pancakes

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Elouise González Vasseur.
📍Trancoso.

Finalmente, cheguei às charmosas terras brasileiras. A jornada de Nice até Porto Seguro foi feita no conforto do jatinho de Charles, e de lá seguimos de helicóptero até nosso refúgio nos próximos dias. Observando a decoração e a organização do lugar, tenho certeza de que foi Olívia quem escolheu tudo – a elegância do espaço certamente não seria obra de Charles.

Na distribuição dos quartos, fui a única designada para ficar no terceiro andar da casa. Inicialmente, senti-me um pouco isolada, mas percebi que o privilégio de ter um andar inteiro só para mim talvez compensasse a solidão inicial.

Depois de me acomodar, notei um cheiro estranho no quarto. Não consegui identificar se era mofo ou apenas algo temporário, mas era definitivamente desagradável.

Apesar do cansaço da longa viagem – primeiro um voo de Barcelona para Nice e, em seguida, de Nice para o Brasil –, o resto do grupo decidiu aproveitar o dia com um churrasco na praia organizado pelos irmãos mais novos de Olivia. Optei por descansar um pouco e recuperar as energias com um breve cochilo.

Duas horas depois, despertei faminta e decidi descer para comer e socializar. O grupo não era muito grande, alguns amigos em casais, os irmãos de Charles e os encantadores irmãos de Olivia, todos muito simpáticos.

Contudo, o cheiro desagradável no meu quarto persistia, tornando-se quase insuportável. Decidi tomar um banho rápido, vestir um look simples e confortável, e calcei as havaianas que Liv me presenteou, antes de descer para a praia.

Quando comecei a me aproximar do grupo, uma pessoa em específico me chamou a atenção, e por um instante, posso jurar que parei de sentir minhas pernas.

— Então, você veio. — Ele diz, e eu finalmente junto forças para encara-lo.

Carlos.

Ele estava ali, com uma expressão ligeiramente desajeitada, me olhando fixamente.

Ver ele aqui foi a última coisa que eu esperava. Não aqui, não agora. E eu definitivamente, não estava preparada para isso.

— Charles não mencionou que você estaria aqui. — Digo, parando de aproximar e mantendo uma boa distância.

O olhar penetrante de Carlos me deixa insegura das minhas palavras e ações.

— Eu... Eu também não sabia que você viria. — Ele explica, calmo.

— Bom... parece ambos fomos surpreendidos então. — Forço um sorriso, tentando manter a calma.

— Sim, parece que sim. — Carlos responde, inseguro.

Finalmente Olívia parece, quebrando o gelo com duas bebidas na mão.

— Aqui, para vocês. Pode ajudar a quebrar o gelo. — Liv entrega as bebidas.

— Obrigado, Liv. — Carlos agradece Olívia, e se vira com um sorriso desengonçado para mim.

— Obrigada, Liv. — Me viro para o Olívia para pegar a bebida e depois me volto para Carlos. — Espero que possamos pelo menos aproveitar a festa, apesar da surpresa.

— Eu espero o mesmo. — Carlos responde, levantando o copo para um brinde.

Correspondo ao ato de Carlos e toco levemente os copos.

Carlos me observa por um momento antes de se afastar discretamente para se juntar a outros amigos, permitindo-me respirar um pouco mais fácil.

Eu me misturo aos outros convidados, sorrindo e conversando, tentando colocar a tensão inicial para trás. À medida que a noite avança, o ambiente festivo do churrasco brasileiro, com música tocando ao fundo e risos preenchendo a brisa do oceano, facilita a descontração.

Maybe it' love || Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora