Mais de Mil?

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Nate

Sem demorar muito meu celular toca, era Daiana. Autorizei a publicação da matéria pouco antes de sair de casa e a Garota do blog postou, cordial como sempre.

- Bom trabalho Nate, achei que não teria coragem. – diz em tom alegre e provocativo do outro lado da linha.

- Vamos andar logo com isso! Não tenho tempo a perder, estou indo para o escritório assinar os papeis.

- Calma bonitão, precisamos de uma aparição em público antes.

- Não foi esse o combinado, e não estou disposto a quebrá-lo. Espero que você ao menos uma vez cumpra com a sua palavra e não invente desculpas para me manter ao seu lado, porque dessa vez não vai funcionar. Assina o contrato e aproveite seus quinze minutos de fama, depois disso me esquece. – Desliguei o telefone sem esperar por uma resposta.

Não suportava a arrogância e manipulação da Daiana, ela era um ser desprezível que só pensava em si mesma, não entendo como cheguei a me apaixonar ou seja lá o que foi que senti por ela, talvez tenha sido atração, ela era uma mulher muito bonita para alguém da sua idade, e um menino de dezessete anos que não podia ver mulher achou aquilo deslumbrante obviamente, porque diferente dos meus amigos eu estava com uma mulher mais velha, uma mulher que frequentava os mesmos eventos e tinha o mesmo ciclo de amigos que a minha mãe. Pensando com calma, isso era uma loucura ela tinha idade para ser minha mãe, e se ela tivesse um filho da minha idade? Que nojo, não imagino minha mãe pegando um garoto da minha idade.

Balanço a cabeça com força para me livrar desses pensamentos enquanto estaciono na garagem do Stectator, todos esses pensamentos me fizeram deslizar pelas ruas no automático, afinal o meu corpo já sabia o caminho. Peguei as pastas com os documentos e respirei fundo antes de abrir o site da garota do blog, eu não podia entrar naquele jornal com todos falando de mim, sem ao menos saber como tinha ficado a publicação.

Então galerinha, quem

Pensou que a Jenny Humphrey

Venceu foi enganado. E quem estava

Feliz com o casal eu sinto muito,

Mas soube por fontes confiáveis

Que o nosso príncipe Nataniel Archibald

Prefere as mais velhas, ou devemos dizer

Mais experientes.

Daiana e Nate um casal não tão velho ressurgindo

Das cinzas, será que a nossa Jenny

É nova demais para ele?

Xoxo, gossip girl

Para uma publicação da garota do blog até que estava muito bom e sutil, pensei que seria algo terrível e alarmante, provavelmente só a minha consciência falando que isso era uma grande burrada. Pelo menos agora eu tinha Jenny ao meu lado e não como uma das peças do jogo.

Respirei fundo descendo do carro em direção ao escritório, afinal quem me conhecesse bem saberia que era apenas fofoca. Passando pelo salão ouvi murmurinhos e cochichos por todo lado, ninguém corajoso o suficiente para perguntar diretamente, e eu não podia ser ainda mais grato por isso, não aguentaria por muito tempo queria gritar para todos que era a Jenny quem eu realmente amava, e que a inexperiência dela a deixava ainda mais interessante para mim.

Quando por fim cheguei ao meu escritório Daiana já estava lá, com um vestido plissados sem manga azul, parada ao canto do cômodo sorrindo de uma forma que eu só entendia com sarcasmo de alguém que se considerava um campeão. Que prepotência erronia.

- Bom dia, amor! – zombou.

- Trouxe os documentos, sente-se e comece a assinar.

- Não seja tão sério, toda essa bagunça pode ser divertida. – Caminhou em minha direção, me desvencilhei em volta da mesa indo de encontro com a minha cadeira.

- Divertido para você que já viveu toda a sua vida e não tem mais nada a perder. Cuspi as palavras sem perceber.

- Você está muito arrogante garoto, agindo como se eu o tivesse forçado a fazer algo, não se esqueça de que a escolha foi sua.

- Claro, me desculpe. Você é extremamente generosa. – Zombei.

- Só com você. – respondeu ela balançando os ombros.

Tirei os documentos da bolsa e os entreguei a ela que foi lendo e assinando cada um deles, de uma forma lenta demais para mim. Olhei para o relógio umas cinco vezes nesse meio tempo.

Quando estava tudo assinado por fim me despedi dela e disse que precisava mandar a reportagem urgente para a impressão, por só a assumiria com oficialmente com tudo assinado, o que obviamente era mentira, mas fiz questão de reforçar isso e fiz com que a Lide do jornal fosse a que havia combinado com ela, porém a matéria e as informações eram completamente diferentes.

E as oito em ponto os jornais começaram a circular por toda a ilha, Daiana estava nas nuvens ainda desenformada sobre a matéria e eu aliviado por tudo ter ocorrido perfeitamente pronto para os gritos e surtos dela. Ouvi meu celular tocando e era minha garota, certamente satisfeita com o resultado do seu plano doce e cruel. Essa descrição poderia perfeitamente ser associada a Jenny também. Sorri ao pensar nisso.

- Chegou meu amor?

- Não, meu amor! – a voz zombeteira não era de Jenny, era meu grande e babaca amigo Chuck.

- Por que você está com o celular dela? – perguntei.

- Ela deixou jogado aqui em cima da bancada e esse troço não parava de apitar, então liguei para o número de emergência e adivinha?

- Não tem graça Chuck, deixa o celular dela em paz. – falei firme para que ele entendesse de o uso disso era improprio.

- Só acho estranho que mesmo a Jenny sendo completamente esquecida e apagada a alta sociedade o celular dela apita bem mais que o meu, cheio de negócios e trabalho. Isso não te deixa curioso? – incitou ele.

- Pode ser pessoas perguntando sobre a publicação da garota do blog. Eu também recebi várias.

- Claro, você também recebeu mais de mil e quinhentas mensagens.

O que ele estava falando era absurdo e recebi ligação de amigos e até desconhecidos perguntando sobre o assunto até de alguns companheiros de profissão mais nada que chegasse a mil mensagens o máximo era de cem, o que já considerava um número absurdo.

- Você deve estar vendo errado. – Respondi. – Olhe de novo.

- Ainda não estou louco Nathaniel, e a cada minuto que passamos conversando, mais o número cresce.

Então um sentimento de culpa e repulsa me atinge, agora tudo parece fazer sentido todas essas mensagens só podia significar uma coisa.

Jenny estava sendo bombardeada de comentários maldosos por conta do namoro, minha cabeça pesa e um grito estridente alcança meus ouvidos.

- Chuck eu preciso ir, por favor se livra dessas mensagens de ódio que a Jenny está recebendo.

Fresh Start ♡ little  JOnde histórias criam vida. Descubra agora