friends don't kiss, Carlos

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"Eu nunca imaginei que acabaríamos assim
O seu nome, para sempre o nome nos meus lábios"
Last Kiss, Taylor Swift

Elouise González Vasseur.
GP da Espanha.
📍Barcelona.

Eu estava finalmente em casa, em Barcelona, um lugar que sempre me trazia um misto de paz e saudade. Depois de rodar o mundo cobrindo corridas e vivendo a adrenalina da Fórmula 1, esse retorno ao meu lar era um momento de conforto.

Minha primeira parada não foi outra senão a garagem, onde me deparei com o que só poderia ser descrito como um sonho sobre rodas: uma Ferrari Portofino, reluzente em vermelho. O presente de aniversário perfeito, um luxo que nunca imaginei ter agora.

Caminhando para o apartamento, fui envolvida por aquela sensação familiar, o aroma que ainda vagava o lugar. Era como se minha mãe ainda estivesse ali, em cada canto, em cada detalhe que remetia à vida que compartilhávamos. Esse cheiro, inexplicavelmente reconfortante, me fazia querer nunca mais partir.

Os dias que se seguiram, contudo, foram tumultuados. A lembrança do beijo trocado com Carlos na festa organizada por Charles me perseguia, lançando-me em um turbilhão de emoções contraditórias.

Havia algo em Carlos que despertava em mim sentimentos que eu tentava negar, especialmente sabendo que ele tinha uma namorada. Eu me repudiava por isso, por sentir algo por alguém comprometido. O episódio no iate, por mais inesperado que fosse, trouxe à tona essas emoções que eu tentava esconder de mim mesma. E o fato de ter gostado daquele beijo me fazia sentir uma traidora dos meus próprios princípios.

Desde então, fiz de tudo para evitar Carlos, para não ter que encarar a realidade do que aconteceu e o que isso significava para mim. Refugiei-me no trabalho e na solidão do meu quarto de hotel, mantendo-me distante de todos, especialmente dele.

No fundo, eu sabia que, para Carlos, aquilo provavelmente não significou nada além de um momento passageiro. Para ele, eu era apenas mais uma em sua longa lista, alguém com quem ele compartilhou um momento de fraqueza antes de voltar para os braços de sua namorada.

E agora, de volta ao conforto do meu lar, longe do turbilhão emocional que foi aqueles últimos dias, eu ainda tentava encontrar respostas. Debati comigo mesma sobre o que fazer: se deveria confrontar Carlos, se deveria abrir o jogo com Rebecca, ou simplesmente tentar esquecer tudo e seguir em frente.

Mas, no fundo, eu esperava um gesto de Carlos, alguma prova de que o que aconteceu entre nós significou algo para ele. No entanto, esse gesto nunca veio. Ele não me procurou, não tentou me encontrar. E com cada dia que passava, ficava mais claro que, para ele, aquilo foi apenas um deslize passageiro, um erro a ser esquecido.

Assim, restava-me apenas o silêncio e a dúvida, enquanto tentava juntar os pedaços do meu coração confuso e seguir em frente, sozinha.

Depois do caos dos últimos dias, mal tive tempo para conversar com Olívia, minha amiga e confidente desde que entrei para a equipe de jornalismo da fórmula 1. Sei que ela está curiosa e preocupada diante da maneira que eu saí da festa, sai de Mônaco, e depois, me isolei do mundo.

Imediatamente após saber do desembarque de Olívia em Barcelona, fiz questão de convidá-la ao meu apartamento. Uma conversa franca entre nós era essencial.

Pouco tempo depois, a campainha ecoou pelo apartamento. Com pressa, fui receber minha amiga.

— Lou, vim correndo pra cá. — Liv anuncia, enquanto dou espaço para que ela entre.

— Estou aliviada por você ter vindo. Precisamos conversar. — Expresso, sentindo um peso no coração.

Conduzo Olívia até o conforto do sofá, onde nos sentamos lado a lado.

Maybe it' love || Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora