrar comigo depois da aula. Eu fiquei quase uma hora esperando e, quando cheguei em casa, fiquei preocupado e decidi ligar. Quando eu o fiz, você atendeu, mas não disse nada, então quando eu falei o seu nome, você simplesmente desligou.
Pensei por um momento e um fleche passou pela minha mente.
- Naquele dia, quando eu e Jonathan fomos jantar, eu fui ao banheiro e quando voltei, ele estava com meu celular na mão. -Me lembrei. Claro! Foi o filho da puta quem atendeu...
-Bom, eu imagino o motivo. -Sussurrou e eu quase não ouvi.
-Como? -Perguntei, apesar de entender.
-Ele o fez porque estava louco pra entrar em você, Alicia -Como alguém diz isso assim tão naturalmente? -E todos sabem que ele conseguiu e com grande estilo.
Fiquei boquiaberta com a falta de respeito e a total falta de noção com o que ele disse. Sem dúvidas ele era um idiota.
-Vai se ferrar! -Gritei pra ele e me levantei.
-Olha a boca.
-Vai para o inferno seu idiota. -Peguei minha bolsa e joguei no ombro.
-Espera, eu levo você.
-Ah, e agora você quer ser solidário? -Bufei -Me polpe. Você é um idiota! Não vale a pena alguém se preocupar com você.
-E você se preocupa? -Ironizou e passou as mãos pelos cabelos -Não seja ridícula.
-Sim, eu me preocupo. Mais é uma grande perda de tempo. Você é um completo e repugnante idiota.
Com isso, me virei e comecei a pisar duro no chão em direção a porta. Antes que eu chegasse, Jefferson me puxou.
-Eu já disse que levo você. -Insistiu.
-E eu já disse que não quero. -Tentei me desvencilhar de suas mãos, mas foi inútil. Ele era forte...
-Não seja infantil, garota. Para!
Quando ele gritou, desisti de tentar me soltar e fiquei quieta. Era bom ele me levar em casa. Estava escuro e eu não podia voltar sozinha, até porque, sempre que eu ia para a casa de Mayra, seu pai me dava uma carona... Tudo estava bom de mais pra ser verdade. O Jefferson tinha mesmo que lembrar o que aconteceu? Ele insinuou que, não só ele sabia dos detalhes, mais todo mundo.
-Olha pra mim. -Jefferson segurou meu queixo me obrigando a levantar a cabeça e me olhou no fundo dos olhos. Fiquei desconfortável, mas não demonstrei.  -Me desculpe. Eu não quis dizer isso. -Ele parecia estar sendo sincero e, em algum lugar dentro de mim, achei coragem para rir em uma hora constrangedora como essa. Jefferson ficou parado, me segurando e me olhando enquanto eu gargalhava.
-Você é ridículo pedindo desculpas. -Falei entre as gargalhadas. De repente, Jefferson, que antes me segurava pelos braços, desceu uma das mãos até a minha cintura e me puxou lentamente até que nossos corpos se colassem. Parei de rir no ato e fiquei em pânico. Meu coração estava a ponto de saltar pela boca e engoli em seco.
-E você é linda rindo. -Sua voz estava rouca e sexy e só fez com que eu ficasse mais nervosa. Ele estava perto demais e eu queria mais do que aquilo. Eu não pensei, só fiz. Com uma coragem que eu não sabia de onde eu tinha tirado, levei uma mão até sua nuca e outra até seu peito. Quase arfei quando ele tirou a outra mão do meu braço e levou ao meu rosto. Aquela sensação gostosa no meio das minhas pernas estava lá e eu precisava de pressão sobre ela. Fechei os olhos por um momento e me apertei mais contra ele.
-O que... Está... Fazendo? -Perguntei baixo e pausadamente.
-Eu não sei. -Murmurou e, num passe de mágica, tudo se foi. A campainha tocou e Jefferson se afastou instantaneamente. Santo Deus, oque foi isso? Eu estava ofegante e ele parecia estar também. Ele respirou fundo e Murmurou um 'Me desculpa'.
-Onde é o banheiro? -Perguntei e ele hesitou um segundo.
-Segunda porta a direita no corredor. -Falou enquanto a campainha tocava. Ele me esperou virar no corredor para abrir a porta e eu não parei para ouvir. Provavelmente era alguma mulher, já que ele tinha esse ar todo de Mulherengo. Não sei porque, mas aquela camada de ignorância só fazia com que ele fosse mais sexy.
Quando voltei dez minutos depois, tenpo que eu gastei para me recompor de algo inexplicável, Jefferson estava de pé brincando com as chaves do carro nas mãos. Possivelmente ia me levar para casa. Sem dizer nada, arrumei minha bolsa no ombro e passei por ele, indo em direção a porta que antes eu tinha entrado. Tudo isso já bastava por hoje.

Parte II
Quando Jefferson estacionou um pouco antes da minha casa, agradeci a carona e deci do carro, depois dele ter sorrido agradavelmente e ter dito "Até amanhã". Eu só não sorri por alguns minutos atrás, ter acontecido algo que eu demoraria para digerir.
As luzes estavam apagada, mas, apesar de eu andar na porta dos pés, sabia que um dos meus tios estava me esperando. Quando a luz da sala se acendeu antes de eu subir as escadas, conclui que eu estava certa. Minha tia estava sentada com as mãos caídas no colo e me olhava insanamente. Era como se ela estivesse a ponto de me matar.
-Oi, tia... O que foi? -Hesitei um pouco em me aproximar, mas o fiz.
-Onde você estava?
Sorri por alivio e franzi as sobrancelhas.
-Eu estava na casa da Mayra. Nós...
-Não venha me dizer que estava na casa daquela vadiasinha! Eu fui até lá, Alicia. Aquela garotinha nojenta mentiu para acobertar você! -Gritou na minha cara.
-Não fala assim dela! -Gritei no mesmo tom -Você não a conhece.
-E eu nem preciso conhecer pra saber que ela é uma pessoa ruim.
-A conversa aqui não é sobre ela, é sobre mim. Você não tem o direito de falar assim da Mayra. Ela é minha amiga!
-Que se dane, Alicia. Eu não quero você andando com essa garota!
Respirei fundo e fechei os olhos para me acalmar. Tudo bem, respira...
-Vou deixar bem claro que eu vou onde eu quiser e ando com quem eu quiser. Você não é a minha mãe e olha só que ironia, -Sorri e levantei os braços -Nem a minha mãe manda em mim.
Com isso, me virei e começei a subir as escadas.
-Onde é que você estava, garota? -Minha tia me seguiu e eu me virei, já cansada de tudo isso.
-Por aí! -Gritei -Não é da sua conta, está bem? Eu estava em algum lugar que não te interessa.
Me virei de novo, mas me deparei com o meu tio. Ai, que ótimo... A noite aqui está indo de mal a pior.
-Onde? -Meu tio perguntou, calmo e paciente.
Engoli em seco e respirei fundo.
-Tio, eu... -Comecei, mas ele me interrompeu.
-Você mora aqui e está sobre nossa responsabilidade. onde você vai e com quem vai, nós devemos saber. Agora diz logo, Alicia e eu não vou perguntar de novo.
Fiquei sem saber o que fazer. Eles não entenderiam se eu dissesse que fui até a casa do meu professor para 'conversar'. Mas talvez...
-Eu tirei uma nota ruim na prova. Como meu professor não fica tempo a mais do que dá aulas na escola e, provavelmente, vocês não deixariam ele vir aqui, eu fui até lá para estudar. Ele me deixou refazer a prova amanhã.
Eu disse tentando manter o máximo de tranquilidade na voz. Lukas respirou fundo e assentiu.
-Você foi até a casa do seu professor... Sozinha?
-Sim -Dei de ombros -Ele me trouxe para casa.
-An... Não diga que você veio de carro com um cara mais velho. -Minha tia interveio e eu revirei os olhos.
-Ele tem trinta e um anos, é um professor diplomado e responsável. Além de tudo, ele é muito bom no que faz. -Murmurei sobre o ombro e voltei para o meu tio.
-Quero o número dele amanhã quando você chegar da escola. Eu acho que posso pagá-lo para te dar aulas aqui uma vez ou outra.
Arregalei os olhos e abri a boca para falar, mas desisti. Eu teria de pedir esse favorsinho ao Jefferson...

Pessoal, vocês acham que o capítulo está curto demais? Respondam, para mim, por favor. Preciso saber se está curto ou assim está bom, qualquer coisa eu melhoro.

E aí, gostaram? Eu espero que sim. Comentem, divulguem e deem estrelinha, por favor. Amo vocês... Beijos e queijos...

Sr. ProfessorOnde histórias criam vida. Descubra agora