Certeza que emoções não matam?

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Nate
Eu estava tentando processar tudo que havia acabado de acontecer, mas a revelação foi como um soco no estômago. Jenny, minha noiva, a mulher com quem eu imaginava construir um futuro, era a Garota do Blog. Ela era a responsável pela página de fofoca que havia arruinado a vida de muitos dos meus amigos e, pior, o dela próprio.
A raiva me consumia, e eu senti uma fúria indescritível ao perceber que ela havia mentido para mim o tempo todo. Não era só o fato de que ela tinha um segredo; era o fato de que esse segredo era algo tão vil, algo que tinha causado tanta dor. Eu não conseguia entender como ela poderia ter sido tão dissimulada, como alguém que diz te amar pode manter uma mentira tão devastadora.
- Então é isso? — minha voz tremia com a intensidade da minha raiva. — Você é a Garota do Blog. Tudo que você me contou, tudo que você me fez acreditar... era mentira?
- Nate, eu sinto muito. Eu não queria que as coisas chegassem a isso. Foi um erro... – Jenny estava em lágrimas, seu rosto se contorcendo com a dor e a frustração. Ela tentava explicar, tentando justificar o injustificável.
- Um erro? Não é só um erro, Jenny. – Eu a interrompi, a raiva fazendo minha voz sair com um tom cortante. - Você destruiu vidas com essa página. E agora, aqui estamos nós, e eu descubro que a pessoa com quem eu pensei que compartilhava tudo é a responsável por isso? Como você pode esperar que eu simplesmente aceite isso?
Ela chorava, e isso só aumentava minha raiva. Não era apenas a decepção de saber que ela tinha mentido para mim; era a dor de perceber que ela havia se escondido atrás de uma fachada de honestidade enquanto fazia exatamente o oposto. Eu sentia nojo e uma sensação amarga de traição. Eu acreditava que éramos um casal que dividia tudo, que tínhamos uma base de confiança mútua. Descobrir que isso era uma ilusão me fazia sentir como se estivesse sendo esmagado por um peso esmagador.
- Você acha que pode simplesmente me pedir desculpas e esperar que eu esqueça tudo isso? — minha voz se quebrou, mas eu tentei manter o controle. - Não é assim que funciona. Eu me sinto traído, não só por você, mas por tudo que você me fez acreditar.

Jenny tentava explicar, tentando se desculpar, mas as palavras dela eram apenas um borrão em meio à minha fúria. A dor de ver o futuro que eu havia imaginado desmoronando diante de meus olhos era insuportável. Cada lágrima dela era um lembrete do quanto eu estava enganado, do quanto eu tinha sido iludido.
A sensação de nojo e decepção não se dissipava. Eu olhava para ela e via a pessoa que tinha me mentido, a pessoa que tinha causado tanto sofrimento para tantas pessoas. E no meio de tudo isso, o que mais doía era o fato de que, apesar de todos os nossos momentos, eu nunca soubera quem ela realmente era. O choque da revelação e a raiva que sentia eram tão intensos que eu mal conseguia processar as palavras de Jenny. Eu não queria ouvir mais nada; a ideia de continuar ali e encarar o rosto dela era insuportável. A dor e a traição me impulsionaram a agir instintivamente.
Sem mais palavras, passei por Jenny, que estava agora soluçando, e entrei no banheiro. Liguei o chuveiro no modo mais frio que consegui, esperando que a água gelada ajudasse a clarear minha mente e acalmar minha fúria. A sensação da água fria contra minha pele foi um choque, um contraste gritante com o calor que eu sentia dentro de mim. Enquanto a água escorria, a raiva e o nojo se misturavam com uma sensação de desespero e perda.
Depois de alguns minutos que pareceram horas, saí do banho e vesti rapidamente minhas roupas de corrida. O simples ato de me preparar para sair, para correr, parecia ser a única coisa que poderia me ajudar a lidar com a turbulência interna.
Ao sair do apartamento, joguei um último olhar para Jenny, que estava ainda no mesmo lugar, chorando em um canto. Não consegui ou não quis encontrar palavras de conforto ou resolução. Em vez disso, murmurei um seco — "Eu preciso de um tempo. Preciso sair" — e saí pela porta, com a sensação de estar carregando um peso imenso em meu peito.
Enquanto passava pela sala, vi Chuck e Blair. Eles estavam parados, imóveis, claramente atônitos após ouvir os gritos que ecoaram pelo apartamento. Chuck tinha um olhar de ceticismo misturado com uma curiosidade insatisfeita, enquanto Blair parecia completamente desorientada, a expressão dela refletindo um turbilhão de emoções.
- Nate, bom te ver. - Chuck tentou se recompor rapidamente, tentando esconder o sorriso de satisfação que quase surgia em seus lábios.

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