Brooklyn

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Flagrada
Sim, J está de volta. Seus cabelos estão mais compridos e mais claros, os olhos azuis cheios como o mar, já que foi vista chorando no Campus.  Provavelmente nosso Galã Nate Archibald chutou a pequena mais uma vez. Não tem problema J você pode sair por aí e roubar o coração de nossos irmãos e namorados e basicamente acabar com a nossa vida e irritar a gente de um jeito que você nem imagina.
Vou ficar de olho. Vou ficar de olho em todos nós. Este será um ano turbulento e desagradável. Dá para sentir o cheiro dele. Ansiosa para ver as boas-vindas das novas rainhas da Constance para a pequena J.
                                      XOXO, Gossipgirl💋

Jogo o celular de volta na bolsa, mas não antes de enviar uma mensagem para meu pai dizendo para que ele mandasse as minhas mudanças aqui para o loft. Quero voltar a ser eu mesma, longe de toda essa confusão de pessoas esnobes e que se acham melhores pelo simples fato de ter dinheiro. – Nossa estou falando igual ao chato do Dan.  Acontece depois de uma boa dose de Brooklyn.
Um fato é que, não voltaria a falar com a Vanessa, cheguei a essa conclusão durante a caminha para cá. Na primeira oportunidade ela me jogou na fogueira, mentiu e manipulou. Tirou a culpa de cima dela e jogou tudo em cima de mim, sendo que foi ela quem me ligou pedindo ajuda. Sei que perdoei ela por ter escondido a carta, mas não consigo parar de pensar como seria tudo diferente. Balanço a cabeça me afastando desses pensamentos.
Tomo um banho relaxado para acalmar as coisas, depois desse dia complicado e cheio de ódio direcionado a mim. Coloco uma roupa do meu irmão e faço waffles, - acabo fazendo mais do que o necessário. - Dan podia voltar para casa.

Pego o computador o ligando em um filme para assistir enquanto estou sozinha. Passados vinte minutos do filme risadas chegam aos meus ouvidos, me levanto num pulo e me direciono a porta para receber meu irmão de volta.  Poderíamos terminar o filme juntos comendo bastante assim como sempre fizemos.
-Dan! – exclamo alegre logo após ele abrir a porta. Mas não posso evitar a decepção ao encontrar Vanessa e Nate postos ao seu lado. Toda a alegria que senti se vai.
- jenny, não esperava de ver aqui. – diz confuso entrando com seus dois amigos agora sérios.
- Bom, aqui também é a minha casa. – Respondo baixo voltando para o computador. – Inclusive falei para o papai trazer minhas coisas para cá.
- O que? Por quê? – pergunta em um tom mais alto pela surpresa. – Pensei que você queria ficar no Upper East Side, e sabe, ter sua vida de volta.
- Essa é minha vida Dan, e eu a quero de volta. – Digo enquanto recolhendo as minhas coisas de cima da mesa. – Ou você também não me quer?
Ouço Nate soltar uma risada pelo nariz e Vanessa me abre um sorriso falso e se senta na mesa ao meu lado.
- é claro que queremos você aqui Jenny. – Fala simpática ainda sorrindo. – O que você está assistindo?
Abaixo a tela do computador para que ela não veja a olho bem no fundo dos olhos e bufo revirando os meus.
- Não quero você perto de mim.
- Ué, por que não?
- Você pediu a minha ajuda e depois colocou toda a culpa em mim. Como se eu tivesse planejado tudo sozinha, agora todos me odeiam por sua causa. -Grito enraivecida.
- Eu não sei do que você está falando! – Me interrompe com sua voz se igualando a minha.
- Claro porque você é uma santa e gosta sempre de bancar a vítima – debocho. – Você não é tão diferente da Serena com faz questão de dizer sempre.
- Ei, ei, ei, já chega vocês duas. – Dan se mete para que não nos matemos aos gritos. – E o que a Serena tem a ver com isso?
- Você mal chegou e já está causando confusão.
- Nate me erra. Você não me perdoou, mas está amiguinho dela. – Aponto para Vanessa que está com a maior cara de santa no canto da sala, assistindo o desenrolar. 
- Porque ela é mais sincera do que você!

Sinto meu peito doer como se enfiassem uma espada em meu coração, o peso repentino que caiu sobre o meu corpo me causando um desconforto e aperto terrível no tórax. Nunca pensei que palavras jogadas poderiam doer tanto, ao ponto de tornar a dor física. Meus olhos estão secos, pois não havia mais lagrimas para chorar, e seriam inúteis, pois elas não resolvem nada.
Termino de recolher minhas coisas sem dizer uma palavra, o silencio é tão alto que faz um barulho enorme na minha cabeça. Todos pensavam igual a ele. Me tranco no meu antigo quarto ainda vazio e não sabia o que eu estava sentindo, meu corpo inteiro doía, e eu não sabia como fazer parar me deitei no tapete no canto e me deixei ser consumida pela tristeza, raiva e decepção. Tudo que eu queria naquele momento era sumir, ir para bem longe, mas eu não me encaixava em lugar nenhum, então o que eu faria?
Na sala ouvia Dan dizer aos amigos que tinham sido duros demais comigo. O clima feliz em que chegaram logo foi embora, ficaram sentados em silêncio por alguns minutos até que sai pela porta do quarto. Não podia deixar esses sentimentos ruins me dominarem, precisava focar em algo bom.
- Nate, esqueci de te perguntar uma coisa.
- O que foi? – o menino falou sem levantar os olhos para me encarar.
- Noite passada o Eric dormiu na sua casa?
- Não. Por quê? – finalmente os olhos de todos estavam em minha direção.
- Ele não tem dormido em casa e anda mentindo para a Lili. Estou preocupada!
- O Eric não tem muitos amigos, para onde mais ele iria?
- Vocês acham se seria muito louco da minha parte achar que ele está com o Demian? – não conseguia parar de estalar os dedos pelo nervosismo.

Se entreolharam por um tempo.

- Demian voltou para Nova York comigo e com a Blair. – Dan dá de ombros considerando a opção.
- Ele não andaria com o Demien depois do que ele fez com a jenny – Nate rebate ignorando a possibilidade.
- Só que ninguém está ligando pra Jenny no momento. – Falo de mim na terceira pessoa mostrando que eles podem sim estar juntos, já que no momento todos estão chateados e pouco se importando para o que aconteceu comigo no passado.
- Não custa nada perguntar né? – Vanessa sugere.
- ótimo, vou ligar para ele.
Volto ao quarto procurando o celular na bolsa para ligar para Demien que me atende no segundo toque, falo para ele que estava com saudades e pergunto se nós poderíamos nos encontrar. Marcamos para meia hora mais tarde e prometi a ele que não teria problemas dessa vez.
Tiro todas as roupas de Dan e ponho as minhas outra vez dando um jeito por cima no meu cabelo.
Na sala encontro todos com os seus casacos prontos para sair.
- Vocês não vão comigo. – Caminho até a porta
- E você não vai sozinha! – segura meu braço para que eu não saia.
- Vocês acham mesmos que ele vai falar alguma coisa com todos vocês lá?
- Então eu vou com você – Nate diz sério.
Todas as vezes que ele olhava assim sentia que podia ver por dentro de mim e até mesmo ouvir meus pensamentos. Como sou idiota.
- Então está bem. Vamos nos dois. - Me dou por vencida, pois conheço ele e sei que não iria desistir tão fácil.  Dá última vez que tentei fazer ele desistir ele acabou virando meu motorista. Sorrio com essa lembrança. – Mas você vai ter que me deixar falar.
- Não posso prometer nada. Estou esperando a um tempo para devolver aquele soco. – A voz dele não é mais tão séria, está descontraída.
- Espero que não seja hoje, a garota do blog está me vigiando esqueceu? Não quero causar no primeiro dia. – Brinco.
Ele sorri ao meu lado enquanto saímos pelo prédio. Como eu senti falta desses pequenos momentos. Espero que um dia ele possa me perdoar por ter estragado tudo.

Fresh Start ♡ little  JOnde histórias criam vida. Descubra agora